terça-feira, 30 de outubro de 2012

Sarau Paraler- os Mestres- 25 de outubro

Sei, sei, que 25 de outubro é outra efeméride, Dia do Dentista, pela qual também recebo cumprimentos, mas o mês é também dos Mestres.
Então foi no dia 25 que fizemos o sarau em homenagem aos mestres.
Um evento que prezo por dar a oportunidade de expressão aos novos talentos descobertos e estimulados por seus mestres em cada escola.
São minhas parceiras constantes a Maris Ester, presidente da Casa do Poeta de Ribeirão Preto e coordenadora da sala de leitura da EE Diva Tarlá, uma escola localizada em um bairro distante , o Ribeirão Verde e a Heloísa Martins Alves, coordenadora e professora da EE Otoniel Mota, escola da região central da cidade.
Os jovens trouxeram textos escolhidos e produções próprias , uma amostra de seus talentos, música e arte dramática, trabalhos premiados e a platéia formada por professores, alunos, escritores e interessados os acolheu com o merecido respeito.
Eu me emociono e me surpreendo sempre e a tônica da noite foi essa: emoção.
Vi olhos brilhando, abraços sinceros rescendendo a despedidas, sorrisos de feliz partilha, bocas abertas de espanto e surpresa.
Aplausos muitos.
O texto de abertura foi uma carta escrita ao jornal da cidade por um advogado sobre a sua ex-professora, a famosa Dna Florianete,  por ocasião de sua morte.
Algumas frases costuraram os temas, mas o show mesmo foi da platéia/palco.
Senti-me desnecessária, o sarau aconteceu sem mando, espontâneo. E isso foi ótimo! Sinto-me realizada e por isso sou grata.
Sou grata à Marylene Barrachini  que nos abre as portas numa manifestação de generosidade ímpar e à toda  sua equipe que faz acontecer.
Sou grata às parceiras, aos alunos, aos fiéis colaboradores que sempre apoiam o evento, aos escritores presentes e sua valiosa contribuição.
Desta vez fui alvo de homenagens, Leda leu um poema meu, Graça fez um acróstico com meu nome.
Sinto-me honrada. Obrigada.
Bordando toda a cena tivemos a Graça Abreu cantando divinamente acompanhada pelo filho ao violão numa parceria de sangue. Foi pouco, Graça é um deleite e queremos mais.
Como fecho perfeito o Fabio trouxe cenas de filme alusivas a data e assim o sarau ganhou até cinema.
Deixo aqui as frases e as fotos, registro dos bons momentos.
"

 Aprender é uma das minhas ocupações prediletas, por isso amo professores, e mesmo não sendo uma, tenho convivido  com eles por questões de trabalho, por 23 anos.
Cuidemos das sementes, cientes que as dispersamos constantemente e não sabemos, nem temos idéia,do alcance delas.
Na vida temos muitos mestres, e não é porque saímos da escola que deixamos de tê-los. Todos ensinam e tem a capacidade de aprender.
 Mestre é aquele a quem você pode recorrer, seja pessoalmente, em memória, ou mesmo através deste instrumento tão especial, que é o livro.
Ensina-se formalmente, giz , lousa, instrumentos. Ensina-se pelo exemplo, pela convivência, pelo afeto e pela repulsa.
Aprender é para sempre, é eterno.
Cada situação, boa ou ruim, nos traz a oportunidade de ganho de saber. Cada ato demanda uma resposta, que nem sempre temos pronta, aí temos que ir aprender."



segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Livros- Vestido de Luxo- Graça Abreu

Graça Abreu sempre nos encanta com a declamação de poemas.
Foi pensando assim que procurei em vão pelos poemas no delicioso livro de contos de Graça.
Vestido de Luxo traz uma gama variada de assuntos, tratados de maneira inusitada, sempre uma surpresa a espreita. Um conto que continua em nossa cabeça, uma abertura de possibilidades a novos rumos, ao reconto.
Surpreendi-me agradavelmente.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Livros- O amor tem mil caras- Lídia Aratangy

Não sei bem como conheci  a autora, talvez por textos em revistas femininas, ou pela televisão. O fato é que me identifiquei de pronto com as idéias.
Encontrei-a em uma longínqua Feira do Livro , depois nunca mais ouvi falar.
Este livro, um pocket ( acho que ando querendo livros curtos), é um livro para dar para as filhas moças que começam a enfrentar o mundo das mulheres com todos os mitos, lendas e crenças que o cercam.
Espere aí! Não é um livro de auto- ajuda, é um livro de crônicas, um livro espelho que, por seus assuntos, conduz a uma conversa sincera, e promove conforto por seu acolhimento.
Canais lacrimais desentupidos, meio- sorriso esboçado, tem outro livro dela no armário.
Pensar, refletir, tentar entender-se  e entender o humano, tarefa para a vida toda.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Notícias Poéticas- outubro de 2012




