quarta-feira, 29 de abril de 2020

Eu e o Covid 19 - 2




Eu e o Covid19- 2

Quando começou foi uma semana de correria, até o comércio fechar , para as adequações higiênicas da casa, álcoois, descartáveis, máscaras, protocolos de entrada e higienização de pessoas e compras de todos os gêneros, além dos cuidados pessoais re redobrados.
Foi tempo de abastecer a despensa e os remédios que estavam em via de ter aumento.
Houve um aumento da atenção com os funcionários e seus meios de transporte, na maioria públicos, e o grau de susceptibilidade à exposição ao vírus, como também suas atitudes perante a doença, hábitos familiares, distanciamento social, sua necessidade de ficar em casa e seus recursos financeiros.
Também os trabalhos e hábitos dos moradores da casa foram checados, analisados e , ao longo do tempo , escolhas tiveram de ser feitas sobre os meios de proteção no trabalho e sobre como e onde fazer o isolamento de cada um.
Cuido de duas casas, a minha com a presença de um idoso e profissional da saúde em atividade, e a dos meus pais, onde moram dois muito idosos.
Já não era fácil.
Tem sido bem mais difícil desde então, mas tem sido rico ao extremo e surpreendente em todas as esferas.
Tenho a certeza de que a mudança virá para todos.
Fiquemos bem.

Eliane Ratier, cheia de coisas para fazer.

segunda-feira, 27 de abril de 2020

Eu e o Covid 19





É 20 de abril, estamos em plena pandemia do covid 19 no Brasil, numa determinação de isolamento social que mudou tudo em todo o lugar.
Tenho lido e visto muito sobre o tema, de maneira rápida, pelo instagram, pela tv.
Não temo a doença, temo transmitir a doença.
No meu círculo familiar íntimo há três idosos, dois muito idosos e com comorbidades.
Estamos guardados, os mais velhos mais guardados ainda.
Fizemos adequações no funcionamento das casas, na frequência dos ajudantes, nas práticas habituais. Tudo revisto e em permanente revisão.
Por vezes chego a temer mais a política do que a doença.
Sigo com coragem e fé, na dificuldade relativa do que vivo, mas não me conformo com os atos de desrespeito à lei e às pessoas, eu inclusa, praticados pelos líderes políticos.
Sinto-me ofendida e acho que não é hora de majorar sofrimentos.
Sem ter a quem recorrer, deixo meus protestos no papel, ao alcance dos olhos do leitor.
Fiquemos bem.

quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

Feliz 2020






O Senhor é o pastor e nada nos faltará

Subverto o salmo 23 para assinalar que creio, mas não desejo o bem só para mim, quero-o para todos.
Fazendo a retrospectiva do findo 19 vejo que sobrevivi, fiz, na medida do possível e aprendi muito, como sempre, e por isso sou grata.
A gratidão nos faz lembrar do que de bom aconteceu ou que resultou em experiência.
Experiência é errar, sofrer e ser marcado a fogo para não esquecer como agir ou reagir, mesmo que seja para errar e sofrer, e ser mais uma vez marcado pela experiência.
Envelhecemos todos, cada um em seu grau e consequências, e sabemos que a adaptação é o único caminho. Mesmo batendo o pé em sinal de revolta, a luta contra o tempo é vã. Tomemo-lo como aliado.
 É hora de estendermos as mãos e oferecermos braços para nos apoiarmos mutuamente.
A saúde grita por atenção!
Não ter passado um tempo no hospital já é um super ganho, embora tenhamos estado longos períodos em salas de espera e feito exames de rotina, tudo validado pela excepcional qualidade e zêlo dos profissionais que nos atenderam. Ainda bem que tem. Gratidão.
No mais vamos nos esforçando para fazer a nossa parte, cuidar do corpo, da mente, da atividade física, do sono, da dieta, da higiene, do lazer, dos sonhos, da felicidade, da qualidade desta nossa preciosa vida.
E, pelo que conseguimos, sou grata.
Vão notar que me refiro aqui no plural. A luta dos próximos é a minha luta.
Tenho me colocado à disposição para apoiar e ajudar a fazer acontecer.
Neste meio tempo fizemos algumas poucas artes, subimos ao palco, abraçamos os amigos, sorrimos, rimos, visitamos, recebemos visitas, pegamos a estrada, fomos e voltamos.
Abençoamos e fomos abençoados.
Isso nos fez sorrir, girou a roda da alegria.
E, Deus, como é importante sorrir!!!
Vou anotar este item e trabalhar por ele: Sorrir!!
Tivemos muita ajuda, de grande qualidade.
Com os que nos ajudam, formamos uma extensa família, pela qual sou grata.
Trabalhamos pelo conforto de todos e pudemos fazer muito por isso.
Grata, grata, grata.
Mesmo reconhecendo o muito que tivemos, ainda sinto falta de algumas coisas, como estar com as filhas, fazer mais arte, ter mais palco, dançar, ler, escrever, caminhar.
Novamente o tempo. Ele vem nos lembrar das impossibilidades. Por ser finito, exige  escolhas.
Aí damos a mão à experiência e avaliamos a dor do não fazer e a felicidade pelo feito.
Mesmo assim, de vez em quando dói o não feito.
De vez em quando angustia o peito.
Então oro.
Oro em prece, em silêncio ou em ação.
Oro e me sinto bem.
Oro e me lembro que o Senhor é o pastor e nada nos faltará.
Porque o que não posso, Ele pode.
Feliz 2020.

