quarta-feira, 30 de março de 2016

Disciplina



Ai se meu pai me vê escrevendo sobre Disciplina!
Ele falava, e tinha razão, menina, lhe falta disciplina.
Na época não sabia o que era.
Descobri bemmmmmmmmm depois.
Disciplina é fazer o que tem que ser feito, agir como o planejado, sem desvios, mas esperem que verei o que diz o dicionário.
Achei esta definição num site sobre estudos "disciplina é a capacidade de se manter focado nas tarefas necessárias para concretização de uma meta sem se desviar e sem perder a motivação.".
E esta num dicionário:
  1. 1.
    obediência às regras, aos superiores, a regulamentos.
    "d. militar"
  2. 2.
    ordem, regulamento, conduta que assegura o bem-estar dos indivíduos ou o bom funcionamento (p.ex., de uma organização).
    "é essencial a d. dentro de um hospital""

Observem que lá em casa, a primeira definição é a que se aplica. Meu pai é militar.

Mas tem dias que fico assim, inquieta, um cachorro correndo atrás do rabo, sem razão.
Muitas coisas para fazer e tempo para elas, mas que é da vontade?
Daí enrolo, enrosco e fujo para o livro.
O livro é o colo certo.
Mas,mesmo sem ser errado, vem a culpa de gastar o tempo com coisa tão prazerosa e improdutiva, hehe
Volto a correr atrás do rabo.
Às vezes tropeço em alguma arrumação adiada, mas não programada, e enrosco com felicidade por lá, maravilhada,  perdendo o tempo que era para outra coisa que deverá ser feita a todo custo.
E sabemos bem do custo de tudo. Prazo, desejos, qualidade.
Volto a correr, desta vez contra o tempo.
Sei desta armadilha e tento fugir dela.
Algumas vezes tenho sucesso, em outras não.
Mas no caso da arrumação, o fracasso é também sucesso, há algo realizado.
Sei qual é  o remédio, mas isto por vezes também me irrita.
A escrita.
Sei que escrever me distrai, me ocupa de maneira produtiva, e pode ser algo da lista a ser feito, mas me dá trabalho fora da medida.
Mentir para quem? Adoro!!!
E assim vou cardando o fio, tecendo a trama e , quando vejo, quase que não há o desejo da corrida, o rabo perdeu o interesse e a porta está aberta para a disciplina do fazer.
Escrever me explica a mim mesma.
Passa a limpo o desejo, coloca o rumo na linha reta, acalma o coração com a própria paixão.
Também isso me move, a paixão.
Estado almejado, buscado, caçado, amado, querido, desejado, necessário.
Necessito de paixão para fazer com gosto , os olhos brilhando, a cabeça de idéias faiscantes, bem feito.
Torço por ela.
Torçam por mim.
Agora sim, de volta à lista!
Um morninho de paixão,  com disciplina!!

domingo, 27 de março de 2016

Livros- Viagem em volta do meu quarto- Xavier de Maistre



Escrito na passagem do século dezoito para o dezenove, o livro que tem como apêndice um outro texto,uma outra viagem, desta vez, uma "Expedição Noturna", faz uma sátira ao gênero dos relatos de viagem , comuns na época.
O autor, militar atuante em tempos de guerra, culto, versado nas artes plásticas, chegou a ser diretor de museu, faz um desfile crítico e satírico de seus conhecimentos, aos mesmo tempo que propõe temas universais com os quais nos identificamos prontamente, tornando-nos cúmplices de sua "Viagem".
Um livro divertido e instrutivo, por apresentar considerações sobre o momento histórico.
O texto principal e o apêndice, embora tratem do mesmo assunto, foram escritos com 31 anos de diferença o que proporciona ao leitor uma comparação entre os textos do autor.
Uma excelente e divertida viagem!

quarta-feira, 23 de março de 2016

Poema para a amiga Maris Ester

Eliane e Maris

Maris

Teu nome,
por mais que outra coisa signifique,
é sinônimo de gentileza
lembrança de alma bela

Teu sorriso nos abraça
no portal de tua casa
faz-nos meninos desprevenidos
alegres como a manhã

