quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Notícias Poéticas- dezembro de 2012




Notícias Poéticas- dezembro de 2012
Batam os sinos!
Acabou!
No derradeiro mês que não há ( dezembro é só festa!) ensaiamos mil vezes as despedidas.
Estamos prontos para os abraços, dispostos à emoção, generosos com o gênero humano.
Mesmo que chova e, guarda-chuvas em punho, disputemos os mimos natalinos com o nosso próximo, não percamos o espírito de Natal.
Pouco afeita, por vezes insatisfeita, tolero e aproveito o bom da época.
As noites azuis, os corais nas janelas, as crianças.
Sincera, guardo o brilho da fé no olhar.
Impregnada de gratidão, nas mãos, no peito, nos bolsos, por todo o meu ser, vou deixando rastros .
Troco a pilha da emoção, limpo a caixa de cristal, relicário do coração, e me faço pronta.
Convido-os a continuarmos juntos no caminho que escolhemos e que se cruzam prazerosamente.
Com meu abraço lhes desejo um final de ano, que é também começo, de pura alegria.
Que o seu balanço seja positivo
Que haja menos perdas e mais ganhos
Saúde, fé , amor em quantidades crescentes
Disposição para sonhar
Coragem para agir
Tempo para colher
Certeza de eternidade
Nossos encontros por aqui.

Prece
Cavo um silêncio
na balbúrdia do entorno
a paz está aqui dentro
e não usa laço de fita ou embrulho.

O presente que mais desejo
recebo  todos os dias
Rezo para reconhecê-lo
perambulando nas esquinas

O amor, vermelho veio,
corre no sangue desde o ventre.
Inunda e nutre
basta e  sobra
cresce e transborda
no  encontro  em comunhão.

Nada peço, Senhor.
O que preciso
me é dado.
Sou templo do Seu lavor.
Esta prece é louvor
canto de gratidão .

Obrigada, Senhor.

Eliane Ratier- dezembro de 2012


quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Livro- Os Grassóis de Girona- Ely Vieitez Lisboa

Ely é uma surpresa sempre. Surpresa para mim, claro, que não conhecia sua escrita fora dos jornais.
Os Girassóis, agora em nova edição,  é um livro cheio de Ely, transbordante de sua intensidade verídica.
Não é um livro para todo, os menos habituados ao tratamento artístico podem se incomodar com a linguagem e os assuntos, alguns ásperos, outros íntimos.
Eu me confesso cada vez mais fã.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Livro- Fatores Curativos em Psicanálise- Moisés Tractenberg

O dr Tractenberg faleceu recentemente, e isto motivou-me mais a ler algo dele.
Escolhi este livro na Feira de Escritores de Ribeirão e Região e o estou terminando agora.
Sua leitura coincidiu com  a série televisiva da GNT, " Sessão de Terapia", que também estou acompanhando.
Estive imersa na psicanálise.
Bem, confesso que foi uma leitura difícil e emocional pois muitas das coisas ali escritas são de saber técnico e científico, o que permitiu-me entrar pela porta de serviço do assunto.
Foi bom conhecer , saber algo a mais sobre a psicanálise e seus estudos, as possíveis origens dos nossos nós mentais , emocionais, as diversas correntes de pensamento.
Bom e assustador. De perto ninguém é normal.

Do livro pinço este poema da Ferreira Gullar

Narciso e Narciso

Ferreira Gullar

Se Narciso se encontra com Narciso
e um deles finge
que ao outro admira
(para sentir-se admirado),
o outro
pela mesma razão finge também
e ambos acreditam na mentira.
Para Narciso
o olhar do outro, a voz
do outro, o corpo
é sempre o espelho
em que ele a própria imagem mira.
E se o outro é
como ele
outro Narciso,
é espelho contra espelho:
o olhar que mira
reflete o que o admira
num jogo multiplicado em que a mentira
de Narciso a Narciso
inventa o paraíso.
E se amam mentindo
no fingimento que é necessidade
e assim
mais verdadeiro que a verdade.

