domingo, 23 de fevereiro de 2014

Livro- O menino e o mistério do arco-iris- Cristiane Framartino Bezerra



História infantil com paladar para todas as idades.
Saber do pote de ouro no final do arco-íris , todos sabem, mas como este ouro se forma e para que serve, só Cristiane nos conta.

domingo, 16 de fevereiro de 2014

Livro- Diálogos Impossíveis- Luis Fernando Veríssimo



Veríssimo, crônicas , causos de humor, reflexivos.
Um mix sempre agradável porque bem escrito.
Destaco a "Estátuas" pela temática.

domingo, novembro 20, 2011

Estátuas - LUIS VERNANDO VERISSIMO


O ESTADÃO - 20/11/11

Há uma estátua do Carlos Drummond de Andrade sentada num banco da praia de Copacabana, uma estátua do Fernando Pessoa sentada em frente ao café A Brasileira, em Lisboa, uma estátua do Mario Quintana sentada num banco da Praça da Alfândega de Porto Alegre. Salvo um cataclismo inimaginável, as três estatuas jamais se encontrarão. Mas, e se se encontrassem?

– Uma estátua é um equivoco em bronze – diria o Mario Quintana, para começar a conversa.

– Do que nos adianta sermos eternos, mas imóveis? – diria Drummond.

Pessoa faria “sim” com a cabeça, se pudesse mexê-la. E acrescentaria:

– Pior é ser este corpo duro sentado num lugar duro. Eu trocaria a eternidade por uma almofada.

– Pior são as câimbras – diria Drummond.

– Pior são os passarinhos – diria Quintana.

– Fizeram estátuas justamente do que menos interessa em nós: nossos corpos mortais.

– Justamente do nosso exterior. Do que escondia a poesia.

– Do que muitas vezes atrapalhava a poesia.

– Espera lá, espera lá (Drummond) Minha poesia também vinha do corpo. Minha cara de padre era um disfarce para a sensualidade. Minha poesia dependia do corpo e dos seus sentidos. E o sentido que mais me faz falta, aqui em bronze, é o do tato. Eu daria a eternidade para ter de volta a sensação na ponta dos meus dedos.

Pessoa:

– O corpo nunca ajudou minha poesia. Eu e meus heterônimos habitávamos o mesmo corpo, com a sua cara de professor de geografia, mas não nos envolvíamos com ele. Nossa poesia era à revelia dele. E fizeram a estátua do professor de geografia.

Quintana:

– Pra mim, o corpo não era nem inspiração nem receptáculo. Acho que já era a minha estátua, esperando para se livrar de mim.

– Pessoa – diria Drummond –, estamos há meia hora com você nesta mesa do Chiado, e você não nos ofereceu nem um cafezinho.

– Não posso – responderia Pessoa. – Não consigo chamar o garçom. Não consigo me mexer. Muito menos estalar os dedos.

– Nós também não...

– Não posso reagir quando sentam à minha volta para serem fotografados, ou retribuir quando me abraçam, ou espantar as crianças que me chutam, ou protestar quando um turista diz “Olha o Eça de Queiroz”...

– Em Copacabana é pior – diria Drummond. – Fico de costas para a praia, só ouvindo o ruído do mar e o tintilar das mulheres, sem poder me virar...

– Pior, pior mesmo – diria Quintana – é estar cheio de poemas ainda não escritos e não poder escrevê-los, nem em cima da perna.

Os três concordam: o pior é serem poetas eternos, monumentos de bronze à prova das agressões do tempo, fora poluição e vandalismo – e não poderem escrever nem sobre isto.

As estátuas de poetas são a sucata da poesia.

E ficariam os três, desolados e em silêncio, até um turista apontá-los para a mulher e dizer.