Temos certeza do teu colo
de tuas mãos
do teu ser
a nosso favor

E somos por você
que é por nós
que é por todos
que é nossa

Rosa morena da poesia
Irmã de arte e companhia
Posta na Mão Divina
que protege e guia

Maris Ester, mulher, menina, amada amiga

Eliane Ratier para Maris Ester


domingo, 20 de março de 2016

Livros- O poema do milho- Cora Coralina



Lindo livro ilustrado da Global, presente delicado de amigo das letras.
Fiquei absolutamente dividida entre as belíssimas ilustrações de Léllis e o texto, rico, quase uma oração de bendizer, impresso em letras grandes, de Cora Coralina.
Bom livro para apresentar Cora a grupos e alunos.
Cora é um encanto que precisamos revisitar sempre para impregnar nossa alma da beleza simples e absoluta.

Aqui a introdução em lindo vídeo:

https://www.youtube.com/watch?v=BDLzRVXhymg

quarta-feira, 16 de março de 2016

Dez anos de literatura- Grandes Mulheres na Literatura




Dez anos de Literatura

Foi assim : pisquei e passaram dez anos.
Dez anos desde a primeira vez que fui à Feira do Livro de Ribeirão Preto.
Dez anos da publicação do meu primeiro livro.
Dez anos que conheço Marylene Barrachini, minha “ madrinha” das livrarias Paraler.
Dez anos que encontrei o rumo.
Dez anos que virei do avesso.
Dez anos que achei minha turma.
Dei-me conta da data faz pouco e já estou comemorando, sem ter planejado, celebrando porque é meu este celebrar de vida.
Um “meu” quase esquecido, mas que é mister lembrar, imprescindível.
Deixar de lado os defeitos eu entendo, mas abandonar as qualidades, por quê?
Tenho muito a comemorar!!
Sem o saber , a amiga querida deu o início nas comemorações com uma homenagem surpresa.
Fui agraciada com um diploma de Honra ao Mérito, outorgado pela Casa do Poeta e Escritor de Ribeirão Preto, na bela e importante festividade do “Grandes Mulheres na Literatura”, neste dez de março de 2016.
A presidente da Casa, minha confreira na Academia, Alarp, e habitante do meu coração na casa dos carinhos, prestou-me esta homenagem na terceira edição deste já tradicional evento.
Enganou-me, chamou-me para participar, dizendo um texto para homenagear as participantes e incluiu-me entre elas.
Fiquei surpresa.
Sou mais homenagear que ser homenageada.
Mas, sob a égide da gentileza típica desta amiga, Maris Ester, senti-me à vontade como homenageada, extremamente honrada com a atitude e em estado de felicidade maior na boa companhia das demais homenageadas, queridas companheiras da mesma luta.
As flores, lindas, o diploma, são mimos materiais, símbolos da atenção maior que mora em cada detalhe da produção.
Fui apresentada com um belo texto, pesquisa biográfica feita, opinião de colegas.
Coisa de emocionar!
Tive um poema lido pela jovem estudante Lorraine em lindo gesto,que entregou-me as flores e o diploma junto com a escritora estreante, Fernanda Junqueira.
Mas o melhor é que pude mostrar o meu trabalho “ encomendado”, o texto preparado , um Vinícius de Moraes,  “ Soneto do Amor Total”, dito com o amor total, a todos dedicado.
A gratidão manifestada no dom concedido.
Fiz, porque ela merece só por existir, um poema para amiga Maris, que foi minha maneira de homenagear esta pessoa incansável no realizar.
Foi minha maneira de agradecer.
Foram minhas companheiras de homenagem, as queridas, Fatú Antunes, gestora da Oficina Cultural Cândido Portinari, Elaine Assolini, pesquisadora da área de pedagogia da USP, Rosângela Passéri, do Instituto do Livro, Nely Cyrino de Mello, minha madrinha na Alarp, Sueli Cacita, escritora, Heloísa Alves, minha super parceira do Otoniel, Marlene Cerviglieri, escritora super atuante, Luzia Granato, escritora muito presente e , representando sua tia Maria Lúcia Cardoso dos Santos, a declamadora excepcional que conhecemos, e que hoje enfeita os campos do Senhor, a escritora Sheila Santiago.
Se tivesse encomendado, não seria tão perfeito!
Cantaram na festa Graça Abreu e Alciony Menegaz.
O marido foi e a platéia estava cheia de queridos, não todos, mas muitos.
Os queridos andam sempre comigo, estando ou não presentes.
Nem tem como querer mais!!
Foi uma linda noite, um momento inesquecível, pelo qual sou imensamente grata.
Grata, amigos da Casa do Poeta.
Grata, Maris Ester Souza.
Meu coração é vossa morada.


