segunda-feira, 29 de junho de 2015

Vivências da 15ª Feira do Livro de Ribeirão Preto

15ª Feira do Livro Ribeirão Preto- 2015
Não vi o nascimento da Feira do Livro, talvez vivesse em outro “planeta”.
Acompanho a Feira, e participo dela , desde 2006, 10 anos já!!!,  é!  Acho que tenho minhas próprias efemérides a celebrar, e sei que 15 anos é um importante  marco de permanência.
Tenho aprendido muito com a Feira e sobre ela, sempre mutante, reinventando-se novidadeira para manter-se atraente e alcançar os objetivos propostos, cada vez  mais ambiciosos.
Lógico! É preciso pensar grande quando se faz algo em favor da educação e da cultura para que se consiga realizar um mínimo algo.
O investimento é feito, também em capital, mas o retorno não é por ele mensurável.
O retorno é a qualidade do ser humano e isto não é valorado em moeda corrente.
Sobre esta edição da Feira vou contando, por aqui, o que vivi.
Muito perdi, mas é impossível estar presente em tudo.
Meu primeiro evento foi a abertura da exposição de artes plásticas da Alarp, Academia de Letras e Artes de Ribeirão Preto,  a qual pertenço, no saguão de entrada do Centro Cultural Palace.
Cabem aqui os agradecimentos à Fundação Feira do Livro, nas pessoas de Edgar de Castro, Adriana Silva, Nelson Jacintho, Viviane Mendonça , que garantiram o espaço da exposição na programação da Feira.
Agradecimentos , também e principalmente, à Meire Teixeira e à equipe do Palace que disponibilizaram sua casa para a “invasão “ artística.
Tem-se ainda que agradecer a disponibilidade destes grandes artistas da nossa terra ao prepararem suas obras especialmente para o evento e a dedicação de Tóia Fonseca na organização e montagem da exposição.
Logo após , tivemos a abertura do Salão das Letras, mostra conjunta de textos dos acadêmicos da Academia Ribeiraopretana de Letras, ARL, e da Alarp, no pavimento do primeiro andar do Palace.
Além dos agradecimentos já feitos, tem-se que reconhecer o trabalho de Dumara  Jacintho, que recolheu os textos,  fez a formatação, a impressão e ajudou na montagem da exposição.
A mostra abrigou 19 textos das duas casas.
Ainda no domingo, foi a entrega do prêmio literário Rubem Alves com participantes de todo o Brasil.
Destaco aí a participação de Rosa Maria de Brito Cosenza, dedicadíssima, e da Iara Fonseca, que tomaram conta de tudo lindamente.
Momento de total felicidade dos premiados, incluindo alunos e seus mestres.
Feliz, eu também, por poder fazer a entrega de um dos prêmios em nome da UBE, União Brasileira de Escritores, e da Alarp, apoiadoras do concurso, para a médica Márcia de São Paulo, a Dra Márcia Etelli, uma nova amiga que trouxe sua gentileza para enfeitar a festa.
Para arrematar o dia , uma passadinha no estande dos autores, um dos locais mais agradáveis da Feira, localizado no salão do térreo do Palace, ao lado da cafeteria.
Espaço pródigo em encontros e momentos de rara felicidade junto aos queridos das letras, muito bem cuidado pela Teresinha da Funpec, a quem devemos agradecimentos por sua gentileza e paciência no atendimento atencioso ao público e aos escritores.
A Teresinha é nossa!!
Não dou , não vendo , não troco.
Na segunda feira foi a vez de ver o Dr Camilo Xavier e a turma da universidade que se une a ele nos projetos educativos e culturais da Incubadora Cultural.
Dr Camilo merece os cumprimentos por sua atuação junto aos jovens.
Foi o primeiro salão de idéias que assisti na Feira de 2015. O Salão aconteceu no auditório do térreo do  Centro Cultural Palace. Espaço cedido para os autores promoverem debates de idéias entre 3 ou 4 palestrantes, com organização do dr Nelson Jacintho, vice presidente desta edição da Feira, sua esposa Dumara Jacintho, e com a participação de todas as casas literárias, ARL, Alarp, Casa do Poeta e Escritor, UEI, UBE, Médicos Escritores.
A estes, e a nós todos, dirijo meus cumprimentos e agradecimentos pelo belo trabalho.
Arrematando a manhã , um salão de idéias com o múltiplo e  inteligente , Gregório Duvivier.
“ Sou um ator que escreve. Escrever é  a melhor maneira de falar sem ser interrompido”
Na terça fui forçada ao repouso, uma torção no pé, mas aconteceram coisas lindas como o Sarau do Diva Tarlá, da querida Marisester Souza, o Pedro Bandeira, e a oficina da mestra Ely Vieitez Lisboa.
Perdi!
Fazer o quê, né?
Tudo para me poupar para o momento máximo da apresentação da escola Otoniel Mota,  no PedroII, com o projeto Combinando Palavras, desta vez com Ariano Sussuna.
Heloísa Martins Alves, minha super parceira, convidou-me , mais uma vez , a conduzir esta apresentação.
Coisa que amo fazer.
Desta vez, fui acompanhada pelo mestre Carlos Tampa, grande artista, divulgador da cultura popular nordestina, e que fez o prefácio do livro.
Tampa fez uma festa com seu som, ritmo e falas colocando todos no clima “Suassuna”.
Os alunos leram os textos produzidos para o trabalho, foram entrevistados e responderam perguntas da platéia.