– O do meio eu não sei, mas os outros dois são o Carlos Gardel e o José Saramago.

domingo, 9 de fevereiro de 2014

Livros- Ligue os pontos poemas de amor e big bang- Gregório Duvivier



Nem liguei o nome à pessoa, mas me interessei muito em ligar os pontos indicados por Gregório.
Nem me acanhei, coloquei o livro na cesta de Natal e logo o pacote aberto devorei-o, lambuzando os dedos em juventude verde cítrico neon.
Em rapidez de video-game, instantâneos de mídia social, agilidade no treino do humor e belas e inteligentes passagens poéticas, Gregório nos leva num lindo e particular passeio pelo Rio , que infelizmente pouco conheço, mas para o qual elejo este livro como guia.
Quem for habitué da cidade maravilhosa irá deliciar-se com "Ligue os pontos...", quem não for, irá apreciar o passeio como eu.

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

No blog do Menalton

Então, na gentileza de amigo e generosidade de mestre, Menalton Braff escolhe um poema e aquece meu coração com gratidão.

http://blogdomenalton.blogspot.com.br/2014/02/cantigas-de-amigos_6.html?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed:+BlogDoMenalton+(Blog+do+Menalton)

QUINTA-FEIRA, 6 DE FEVEREIRO DE 2014

CANTIGAS DE AMIGOS

Poema de Eliane Ratier, coordenadora do Núcleo Ribeirão Preto da UBE.

Não!

Não vou morrer antes que o outono venha.
Não sem antes sorver as frutas de madurosas pencas
colecionar poentes de cores várias
impossível escolha em inigualáveis paletas.

Não!

Não vou morrer sem descansar o espírito.
Sem dizer um verso que permaneça vivo
como uma carícia
sopro sussurro ao pé do ouvido.

Não!

Não vou morrer sem dizer do amor
que não pode ser dito
da dor que não deve ser vista
das lágrimas de travesseiro
dos segredos que guarda o espelho.

Não!

Não vou morrer antes do tempo.





quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Notícias Poéticas- fevereiro de 2014



Notícias Poéticas Fevereiro de 2014

Fevereiro atípico este, todos no trabalho, antecipando planos , agindo, pois o futuro já é presente e o presente é o tempo de realizar.
Fevereiro quente, gélido, inundante e seco, como sempre , nas mãos da incontrolável natureza.
Nós, humanos, que tratemos de nos cuidar  e  pensar , com mais seriedade, em cuidar do entorno.
 Não se trata de vingança, não é passional, a natureza reage ao desequilíbrio imposto.
Somos usuários do planeta, todos na mesma nave azul que singra os céus do universo, num sistema fechado, sem possibilidade de fuga.
É bom que aprendamos a conviver e respeitar.
Bom e positivo fevereiro para todos.

Simbora, meu bem!

Vamos embora com fevereiro
Neste trem sem freios
Neste cordão que não é de isolamento
É de encontros e devaneios

Vamos encontrar os parceiros
Fazer planos mil
Sonhar cada luz
palavra ,lápis
cada traço sutil

Vidrar os olhos no futuro
como uma tela cibernética
onde o sonho se projeta
e acontece

Antecipar os aplausos
os sorrisos e lágrimas
o arrepio e o medo,
aquele mesmo,
o do abismo,
o alado

E dormir sossegado
porque foi feito
um trabalho dedicado
bem amarrado com esmero
bordado com o amor
arrematado com o fio dourado da fé
e reforçado pela linha verde da esperança

Não será.

Já é! 

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Livro- O haver flor- Rafaella Rímoli



A jovem e multitalentosa Rafaella é toda poesia. Coerente, vive o que sente e o que faz e distribui beleza, contagia com sua presença.
Fala da vida da gente, cotidiana e cheia de motivos para algumas palavras, sejam elas de surpresa, espanto,  para afugentar o tédio,dar alento ou produzir " extasia".
Sabe o que faz, usa das armas, armadilhas , artimanhas e a lemos com um sorriso no rosto, a espera de mais.
Parabéns, Rafaella.