Eliane Ratier, pisando 2020 sem planos específicos, mas já em ação.





quinta-feira, 18 de abril de 2019

No Blog da Revide - A Páscoa





Páscoa

Não sei bem o que escrever sobre esta data religiosa.
Sobre o significado religioso em si, quase nada posso.
Posso falar, sim, do seu significado particular em mim.
Oficialmente a Páscoa fala de mudança, renovação, renascimento, esperança, fé.
Minha Páscoa tem a ver com reuniões familiares, bacalhaus intermináveis, vinho, assados com alecrim, chocolates, chocolates, chocolates sem fim e crianças.
Assim desde o tempo de eu criança.
Agrega-se a este, o tempo de ter crianças, de vê-las crescer e partir para o mundo.
 O tempo de desenvolver uma receita de trufa imbatível.
O tempo de deixar de ser visita para ser anfitriã.
O gosto por arrumar a casa com enfeitinhos, mimos, flores , para as não mais crianças que fomos mas que sempre seremos.
Por época da Páscoa, nem sei se pelo simbolismo da data, de maneira inconsciente, ou pela transcorrência do primeiro trimestre do ano, ou a mudança de estação, a percepção da proximidade da metade do ano, que ao chegar aí já se torna fim, chego num ponto onde a ação é absolutamente urgente e sem chance de adiamentos.
Tenho a percepção disto desde os tempos de faculdade, quando discuti com um colega nos primeiros dias de aula e resolvi fazer as pazes após a Páscoa, apaziguada por bombons.
Minha segunda filha resolveu nascer pela Páscoa.
Minha sogra partiu em uma Páscoa.
Os projetos andam, as aflições acomodam, as novas resoluções são postas em prática, afinal já se passaram quarenta dias do carnaval, é mais que tempo de fazer acontecer.
Então, mesmo sem saber muito sobre o significado oficial, trato de fazer valer pelo significado pessoal.
Feliz Páscoa! Feliz Renovação !
Eliane Ratier, com os dedos melados de chocolate acertando o ponto das trufas


