quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Fernando Fiorese no serão do Cauim (Menalton)

Gente! Isso aqui tá ficando muito bom!
Choveu e esfriou mas fomos lá conhecer o poeta de Minas.
Bem,o Bossa Nossa, o delicioso coro cênico que voces conhecem, e quem não conhece que corra para conhecer, fez a abertura, com trechos do seu espetáculo sobre Adoniram.
Nas vozes visitamos lugares e tempos outros em pleno encantamento.
Uma das que mais gostei foi Vila Esperança. Deêm uma olhada na letra.
Invocou-me sensações que eu vivi, ou que imaginei viver, e que infelizmente, ou sabe se lá o quê, as filhas não viverão. Poderão elas imaginar?

Vila Esperança
(ADONIRAN BARBOSA / MARCOS CÉSAR)



Vila Esperança, foi lá que eu passei
O meu primeiro carnaval
Vila Esperança, foi lá que eu conheci
Maria Rosa, meu primeiro amor

Como fui feliz, naquele fevereiro
Pois tudo para mim era primeiro
Primeira rosa, primeira esperança
Primeiro carnaval, primeiro amor criança

Numa volta no salão ela me olhou
Eu envolvi seu corpo em serpentina
E tive a alegria que tem todo Pierrot
Ao ver que descobriu sua Colombina

O carnaval passou, levou a minha rosa
Levou minha esperança, levou o amor criança
Levou minha Maria, levou minha alegria
Levou a fantasia, só deixou uma lembrança

Bom, depois do Bossa, foi a hora e a vez do escritor e professor Fernando Fiorese falar.
Fernando leu seus poemas e os comentou ilustrando, elucidando, dando-nos pistas de seus significados reais.
Depois comentou, ao responder perguntas, sobre a mineiridade múltipla( uai, minero num é tudo igual não, sô!), sobre as muitas vozes que o autor pode emprestar de seus personagens, sobre suas influências, carreira, e teoria literária.
Super bom, muito proveitoso e instigante.
Deixo com voces um poema do Fernando Fiorese.
Mes que vem tem mais serão literário.

NELSA, ENQUANTO COSTUREIRA

De corpo entendo.
O que me escapa
são os remendos
que amiúde pedem,
como se eu pudesse
costurar para dentro.

Um alfinete
é a dor que posso.

De roupa entendo.
O que me espanta
é porque tão ciosas
de esconder a nódoa,
quando um corpo
existe pelas dobras.

Um alfinete é pouco
para ensiná-las.

Nenhum comentário:

Postar um comentário