Notícias Poéticas- outubro de 2012

É primavera plena.
As Sibipirunas disputam espaço com os Jacarandás-mimosos na decoração do chão.
Amarelo, roxo ( suave quase pluma), amarelo, roxo, amarelo , amarelo, roxo.
Por aqui as Sibipirunas estão ganhando .
Os Flamboyans dominam os céus imitando poentes aos meios-dias.
Vermelhos e laranjas encimam o verde em tetos florais.
À noite, perfumosas, as damas em discretos buquês, perturbam os passantes insinuando romances.
Está quente, há brisas noturnas, amanheceres precoces, anoiteceres tardios .
Há uma disposição renovada para o trabalho.
Novos planos são feitos.
Sonhos se realizam.
Sorrimos e trilhamos o caminho inédito que nunca mais será o mesmo.
As mãos unidas são nossa garantia de êxito.
Somos, mas não estamos, sós.
Feliz outubro, com crianças, professores, médicos, dentistas,  santos  e padroeiros.

Abre-se outubro.
As promessas da semente
agora são flores
onde o fruto 
sumarento e doce se adivinha.
Na beleza do tudo
há motivos de alegria.
De suores derramados
faz-se o êxito da vida.
Nestes olhos de espelho
brilha a seiva humana.
Das mãos unidas
faz-se a força indômita.
No coração disposto
o amor
Ah! Sempre ele!
 reinicia.

Eliane Ratier- outubro de 2012

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Livros- Augusto dos Anjos

Desejo reanimado pelas notícias do Encontro de Escritores na Paraíba, terra natal do poeta, cacei do  fundo  do baú de futuros um livro de poemas de Augusto dos Anjos.
É um livro tipo de bolso, distribuído às bibliotecas escolares na década de 70 e que, não me perguntem como ( dificilmente revelo minhas fontes), veio parar em meu armário ainda virgem .
Intocado por olhos e mãos, abri-lhe as páginas no fio da régua ( adoro isso!), na exclusividade da primeira posse embora uma sombra de tristeza enrugasse a testa: como pode um livro destes, dentro de escola, ter ficado intacto por 3 décadas?
Bem, a ele!
Temática incomum, não soubesse que ele fora advogado, julgaria-o médico ou cientista, tão bem fala das funções fisiológicas e de detalhes anatômicos do homem e da natureza.
O poeta soturno, talvez caísse no gosto desta juventude atual fã de vampiros e afins.
Admirável domínio da linguagem na crueza e verdade de seus textos.
Seria ele um discípulo de Byron?
Deixo um trecho de mostra e lembrança:

Debaixo do Tamarindo
Augusto dos Anjos
No tempo de meu Pai, sob estes galhos,
Como uma vela fúnebre de cera,
Chorei bilhões de vezes com a canseira
De inexorabilissimos trabalhos!

Hoje, esta árvore, de amplos agasalhos,
Guarda, como uma caixa derradeira,
O passado da Flora Brasileira
E a paleontologia dos Carvalhos!

Quando pararem todos os relógios
De minha vida e a voz dos necrológios
Gritar nos noticiários que eu morri,

Voltando à pátria da homogeneidade,
Abraçada com a própria Eternidade
A minha sombra há de ficar aqui!

terça-feira, 9 de outubro de 2012

E o mutirão acabou em pizza!


Amigos, para quem ainda não sabe, sou dentista do  serviço público municipal.
Trabalho em escolas com ações preventivas e curativas.
Nestes 4 últimos anos tivemos um trabalho em grupo, o mutirão, que se estende por 2 meses.
São 2 meses em boa e rara companhia.
Neste ano nossa " chefe", Josiane, abriu generosamente as portas de sua casa para uma confraternização.
Aproveitamos para abraçar, já saudosos, uma turma que em breve se aposenta.
Tive o privilégio de uma pequena fala que divido com vocês, para dar-lhes a ciência da emoção.