domingo, 13 de março de 2016

Livros- Macunaíma- Mário de Andrade




Ok, sei que Macunaíma é leitura para vestibulares.
Explico: Minha formação básica não contemplou o que deveria ter contemplado em literatura.
O atraso vou tirando como posso.
E poder ler Macunaíma, agora, é maravilhoso.
É quase um crime impor este livro a adolescentes sem contextualizá-lo e comentá-lo bem, muito bem, e mesmo assim, olhe lá!
Devorei este livro com prazer imenso.
O desejo por ele veio do conhecimento recente do autor e a consequente empatia por este fascinante Mário de Andrade.
"Macunaíma" é divertido, e quanto mais se sabe mais divertido fica.
Tenho certeza que em outra leitura, daqui a uns 10 anos ficará melhor ainda.
Na narrativa mágica e irônica, Mario de Andrade vai cutucando as feridas sociais da gente do Brasil.
Cutuca mas não dói, faz rir do espelho que apresenta, faz pensar sobre a possibilidade de mudança.
Desfia seus conhecimentos acumulados sobre tudo em grandes listas.
Temerosamente atual, como um clássico.
Uma festa!!
Há ainda algum incômodo sobre o texto.
Vou tentar entendê-lo.
No mais: Ai!Que preguiça... ( única frase dita pela personagem Macunaíma, até os 6 anos)

Castro Alves e o dia da Poesia



Março de Castro Alves

Dia 14 de março comemora-se o Dia Nacional da Poesia.
Poesia é gênero literário que se define pelo uso de versos, figuras de linguagem, rimas, ritmo, idéias originais. Pode ter uma forma definida como o soneto, ou não. Hoje a poesia tem certa liberdade. O que não se dispensa é a criatividade.
O dia foi escolhido por ser o aniversário de um poeta marcante, o baiano Castro Alves, Antonio Frederico de Castro Alves, que retratado jovem, com vasta cabeleira negra e lustrosa fez estudantes suspirarem desde sua existência.
O poeta morreu jovem, aos 24 anos ( 14 de março de 1847-06 de julho de 1871).
Morou em Salvador, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo.
Formou-se em direito.
Viveu suas tragédias pessoais, ficou órfão, teve seu pé amputado por conta de um acidente em uma caçada, casou-se, teve uma amante, uma paixão por uma atriz portuguesa, 10 anos mais velha, Eugênia Câmara, morreu de tuberculose.
Entregou sua breve vida à juventude indômita, aos versos líricos e galantes, às idéias republicanas e abolicionistas.
Será dele este mês.
Viva o poeta! Via a poesia!!

A cestinha de costura

 
Para o livrinho de D. BRASÍLIA VIEIRA

NÃO QUERO panteons não quero mármores
Não sonho a Eternidade fria, escura...
Minha glória ideal é o quente abrigo
De uma pequena cesta de costura.


À sombra dos terraços florescentes
Entorna a violeta a essência pura:
Flores d'alma recendem mais fragrância
Numa pequena cesta de costura.


Batida pelos corvos da procela,
A pomba a era tímida procura:
Pousa minh’alma foragida as asas
Nesta pequena cesta de costura.


Astros que amais a espuma das cascatas!...
Orvalhos que adorais do lírio a alvura!
Dizei se há menos lânguidos arminhos
Nesta pequena cesta de costura.


