segunda-feira, 16 de outubro de 2017

A Linguagem das imagens



Dias destes foi a apresentação do trabalho "Linguagem das Imagens" , feito pelos Acadêmicos da Academia de Letras e Artes de Ribeirão Preto, a Alarp.
Idealizado pelo Acadêmico Carlos Roberto Ferriani, o trabalho propôs que cada escritor apresentasse um texto, preferencialmente curto, sobre as obras do acervo da Academia, organizado com primor pelos Acadêmicos Francesco Segneri e Miguel Ângelo Barbosa,  que estão expostas na Biblioteca da Instituição de Ensino Moura Lacerda, ali nos Campos Elíseos.
Parece uma ideia simples, e não é inédita, e é, mas coordenar o trabalho significa fazer cumprir prazos e cobrar participações. Esta é a parte difícil do projeto.
A apresentação ocorreu num sarau na biblioteca e cada texto foi lido ao pé da obra que o inspirou.
Devo dizer que foi um momento de encantamento frente à riqueza do evento e à qualidade das obras de arte e literárias.
Coube-me escrever baseado nos trabalhos de Francesco Segneri, O Flanelinha, e Miguel Ângelo, Autorretrato.
Os trabalhos estão expostos na biblioteca textos e obras e merecem uma visita atenta.
A entrada é franca e a biblioteca abre até no período noturno.

Acervo da Alarp e Linguagem das Imagens.
Biblioteca Moura Lacerda
Rua João Ramalho, 508, Campos Elíseos, Ribeirão Preto, SP

Poemas e obras




Autorretrato de  Miguel- por Eliane Ratier



Sim, sou eu!
Não, não usei um espelho.
Retratei-me a partir de uma fotografia que achei simpática.
Repare:

Há um sorriso franco
do qual não me recordo a causa,
sobrancelhas naturalmente harmônicas,
bigodes da moda
e uma camisa colorida.

Só um detalhe me intriga,
impossível de alterar,
o olho que brilha,
o brilho do olhar.

Os olhos escapam-me vivos e livres
para além dos óculos geométricos.
Inquietos, dizem sem falar,
anunciam sonhos possíveis
que eu trato de realizar.



O flanelinha- por Eliane Ratier para a obra de Fancesco Segneri- agosto de 2017



Aqui ou em Roma ( ou no mundo)
sou refém destes que me oferecem o tudo que querem
sem eu nada querer

Dou a contra-gosto duas moedas pelo meu sossego
e me rendo

O homem sorri do bom feito
rápido e ligeiro.

Súbito, o brilho límpido do vidro
inaugura em mim a manhã.

Pasmo de luz, aceno grato.
Não é que o vidro precisava mesmo de um trato?

Vejo o que não via.

Trabalho vale dobrado
Quando útil, feito e aceito com alegria.

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