Mas exige, o amor fingido,
ser sincero
o amor que como ele
é fingimento.
E fingem mais
os dois
com o mesmo esmero
com mais e mais cuidado
- e a mentira se torna desespero.
Assim amam-se agora
se odiando.
O espelho
embaciado,
já Narciso em Narciso não se mira:
se torturam
se ferem
não se largam
que o inferno de Narciso
é ver que o admiravam de mentira.


sábado, 15 de dezembro de 2012

Livro- Estação Poesia- Paulo Humberto Capoletti

Este livro chegou às minhas mãos pelas mãos de Gustavo, meu parceiro musical, endereçado a mim.
O autor já não faz parte do plano terrestre mas sua família, em uma homenagem póstuma, compilou seus poemas e os reuniu em livro.
Boa idéia.
Assim, Paulo, continua entre nós , com sua voz perpétua e intensa.
Escrito como uma ocupação, um consolo, proporcionando companhia, alívio e esperança, o livro proporciona a identificação pela dor, a angústia e a inquietação humana.
Obrigada pela oportunidade de conhecer a voz de Paulo Humberto.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Os fêchos- Dança

Minto, não vou falar da dança porque não vou falar de todas elas, falarei do Jazz que faço no Studium Carla Petroni e da felicidade de ganhar palco com esta turma generosa que me recebe como igual.
Poder estar ao lado de grandes artistas, fazer cabelo , maquiagem, produção é diversão top de qualidade.
Agradeço imensamente a oportunidade e a companhia.
Continuo querendo e tem reforço positivo, porque mexe o corpinho e isto é bom.
Beijo.




quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Aniversário- Os materiais

Tenho tudo, mas os presentes vão além do meu desejo.
Ganho roupas, perfumes, adornos, livros, cartões, flores, eletrônico (adoro uma novidade embora não seja boa com os botões, ainda mais quando vem em forma de "maçã").
Este ano, graças ao ambiente virtual, ganhei muitas palavras desejando felicidades e até poemas.
Ganhei obras de arte inspiradas , vi o bem- querer se materializar.
A todos agradeço o carinho que nem mereço.
Dou por encerrada esta série de "Aniversário", já que outro se avizinha e os presentes acenam advertindo para a colheita.
" A vida nos enche de presentes é só escolher e colher".



O mimos de Milca Galvão, jovem poeta, uma caixinha de belezas com poema inspirado em texto meu.


Inspirado no poema: Um dia eu vou na tua casa
“Um dia vou lhe dar um presente”
Um dia vou lhe dar um presente.
Abusarei do mel.
As abelhas vão correr atrás de mim.
Escalarei a montanha mais alta,
Alcançarei as estrelas,
Levarei o brilho delas a ti.

Um dia vou lhe dar um presente.
Dinheiro não vai ser preciso.
Amizade impossível comprar.
Coração me dirá o caminho,
Do infinito, de um lugar,
Que esconde o jardim mais colorido.

Um dia vou lhe dar um presente.
Qual a sua flor favorita?
Rosa, jasmim, orquídea...
Tem preferência de cor?
Violeta, azul, incolor...
O que mais te fascina?
Um dia vou lhe dar um presente.
Esse dia amanhecerá com uma fita.
Borboletas jogarão purpurina
Por onde ousares passar.
Rouxinóis farão serenata,
Pra tentar te conquistar.

Um dia vou lhe dar um presente.
Palavras simples assim.
Palavras pequenas tão grandes.
Palavras enfim...
Palavras que valem o mundo,
Pra você e pra mim.
Para: Eliane Ratier
De: Milca Galvão
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 A caixa linda feita com extrema sensibilidade pela cunhada Simone, retratando meus tesouros de vida.

O cartão-obra de arte, e destes tenho coleção, do eterno André Goy.

Os poemas e acrósticos.