Desta vez, além dos textos, os alunos fizeram as ilustrações do livro baseados numa oficina de artes plásticas ministrada pela talentosa ilustradora Semíramis Paterno.
A apresentação foi emocionante. É emocionante ver a dedicação dos professores e o envolvimento dos alunos. São momentos onde se renovam as crenças no futuro.
Ver este trabalho é ter esperança.
A conversa foi para lá de boa, e a companhia especialíssima.
Os agradecimentos vão para Heloísa, pela condução do projeto e pelo convite,  para a direção da escola Otoniel Motta, por ter acreditado e apoiado, para o Tampa, meu companheiro de feliz momento e para os alunos e mestres realizadores.
Mais que feliz!!
E a festa continuou com o salão de idéias sobre o modernismo protagonizado por meus sapientíssimos colegas da Alarp.
Platéia lotada!!
Gente esperando gente sair para entrar.
Aliás, como aconteceu em quase todos os salões dos autores.
Uma maravilha!!
A palestra foi conduzida por Carmen Soares, com a participação dos artistas plásticos, Miguel Ângelo, Norma Campaz e Denise Muller.
Miguel  Ângelo  falou sobre os caminhos artísticos que culminaram no modernismo.
Norma Campaz falou sobre o escultor Victor Brecheret e Thirso Cruz, que estava na platéia, elucidou que a escultura da praça XV, o soldado com a granada, é de autoria de Victor Brecheret.
Denise Muller falou sobre Flávio Carvalho, artista do modernismo, que escandalizava com suas obras e atos.
Foi uma palestra de altíssimo nível confirmando a qualidade dos nossos artistas.
Para descansar de tanta emoção, uma passadinha na palestra da mineiríssima Guiomar de Grammont.
Na quinta, 18 de junho,  dei uma corrida e cheguei a tempo de ver a entrega do Prêmio do Trabalhador, concurso promovido pelo vereador André Luiz  e pela Casa do Poeta e Escritor.
Fiquei extremamente feliz com a vitória do dr Nelson, meu duplo colega na UBE e na Alarp,  em primeiro lugar. Mais feliz ainda de poder prestigiar o seu momento.
Merecem os cumprimentos, o vereador André, Marisester ,pela casa do poeta e o dr Nelson pela premiação.
Meu desejo é de vida longa para o Prêmio.
Logo depois teve início o salão de idéias sobre a Universidade de São Paulo e seu papel junto á comunidade de Ribeirão Preto.
Surpreendente salão trazendo a história da Universidade , que tem seu início com  a criação do curso de Farmácia e Odontologia.
Com o coração envolto em ternuras pude aprender mais sobre esta “casa” que me proporcionou ser  o que sou.
O salão foi feito pelo Dr. Guttemberg, um exemplo de vitalidade e paixão, Dra Gláucia, Dr José Moacir e Dra e colega dentista Alma Elizaur.
Saí de lá lamentando ter que partir.
Quero mais, muito mais!!
Saí para ver o salão de Jorge Miguel Marinho, que escreveu um dos livros ,“ Te dou a lua amanhã”,  que usei para pesquisar o Mário de Andrade.
Foi uma delícia vê-lo discorrer sobre o livro e curiosidades da vida do biografado.
À tarde foi a hora de conhecer o Espaço Livre, ou Salão Palace, como foi denominado, espaço por mim organizado, para abrigar as palestras dos autores sobre os mais variados assuntos.
Fiquei realmente impressionada com a qualidade do que aconteceu ali.
Organizo o espaço há três anos, mas nunca pude acompanhar mais de perto por conta do trabalho.
Este ano, aposentada, pude ver o que se faz ali.
Os autores fazem suas palestras com muito capricho e pertinência.
Os salões foram lotados, ficou muita gente de fora e os autores tiveram a oportunidade de falar para um público desconhecido e não apenas para os amigos.
Espaço extremamente positivo.
E eu, como toda mãe que cuida de filhos trabalhosos, que jura que nunca mais, fiquei orgulhosa de poder proporcionar, através da organização, momentos de realização para os colegas e de ganho para o público.
Mais, muito mais que feliz!
Aqui os agradecimentos vão para a Laura Abad, da Feira do Livro,  e para o Wolfgang Pistori que acertaram tudo direitinho para que a programação saísse na revista.
Bem, fui ver Rose Lee Santana contar estórias de Ruth Rocha, outra homenageada da Feira.
Delícia das delícias!!!
Logo depois, houve Mara Senna, minha multi colega, de faculdade, de UBE e Alarp, e sua caprichadíssima palestra sobre o tempo e a poesia, cheia de referências filosóficas, históricas e poéticas.
Momento de Orgulho alheio!!
Sexta, 19, chegou rapidinho, era feriado e até esqueci.
Mas para nós, nada de descanso, foi dia cheio.
Começando com o grande sarau, uma já tradição da Feira, comandado pelos queridos Alfredo Rossetti, Regina Baptista, meus colegas da UBE, Nicolas Gutos e José Augusto.
Uma festa!!!!
Todos com vez e voz e com direito a sorteio no final.
À tarde , palestra com Antonio Fais, o colega de São Carlos, com as queridas Luzia Granatto, Heloísa Alves, Juliana Sfair e o Dr. Denis Bó, e mais Regina Baldini, colega da UBE. Tudo em esquema de revezamento para dar conta de ver , ao menos um pouquinho , de cada um.
Tudo mais que bom!!
Mas era hora de recolher o time para a concentração. Dia seguinte era o meu dia, o dia de Mário de Andrade.