segunda-feira, 8 de abril de 2019

No Blog da Revide- Meus livros favoritos





                                                                  Meus livros favoritos

Adoro ler e leio desde sempre e cada vez mais e de tudo.
Tenho muitos livros lidos guardados, mas nem todos.
Tenho, também, uma pilha aguardando leitura, e cada vez que os olho, suspiro lamentando a hora, sempre adiada, de satisfazer o desejo permanente.
Tem livros que já não tenho. Foram doados em diversas oportunidades ou mesmo abandonados por aí, num projeto próprio chamado “Livro Livre”.
Há motivos muito justos para a doação de livros começando pela liberação de espaço no lugar onde vivo e passando por certos critérios como o errôneo reconhecimento de não valor, o que me fez ficar na saudade, reconhecimento absoluto de grande valor, que faz com que os deseje partilhados para maior alcance, ou ainda o critério de inservíveis, que não mais me servem, mas sempre servirão a alguém.
Tudo isso para dizer daqueles que adoraria ter por perto sempre, para correr os olhos pelas páginas aleatoriamente, descobrir e redescobrir o texto, sorrir, lembrar, sonhar.
Um deles é o livro de sonetos de Vinícius de Moraes, fininho e completíssimo, poemas para toda ocasião.
Recentemente, no sarau da Casa do Poeta de Ribeirão Preto, que aconteceu no sábado de carnaval na livraria Paraler, li o “Soneto da quarta-feira de cinzas”, como poderia ter lido o “Soneto de carnaval” ou o “Soneto da mulher ao sol”, todos muito apropriados.
Nem vou deixar aqui a amostra, só atiçarei o desejo por este livrinho do poetinha mór da nossa língua.
Aproveitem, sempre é tempo para conhecer ou revisitar um livro.

Eliane Ratier, atenta a todo o seu amor pelo livro, a leitura e a poesia.

segunda-feira, 1 de abril de 2019

Livros- Amor passageiro- Menalton Braff




Menalton Braff é Mestre, com este eme maiúsculo mesmo.
Autor de grande experiência e técnica apurada, Menalton produz textos com justas medidas de poesia ,traçando enredos instigantes que levam a finais surpreendentes.
Cumpre uma das boas funções da literatura que é fazer pensar, refletir, formular a partir do dado, o que não foi dado, mas que possa vir a ser.
É isso! Ler Menalton, em qualquer situação, é expor-se à belos passeios linguísticos e a muitos motivos para fazer o cérebro trabalhar na razão e na emoção.
Sempre muito bom!!

Amor passageiro- Menalton Braff- Editora Reformatório- o meu comprei na Paraler, lamentavelmente perdi o lançamento oficial, mas tenho esperanças de obter um autógrafo, em todas as livrarias ou no site da editora.

segunda-feira, 25 de março de 2019

Uma caixinha de felicidade




Uma amiga nonagenária conta-me um de seus segredos.
Sim, nonagenários devem ter muitos segredos para serem longevos, ainda mais como ela, ativa e produtiva.
Minha amiga revelou-me que tem uma caixinha especial onde guarda coisas totalmente sem importância, tolices que a fazem sorrir.
Conta-me que a ela recorre quando se sente meio prá baixo, entristecida, o que é raro, e que a caixinha com preciosos tesouros opera milagres ao recordar-lhe os bons momentos.
O que há na caixinha?
Um papelzinho de bala amarelinho descorado, que embrulhava a bala que o avô costumava comprar para ela aos domingos depois da missa,e que ela degustava às mordidas, a saliva escorrendo pelos cantos da boca, apaziguando a fome da já tardia hora, enquanto caminhavam para casa onde a avó os esperava , mesa posta, casa rescendendo ao bom perfume da comida pronta; um pedaço de fita de cetim azul com imaginários resquícios de perfume, com que adornava seu cabelo naquela quinta feira a tarde, na porta da loja , no centro da cidade, quando viu seu marido pela primeira vez, assustada com o incontrolável galope do seu coração e o rubor da face que surgiram assim que ele sorriu, e ela descobriu-se irremediavelmente apaixonada; um babadorzinho bordado por ela mesma para o uso do primeiro filho, amadinho, em dias de festa, quando apenas despontavam dois dentinhos no sorriso largo da criança, usou-o , também, nos outros dois, do mesmo modo amados; uma nota da livraria que acolheu seu primeiro livro, fruto de muito trabalho e estudo, noites sem dormir, leituras de construir o futuro, ausências da casa-lar, descobertas que a validaram perante o mundo exterior, a sociedade, seu peito brilhando em triunfo, não ganhou dinheiro com isso, nada importa, ganhou um mundo; um bonequinho de plástico e dois bilhetinhos escritos com lápis de cor, presentes de seus alunos mais lembrados, fosse por seu destaque como estudantes, fosse pelo trabalho dado, suas carinhas a aparecem iluminadas na memória; uma foto do casamento de seus pais, tão jovens, os olhos cheios de sonhos dos quais ela fez parte; uma foto da família em sua casa, que rescendia à comida pronta, depois da missa de domingo, todos alegres e sorridentes, quase todos existentes apenas na foto; um recorte de jornal com um lindo conto sobre o pássaro azul , sua cor predileta, e que a faz suspirar, ler e reler, como se pudesse assim, ter o pássaro em suas mãos ; e , entre tantos outros tesouros, um papel bem novo, impresso pelo computador, com um poema, que ganhou ao completar seus noventa, de uma coleguinha, bem mais nova e que pouco sabe dela, mas que sentindo sua essência escreveu os versos que a descrevem como só seu próprio espelho faz.
É assim, que nas raras tardes de desânimo minha amiga se refaz com seus pertences mais preciosos.
Sendo este um de seus segredos que a tornam amiga do tempo, sugiro que tenhamos, também nós, nossas caixinhas e saibamos guardar as lembranças dos bons momentos que certamente enchem nossa vida e dos quais pouco lembramos.
Beijo, queridinha, sábia coleguinha e obrigada pela linda lição de vida.