Saiu o Semeador a semear
Semeou o dia todo
e a noite o apanhou ainda
com as mãos cheias de sementes.
Ele semeava tranqüilo
sem pensar na colheita
porque muito tinha colhido
do que outros semearam.
                                                                   Cora Coralina
Amigos, somos este semeador a quem a noite surpreende ainda na lida.
Não colheremos os frutos, eles são o futuro, trabalhamos numa hipótese, sem garantias, trabalhamos porque acreditamos, mais nada.
Somos pessoas de fé.
Saúdo, em nome de todos, os aposentandos  que  muito semearam em sua jornada, não só na partilha do saber técnico,mas principalmente na troca generosa de experiências,  em nossa rara mas intensa convivência.
Chegar onde vocês chegaram não é só questão de tempo, tem a ver com paciência e persistência.
Trabalhamos na adversidade e sabemos o quanto somos tentados a largar o emprego.
Aposentar-se é também uma vitória.
Não desejamos sua partida, mas sabemos que é merecida e para nós é garantia do cumprimento de nossa  jornada.
Amar é desejar o bem ao ser amado , mesmo com prejuízo próprio.
Assim lhes peço que aproveitem cada raio de sol ( que se transforma em vitamina D em nossa pele, essencial para a saúde) em nosso nome, enquanto ainda gastamos a vista sob os refletores;  que percorram novos caminhos ( sim, há tempo, haverá cada vez mais) e maravilhem –se com as paisagens, nós estaremos por aqui, trilhando estradas no automático, trabalho-casa;  que parem de contar os minutos quando estiverem se divertindo, amando, ou gozando a vida, nós da ativa estaremos presos ao controle feroz do tempo, e por fim , lembrem-se que vocês não nasceram dentistas, nem funcionários públicos, são antes de tudo  humanos com habilidades e dons, que muitas vezes ficam soterrados sob o fazer técnico, dêem-se a chance de uma boa olhada no baú dos guardados e tenho certeza que acharão belos tesouros.  Apurem suas habilidades, nutram seus interesses e dêem-nos sempre as boas notícias.
Nós que continuaremos apurando o saber técnico, por gosto e força de ofício, também queremos chegar aí, no especial tempo da aposentadoria.
Felicidades a todos!  Juliana, Katina, Rose, Clau, Zaparolli, Eneida, Tânia, Neigmar
Saudades antecipadas.
                                                                       Eliane Ratier – pizzada do mutirão 2012 

 com a amiga aposentanda Clau, na comilança



Carla Brochetto de Clau vestidas combinandinho com as bebidas.

A turma toda!

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

São Francisco

Nestes dias onde tudo passou voando, corridinho, mas não batido, foi dia de São Francisco. O promulgador da paz, interlocutor de passarinhos, padroeiro dos animaizinhos que até foram às igrejas em busca das devidas bençãos.
Ganhei do amigo, a grata lembrança da oração de São Francisco. Linda!
 Nos meus tempos de igreja a oração era cantada e ao lê-la , a memória atiçada, tocou música.

" Pregue todo o tempo, se necessário, use palavras" São Francisco de Assis

04 de outubro- dia de São Francisco

Oração de São Francisco de Assis
Senhor,  fazei-me instrumento de vossa paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor;
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;
Onde houver discórdia, que eu leve a união;
Onde houver dúvida, que eu leve a fé;
Onde houver erro, que eu leve a verdade;
Onde houver desespero, que eu leve a esperança;
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria;
Onde houver trevas, que eu leve a luz.
Ó Mestre, Fazei que eu procure mais
Consolar, que ser consolado;
compreender, que ser compreendido;
amar, que ser amado.
Pois, é dando que se recebe,
é perdoando que se é perdoado,
e é morrendo que se vive para a vida eterna.
Felicidades a todos
Abraços
zéluiz

Livros- Epicuro

Um livrinho minúsculo abrigou minha curiosidade de anos. O que dizia Epicuro na sua filosofia?
Diferente do largamente apregoado, Epicuro diz da simplicidade e o prazer que isso traz.
Escrito em grego (no meu caso uma bela estampa para alegrar os olhos) e português.
Deixo aqui um pouquinho prá vocês.

 " Que ninguém hesite em se dedicar à filosofia enquanto jovem, nem se canse de fazê-lo depois de velho, porque ninguém jamais é demasiado jovem ou demasiado velho para alcançar a saúde do espírito. Quem afirma que a hora de dedicar-se à filosofia ainda não chegou, ou que ela já passou, é como se dissesse que ainda não chegou ou que já passou a hora de ser feliz. Desse modo, a filosofia é útil tanto ao jovem quanto ao velho: para quem está envelhecendo sentir-se rejuvenescer através da grata recordação das coisas que já se foram, e para o jovem poder envelhecer sem sentir medo das coisas que estão por vir; é necessário, portanto, cuidar das coisas que trazem a felicidade, já que, estando esta presente, tudo temos, e, sem ela, tudo fazemos para alcançá-la."