Poema de aniversário presenteado pelo Alexandre Borges Garcia

Neste dia, quiçá comum,
Como tantos outros que nos são dados,
Deus não quis torná-lo mais um
E com você o mundo foi presenteado.

Por isso lhe desejo,
De coração e em meio a orações,
Uma vida repleta de realizações!
A Paz de Deus, Eliane, e um beijo!

Essas palavras, em puro improviso,
Fruto de um breve lapso de inspiração
Foi a melhor forma que encontrei
De homenagear aquela que faz destas linhas sua paixão!!!


·         E nsaios...
L etras...
I nspiração...
A ssim se faz um poeta.
N ão é não?
E ita coisa difícil!!

R euno aqui poucas palavas
A guisa de diversão
T entando expressar meus sentimentos,
I nspirando-me em letras e ensaios.
E te desejando felicidades,
R eitero por ti minha profunda admiração!


Para encerrar o acróstico que recebi estes dias de Graça Novais

E m seus lábios, o sorriso constante
L eveza e graça, no perfil elegante
I nteligência e sensibilidade
A todos conquista com simpatia e amizade
N a sua nobreza, nenhuma vaidade
E no seu coração , a maior humildade.

R ouba a cena
A braça o momento que passa
T ransformando-o em poesia viva
I magens e personagens: mágicos ou reais
E xigente, experiente e transparente
R azão do seu passado, futuro e presente

GRAÇA NOVAIS





terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Os fêchos- Teatro Santarosa

Então, esta foi a proposta do ano.
Por conta do empurrão do amigo Gustavo para a nobreza do palco e o sempre incentivo da amiga Jair, dei-me o tempo de reencontro com o teatro.
Cansei de ser pega nas coxias esticando o olho para o palco e desejando muito.
Sei que o teatro é arte exigente. Exige entrega, prontidão de corpo, agilidade mental. Exige que se esteja inteiro.
Estava pronta para  cumprir as exigências.
Escolhi o Santarosa por conhecer o trabalho do Léo.
Fui, fiquei, ultrapassei as barreiras, que não foram poucas, e os abundantes nãos e cheguei até o fim.
Não cheguei sozinha, o grupo foi muito importante, companhia, apoio, incentivo, compromisso.
Tudo ficou mais difícil com o início da montagem, direção cuidadosa, exigente e desejada de Renato Grecco.
E quando achei que as lições tinham se acabado, houve um ganho imenso na montagem, pondo em prática o que se aprendeu e indo além na troca e na experiência.
Felicíssima com o resultado e lamentando uma possível descontinuidade, Abraço a todos os amigos do Teatro e nos desejo próximos como irmãos que descobrem juntos os segredos da vida.
Obrigada.






sábado, 8 de dezembro de 2012

Os fêchos- Canto Lírico em Cena

Novembro foi o mês dos términos, como previsto, mas apesar dos prazos, ou por eles mesmos, os trabalhos tiveram uma qualidade surpreendente.
Estou orgulhosa por ter terminado o que comecei, muitos não conseguiram , ficaram pelo caminho, muitas vezes eu fiquei pelo caminho.
Estou feliz com os parceiros. São estrelas de rara grandeza.
Sinto-me privilegiada.
E sou grata.





segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Livros- O Casarão da Rua do Rosário- Menalton Braff

Não iria ler, seria um excelente presente para o pai que gosta do assunto.
Quem me conhece sabe que não sou muito chegada em assuntos políticos, mas uma entrevista que o autor deu ao jornal mudou minha intenção.
Comprei, li e gostei.
Antes de tudo " O Casarão" traz as relações humanas em determinado contexto social e histórico.
Torci muito pelo protagonista, encontrei membros de minha família e assim passei pelo romance em passo apressado, parando para maravilhar-me com as  surpresas poéticas que Menalton magistralmente plantou no caminho.
Livro para admirar forma e conteúdo.
Parabéns, mestre!