Nesse ninho de fitas e de rendas...
No perfume sutil da formosura...
Vão meus versos viver de aroma e risos
Entre as flores da cesta de costura.


E quando descuidada mergulhares
Esta mão pequenina, santa e pura,
Possam eles beijar teus níveos dedos
Escondidos na cesta de costura.
 
Capricho


Ai! quando
Brando
Vai o vento
Lento


À lua
Nua
Perpassar sutil;


E a estrela
Vela,
E sobr'a linfa
A ninfa
Suspira
Mira
O divinal perfil;


Num leito
Feito
De cheirosas
Rosas,
Risonhos
Sonhos
Sonharemos nós;


Revoltos,
Soltos
Os cabelos
Belos,
Vivace
A face,
Tremulante a voz


Cantos
E prantos
Que suspira
A lira,
A alfombra,
À sombra,
Encontrarei pra ti;


Celuta,
Escuta
De meu seio
O enleio...
Vem, linda,
Ainda
Há solidões aqui.

Fragmento


HÁ FLORES tristes, que nascendo à noite
Só têm o açoite
Do cruento sul
E sem que um raio lhes alente a seiva,
Rolam na leiva
De seu vil paul.


Eu sou como elas. A vagar sozinho


Sigo um caminho
De ervaçais e pó


A luz de esp'rança bruxuleia a custo
Tremo de susto,
De morrer tão só.

Navio Negreiro- Castro Alves
 canto V- trecho
Senhor Deus dos desgraçados! 
Dizei-me vós, Senhor Deus! 
Se é loucura... se é verdade 
Tanto horror perante os céus?! 
Ó mar, por que não apagas 
Co'a esponja de tuas vagas 
De teu manto este borrão?... 
Astros! noites! tempestades! 
Rolai das imensidades! 
Varrei os mares, tufão! 


Quem são estes desgraçados 
Que não encontram em vós 
Mais que o rir calmo da turba 
Que excita a fúria do algoz? 
Quem são? Se a estrela se cala, 
Se a vaga à pressa resvala 
Como um cúmplice fugaz, 
Perante a noite confusa... 
Dize-o tu, severa Musa, 
Musa libérrima, audaz!... 


São os filhos do deserto, 
Onde a terra esposa a luz. 
Onde vive em campo aberto 
A tribo dos homens nus... 
São os guerreiros ousados 
Que com os tigres mosqueados 
Combatem na solidão. 
Ontem simples, fortes, bravos. 
Hoje míseros escravos, 
Sem luz, sem ar, sem razão... 


O livro e a América- Castro Aves
trecho
Por uma fatalidade
Dessas que descem de além,
O sec'lo, que viu Colombo,
Viu Guttenberg também.
Quando no tosco estaleiro
Da Alemanha o velho obreiro
A ave da imprensa gerou...
O Genovês salta os mares...
Busca um ninho entre os palmares
E a pátria da imprensa achou...
Por isso na impaciência
Desta sede de saber,
Como as aves do deserto
As almas buscam beber...
Oh! Bendito o que semeia
Livros... livros à mão cheia...
E manda o povo pensar!
O livro caindo n'alma
É germe — que faz a palma,
É chuva — que faz o mar.