Na íntegra aqui:
http://www.blocosonline.com.br/literatura/prosa/cl/cl010815.htm

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Aniversário- Meus novos amigos e grandes parceiros, Gustavo Molinari, Leandro Silva , Cristine Framartino Bezerra.

É assim: faço aniversário no dia dos namorados. Dia , por si só, complicado para reuniões festivas.
Quando éramos mais jovens e as paixões eram cotidianas, os amigos vinham meio a contra-gosto porque queriam ficar com seus amores.
Fiz festa temática, no restaurante, mudei de dia, tudo para favorecer a companhia.
Até na praça , em plena Feira do Livro, aconteceu o meu dia.
Mas à noite ,  o bolinho era sagrado e lá vinha a família, pai, mãe, comadre, amiga de vida.
Este ano foi diferente.
A mesa posta, o bolinho lá, a família ausente, os amigos ocupados com outras coisas mais urgentes.
O marido , a filha local, e o namorado da filha de fora, os convivas de minha festa.
Na boa, festa é sempre festa, independe de quantidade, prima pela qualidade. Eu fico feliz, sempre.
Então toca o telefone e são eles: os novos amigos.
Meus novos amigos são aqueles com quem tenho vivido bons momentos na lida artística.
Não sei direito como surgiram em minha vida, a primeira vez que nos vimos.
Tentarei aqui dizer meu como e quando, mas aceito réplicas e puxões de orelhas na memória.
Gustavo Molinari
Eu o vi tocando numa noite da Alarp e questionei quem era, daí o encontrei outras vezes em apresentações e ele acabou indo no sarau da Paraler, protagonizando um dos episódios inacreditáveis daquele lugar.
Para quem não conheceu a Paraler, a livraria ficava dentro do shopping e Gustavo disse que ia ao Sarau da França, era ano da França no Brasil (ou do Brasil na França?), e levaria cantores líricos para um concerto e um piano. Sim, um piano de verdade.
Foi uma das noites mais bonitas daquele espaço, ele levou o piano, os cantores e os vestidos farfalharam como num salão de antigamente.
Outras atrações fizeram daquela, uma noite memorável, mas esta foi a parte do Gustavo.
Continuamos nos encontrando pela estrada  até que ele, empreendedor que é, único e entusiasta, resolveu me incluir em seus espetáculos.
Gustavo me deu o palco do Pedro II, não a primeira vez, mas as exclusivas vezes.
Gustavo deve ter sido meu colega de berçário, e só nos reconhecemos agora.
Leandro Silva
Leandro veio pelas mãos de Gustavo, que o acompanha ao piano. Leandro é um jovem encantador, que canta serestas, coisa que ninguém mais faz, e me emociona cada vez.
É um cara peito aberto, sorriso franco,que ama a arte e, como todos nós, joga no time da sobrevivência.
Trabalha e canta e se equilibra um pé em cada banda.
Nunca ficará sem teto, todos tem vontade de levá-lo para casa.
Terá muito sucesso pois tem garra e qualidade.
Cristiane Framartine Bezerra
Antes de todos, testemunha e caminho de tudo.
Cristiane dava oficinas de literatura na casa da Cultura.
Quando comecei a levar a sério esta história de escrever fui me informar.
Cheguei lá e perguntei para a atendente sobre as oficinas, nisto passa ela- Ih! Acabei de terminar uma!- e foi esta a primeira vez que percebi Cristiane, ela não, nem deve lembrar desta história e depois foi indo, foi indo, pela companhia de outros amigos, pelos mesmos eventos, pelo olhar amoroso, a disposição otimista,  desabafos de porta de livraria, até virar esta minha irmã geminiana, dia depois do meu, de Santo Antônio, pessoana, de Fernando Antônio, ascendentes, luas , as mesmas.
Decerto foi a renda tecida pelos anjos , agulhas de prata, risos, asas farfalhando.
Não estamos sempre juntas , mas estamos sempre.
Pois foi assim,que neste aniversário tive novos amigos à mesa, partilhando o bolo, bebendo o vinho, celebrando a vida.
Beijos, amigos.