Dia 20 chegou, sabadão de manhã. Os atrasos são fatais em dias de protagonismos e a dedicação tende a ser exclusiva.
Desta forma não dei conta de ir abraçar meus colegas Carlos Roberto Ferriani, Alarp e UBE, e nem Regina Baptista, UBE, que estiveram palestrando no mesmo horário que o meu, mas meu coração e sentimento estavam com eles.
Soube que tiveram excelente público e se saíram muitíssimo bem, como o esperado.
Vamos ao Mário.
Promovi, em nome da UBE, um sarau “Só Mário”, onde com a valiosa colaboração da platéia lemos textos, poemas, e ouvimos belas falas sobre Mário de Andrade e o modernismo.
Estavam por lá, participantes, os membros da UBE, Adriano Pelá, Cida Gaiofatto, Mara Senna, Nelson Jacintho, Áurea Laguna, João Augusto, Helena Agostinho, Cecília Figueiredo, Cláudio Muzel, Marisester Souza, Leda Pereira, a parceira Heloísa Alves, os amigos Bertha, Otávio Verri, prof. Márcio, Dumara, os alarpeanos Marilda, Adriana Silva,  a presidente Fúlvia  e ainda vou me lembrar de mais.
Trouxemos o Mário para a cena, por suas palavras.
Missão cumprida!!
Logo após teve início o salão de Idéias sobre Mário de Andrade, também coordenado por mim, em nome da UBE, tendo como convidadas as magníficas Cecília Figueiredo, UBE e ARL e Marilda Franco, Alarp.
Falei um pouquinho sobre a descoberta “Mário de Andrade”, sua biografia e sua ligação com a fundação da UBE, que nos remete diretamente ao Núcleo de Ribeirão Preto. Terminei com o poema lindo sobre  “ Quando eu morrer quero ficar...” que fala amorosamente sobre a cidade de São Paulo e mostrei alguns dos lugares de Mário na cidade e os vários retratos dele, feitos por seus amigos artistas plásticos da vanguarda modernista.
Cecília Figueiredo discorreu lindamente sobre o livro “Amar, verbo intransitivo” destacando os recursos de linguagem utilizados pelo autor , valorizando sobremaneira a obra.
Nunca mais leremos levianamente este livro e estaremos atentos para qualquer outro.
Marilda Franco falou sobre o mais famoso livro de Mário, Macunaíma.
Apresentou bela exposição de imagens e associou o texto à semiótica, sua especialidade profissional, jogando luz sobre várias passagens.
Riquíssimo salão!! Riquíssima companhia.
Sou imensamente grata pela presença dos colegas no salão.
Honradíssima!!
Felicíssima!!!
Foi pouco!!
Quero mais!!!!!
Quero mais Mário!!!
Mais tarde foi a vez de prestigiar o belo projeto da professora Ely Vieitez , que reuniu em gravação de voz, feita por Irene Coimbra, os poemas dos autores de Ribeirão Preto, com a finalidade primeira de servir aos deficientes visuais.
Irá mais longe este projeto. Levará em suas asas, nossas palavras sonoras.
Sou grata à Ely, querida colega da UBE, por esta iniciativa e realização.
Dali saí,  correndo , para a premiação dos trovadores lá no cine Cauim, junto com Mara Senna  e a Helena Agostinho.
Foi minha primeira vez, confesso, e é uma alegria ímpar estar ali.
Prêmios, troféus, medalhas, para muitos, jovens, velhos, crianças, professores.
O professor Nilton Manoel, presidente da Uniao Brasileira de Trovadores, UBT,  e também meu colega da UBE, e o novo e atuante secretário de educação , Sr. Ângelo Invernizi,  fizeram a entrega das premiações.
Nossas lindinhas campeãs ficaram felizes da vida.
Rita Mourão, UBE, ARL, Elisa Alderani, UBE,Nely Cirino, Alarp, Leda Pereira, UBE, UEI.
Ainda tentei, juro, ver Maria Rita Kehl . O assunto  árido e o cansaço do dia me levaram mais cedo para casa, mas antes passei pelas bancas para comprar um Fernando Pessoa para o aniversariante do dia Zéluiz Oliveira.
Chegou o domingo, último dia.
A praça com pouco movimento na ensolarada manhã.
Dia 21 de junho, aniversário da queridinha Jair Yanni. Resolvi trazê-la, em poema impresso, para a festa e foi assim que assistimos  um belo documentário sobre o ateliê 1104, um celeiro de talentos dos anos 60, 70.
À apresentação do documentário segui-se a apresentação da orquestra com temas de Villa Lobos, com os trabalhos sendo projetados ao fundo.
Uma excelente experiência proporcionada por Tóia Fonseca, que organizou as imagens.
No caminho da saída , mais uma premiação, desta vez dos projetos pedagógicos, prêmio Electro Bonini.
Aplaudo professor de pé!!
São trabalhos feitos com amor, além da obrigação. Trabalhos feitos objetivando os alunos, o coletivo, servindo a um ideal.
Vivi, assim, mais um bom momento na Feira.
Fui para a família e voltei para o último ato, o encerramento.
Lindas! Minhas colegas de Alarp, Denise Muller, cenografia, Gilda MOntans, Meire Genaro , musicistas e Cristina Modé, cantora, fizeram o espetáculo com as talentosas Miriam Fontana e Renata Martelli e com excelente texto do, ainda para mim desconhecido, André Bordini.
Chave de ouro, fotos, beijos, encontros, adeuses.
Minha Feira acabou assim, depois de dias agitados, num caminhar solitário para o carro, cheia de desejo de descanso , processando balanços pessoais, sonhando o futuro...