quinta-feira, 10 de março de 2016

No escurinho do cinema



Dia do Cinema
Estes dias, num anúncio nesta rede de informações, veio escrito que era o Dia do cinema.
Não guardei a data, embora seja fã da arte cinematográfica.
Meu primeiro filme de cinema, se me lembro ainda, foi Bambi, assistido ali onde hoje é o Cauim, na São Sebastião.
Além dele existiam outros cinemas de rua na Ribeirão Preto dos anos 60, 70. O cine Centenário, o mais famoso, nas esquinas da Barão com a General, outro na Duque de Caxias, outro na São Sebastião, próximo à Única, que se encontra fechado com a obra de reforma/demolição embargada, um na Álvares Cabral, que nem sei se existe mais e tinha outro na vila Tibério, se não me engano.
Um deles tinha, nas paredes laterais da sala de exibição, luxuosos painéis de pinturas com o tema café.
Menina, assisti Dumbo e Branca de Neve em companhia de meu irmão e minha mãe que fora frequentadora assídua de cinema quando jovem.
Como é importante viver e proporcionar vivências, não é?
Conheço gente de toda idade e classe social que nunca foi ao cinema e que provavelmente não irá. Afinal a TV tem tudo com o conforto do lar.
O que a TV não tem é o especial do cinema, a tela gigante e a oportunidade de uma experiência de emoção coletiva.
Inigualáveis!!!
Depois desta fase infantil,  reencontrei o cinema quando adolescente, em outra cidade, com filmes dos Trapalhões, o que restava a quem ainda era menor de idade.
Para driblar a carência da falta de títulos para jovens, alguns apelavam para o truque da falsificação da carteirinha. Tão bobo achar que iam nos barrar!
Comigo não daria certo, sempre fui muito certinha, e qualquer errado me fazia, e ainda faz, tremer nas bases.
Aos dezesseis já podíamos ver mais algumas coisas e daí em diante fui reencontrando o cinema com os filmes de aventura e ação como Star Wars, Indiana Jones, musicais como Grease e Embalos de Sábado à Noite,  por aí.
Era o programa de domingo, um bom primeiro encontro de namoro, a salvação dos feriados religioso e das tardes modorrentas após os almoços de festa.
Muito bom tempo aquele!!
Ao voltar para Ribeirão, estudante universitária, ainda ia ao cinema, mas menos, havia outras muitas diversões.
Daí, casada e mãe, ele acabou por completo.
Não sei se levei as filhas ao cinema, foi um tempo tão corrido,a escola as levava, mas pode ser que tenhamos assistido a algum filme da Xuxa.
Sem traumas, ambas são cinéfilas, cada uma a seu modo, e acompanham lançamentos e estreias.
Eu morei um bom tempo, em frente a um cinema , e raramente ia.
Rendi-me à preguiça.
Recentemente levei a mãe e os sobrinhos ao cinema, e o programa não foi de muito agrado.
A magia perdeu-se em algum lugar.
Acompanho o Oscar, o prêmio máximo para a categoria, mas já não assisto aos filmes, nem na TV.
Ponho o hábito na lista dos resgates, na torcida por reavê-lo.

Quem sabe!

domingo, 6 de março de 2016

Livros- Sétima antologia da UEI- 2015- União dos Escritores Independentes de Ribeirão Preto



Parte do pacote de livros-presente que minha querida amiga e parceira Heloísa mandou-me pelo Natal.
Ganhar livro já é uma delícia, imagine mais que um ao mesmo tempo.
Obrigada, querida.
Com orelhas por Mara Senna e Nely Cyrino de Mello e prefácio de Rosa Cosenza, a UEI, presidida por Leda Pereira faz, em sua antologia o desfile de seus associados e frequentadores.
É uma vitrine da produção dos autores, alguns ainda inéditos.
Uma felicidade ao conhecer e reconhecer em prosa e verso, em trovas e aldravias.
Deixo uma aldravia de Heloísa Alves para degustação.

aldravia
abre
a
porta
da
poesia

quarta-feira, 2 de março de 2016

Insônia




Insônia

Minha insônia já estava decretada na hora em que deitei.
Os papéis, os livros, como vencer o desejo de estar com eles?
Como perder este tempo dormindo, com tantas coisas a descobrir?
Foi assim que rolei na cama, insone, até a madrugada.
Calor, o de sempre, que esta minha terra é quente, uma dorzinha emergente, a idade, amigos, a idade..., a chuva ininterrupta que fustigava as janelas, mas principalmente o desejo, o livro ali fechado, as idéias pedindo pelo papel, os encantos do dia anterior, as promessas de futuro, tudo isso deu adeus ao meu sono.
Não lamento.
Vim para o computador e vi , por ele, alguns amigos notívagos e madrugadores.
Sorri  sobre o teclado, a presença deles atestou minha normalidade, deu fim à solidão.
Daqui a pouco amanhecerá, o dia prático seguirá seu curso e eu estarei feliz, missão cumprida,  desejo satisfeito, liberta para encontrar o mundo.
Bom dia!