segunda-feira, 29 de junho de 2020

Eu e o Covid 19- 7





Eu e o Covid 19- 7

Após os 90 dias, quando aqui, no interior do estado, todos os indicadores pioram, o governo, pressionado pelos interesses puramente econômicos, reabre o comércio.
Uma multidão ignorante e irresponsável toma as ruas para comprar mais uma “brusinha”, dar um rolê com os amigos e a família, encontrar os Brothers, como se nada estivesse acontecendo.
Não fosse a “absurda” imposição do uso das máscaras, e das lojas que insistem em barrar a entrada dos clientes, seria tudo normal.
Só que não.
Os casos de Covid 19 continuam aumentando.
As escolhas dos outros batem à minha porta com alto risco de contágio e continuo em total alerta.
Torço para o tempo passar rápido, comemoro o fim de cada semana, o fim do mês.
Conto os meses no calendário, e pergunto quando será?
Não haverá fim?
Como será quando acabar?
Para mim, tudo já mudou.
Algumas atitudes tem preço alto, custam saúde, custam vidas.
Tudo terá que ser pesado e medido e avaliado.
No início, toda privação incomoda, depois, conforme tudo piora, vê-se que aquela primeira impressão não era nada.
Ainda desejo o abraço, a presença, mas sou grata por respirar e saber que ao meu redor muitos também respiram.
Fiquemos bem.
Eliane Ratier- falando bem sério.


sexta-feira, 26 de junho de 2020

Eu e a Covid 19-6



Eu e o Covid 19- 6


Como visto nos textos anteriores, a vida não anda fácil.
Por isso vejo com surpresa muita gente reclamando que não tem nada para fazer.
Ora, ora...
Vai ver que sobrou tudo para mim.
Mas, enfim...
Para os que ainda tem o tempo sobrando recomendo que o empreguem de bom modo.
Apostem no seu cuidado pessoal, adquirindo novas rotinas saudáveis, desde a alimentação, passando pelas atividades físicas, cuidados com a pele, e cuidados com a mente.
Sobre a mente, deem-se um tempo de boa solidão e silêncio para que vocês possam escutá-la, observem-se cuidadosamente, seus pensamentos, seus desejos, meditem, agradeçam e orem.
Alimentem-na com boas leituras, exercitem-na com novos aprendizados, pratiquem sua criatividade.
Sim, todos temos capacidade de criar.
É trabalhoso, requer tempo, o que parece que temos de sobra, paciência e persistência, que certamente desenvolveremos, pois, nem sempre, as coisas dão certo na primeira vez.
Acreditemos, o nosso crescimento será imenso.
Seremos gigantes!
E gigantes são fortes e hábeis.
Assim seremos depois desta prova de fogo.

Eliane Ratier- começando a provar do tempo que todos alardeiam sobrar

quarta-feira, 24 de junho de 2020

Eu e o Covid 19- 5






Eu e o covid 19 5
 Nem só de adequações físicas é feita a proteção para enfrentar o vírus, mas também de escolhas emocionais e éticas, ainda e sempre em questionamento.
Talvez a escolha crucial se apresente, e preparo-me para fazê-la, de maneira hipotética.
Aliás, todo o tempo há uma escolha a ser feita visando a máxima proteção.
Já estava me habituando a isso, com meu interesse em proteger o planeta, então sei bem o que é escolher no consumo e nas atitudes.
Se pudermos nos proteger e proteger o planeta será ótimo.
A barreira ao vírus não é perfeita.
Qualquer ato banal pode nos expor.
Tenho muitos ajudantes, quase todos em função do cuidado com meus pais.
Adequações foram feitas para este tempo.
Infelizmente uma funcionária foi demitida, outros tiveram seus horários reduzidos, outros, aumentados.
Demos prioridade a quem não faz uso do transporte público. Nos ajeitamos com horários estendidos e alternados, redistribuímos tarefas, e continuamos nos adequando.
Os mais jovens, filha, estão assumindo as tarefas externas, mercado, farmácia.
Estão aprendendo a fazer compras com orientação detalhada, tenho tempo para isso.
Um super ganho para todos.
Os sapatos são trocados na entrada da casa, as roupas são trocadas ou são usados aventais, as mãos são lavadas, o álcool gel e o álcool líquido são usados em profusão, a distância social é mantida, e a máscara é usada em casos de maior proximidade.
Os parentes criaram a coragem para um contato presencial e nós criamos a coragem de recebê-los em prol do ancião que passava por uma piora em sua saúde.
Vieram, mantiveram distância, contato físico zero, a maior parte do pouco tempo ao ar livre e com o uso de máscaras, e assim nos sentimos incertamente seguros, aguardando os 15 fatídicos dias de possível contágio e UFA!! Conseguimos. Por esta vez.
Levamos sustos com as manifestações de alguns sintomas entre nós, família e ajudantes, até que fossem esclarecidos como alergia, dengue ou outra virose qualquer.
Aliás, há uma permanente checagem quanto a isso.
Todo dia há as perguntas, “como estou?”,” como está?”, “como estão?”.
Colho as respostas, mas não relaxo na observação.
Piorando o quadro, a política do país tem me mantido em estado de indignação permanente, causando, certamente, uma alta na pressão arterial, alguma taquicardia e muitas dores tensionais.
Vamos indo.
Confesso que cansada.
Fiquemos bem.
 Eliane Ratier, permanentemente ocupada.


segunda-feira, 22 de junho de 2020

Eu e o Covid -4





Eu e o covid - 4
Logo após as adequações físicas, as escolhas básicas e o posicionamento ético tomado frente ao vírus, veio o tempo dos questionamentos emocionais.
Quem estará aqui quando tudo passar?
Começamos, realmente, a viver como se não houvesse amanhã, como diz a música, “e se você parar pra pensar, amanhã não há”.
O que não fiz pelo outro que ainda possa ou queira fazer?
O que ainda posso fazer por mim, dentro das limitações sociais impostas, ou não.
As perguntas trazem um olhar para o que é essencial para cada um.
Nestes leituras de redes sociais uma colocação me chamou a atenção, “Você está em isolamento social com todos os seus pertences, roupas, calçados, joias, bolsas, carros “.
O que realmente me importa?
Do que eu sinto falta?
Minhas respostas ainda não chegaram todas, mas posso dizer que, do que mais sinto falta é do toque, o abraço, o aperto de mãos.
Desagradável encontrar um amigo e não poder cumprimentá-lo.
Trocar palavras rápidas através das máscaras, lamentar o fato da distância imposta pelo vírus.
Assim, nenhum será um bom encontro.
Sofro.
Vamos indo.
Eliane Ratier- mudando de calçada para não sofrer.