Ano que vem tem mais!!
Ps: um último e especial agradecimento ao pessoal que filmou e fotografou a Feira, a equipe de Toninho Torres com o amigo Luiz Fernando Cervi, de onde vem algumas das fotos "emprestadas" que vocês verão no àlbum.
Todas as fotos aqui: Clique na foto para ver todo o álbum.

domingo, 14 de junho de 2015

Livros- Sonhos e Recordações- Alice Vieira Martins



Alice é prima do meu pai, criada no Mato Grosso como ele, depositária de memórias em comum.
Da vida difícil, vivida no campo e na cidade, Alice mostra, em sua prosa, instantes de sua história.
Em sua poesia traz seu espírito otimista e alegre, cheio de fé e de gratidão, inspirando e convidando a trilhar este mesmo caminho.
Boa oportunidade para saber mais sobre o passado e sorrir, com ternura,  frente aos poemas.
Parabéns, Alice.

domingo, 7 de junho de 2015

Livros- Paulicéia Dilacerada- Mário Chamie



Mário Chamie, competentíssimo, era já objeto de desejo, agora, tardiamente realizado.
Em busca de Mário de Andrade, encontro-o, e outros autores, neste livro escrito também por um Mário,  miméticamente, em voz póstuma.
Com os Mários, passeei pela vida e obra de Mário de Andrade , suas dores, paixões, glórias e derrotas.
Uma leitura entremeada de poemas, instigante de passeios pela metrópole paulistana.
Agradável e útil.