segunda-feira, 18 de março de 2019

livros- O fim do Alzheimer- Dale Bredensen




Já há algum tempo uma amiga me interpela frequentemente sobre o assunto Alzheimer, se eu sei de algum médico que trabalhe com diagnóstico precoce, com tratamento preventivo.
Não , não sei de nenhum, mas a ideia não me sai da cabeça.
Há 3 anos me tornei muito próxima de idosos, meus pais são meus vizinhos agora, e embora eles não apresentem a doença de Alzheimer, tem o declínio cognitivo típico da idade.
Não só eles o tem, mas nós todos, é só prestarmos atenção para notarmos que não fazemos hoje o que ontem fazíamos.
Nesta caminho de pensamento deparei-me com o título acima e , apesar do título excessivamente promissor, lembrei-me da amiga, dos pais, e do meu futuro presente e resolvi dar uma olhada.
Fiquei agradavelmente surpresa com o conteúdo, a seriedade e a sinceridade com os quais o tema é tratado pelo dr Dale Bredensen, especialista nos mecanismos de doenças degenerativas e ocupante de cargos importantes em instituições de pesquisa americanas.
O livro traz uma abordagem muito lógica e coerente,  com riqueza de detalhes, inclusive técnicos, o que pode dificultar o entendimento por leigos no assunto, ou fora da área biológica.
O dr Bredesen é um entusiasta.
Algumas de suas colocações, mesmo que ele não seja citado,  estão chegando à revistas populares.
Fiquei muito animada.
Vou colocar em prática algo do proposto e apresentar o livro à amiga. Quem sabe se ele a tranquiliza.

O fim do Alzheimer- Dale Bredesen- Editora Objetiva- 2017- o meu comprei na livraria Paraler

segunda-feira, 11 de março de 2019

Livros- Imagens na Educação no Corpo- Carmen Soares



O livro me veio da curiosidade sobre a educação corporal, a atividade física, o corpo que usamos na vida e na arte.
Surpreendi-me em muitos aspectos com o relato que é técnico e filosófico.
O livro, que apresenta ilustrações e imagens de época,  traz os primórdios da Educação Física, seus propósitos e meios.
Muito interessante!
Imagens da Educação no Corpo- Carmen Soares- Editora Autores Associados- o meu é a 3ª edição de 2005- editado originalmente em 1998- adquirido na Feira do Livro.

quinta-feira, 7 de março de 2019

Das Mulheres




Das Mulheres
Mais um dia Internacional da Mulher se aproxima, data lembrada pela luta por direitos sociais.
Tudo para lá de justo e sempre tardio.
A mulher não é igual ao homem, nem ao bicho, nem à máquina, a mulher não é superior, nem inferior a eles, a mulher é a mulher.
Especial, poderosa, preciosa e rica desde sempre e para sempre, pois é de sua natureza ser assim.
Não, não são necessárias flores, nem presentes, chocolates e mimos, isto é a versão comercial dos fatos, basta respeito.
Respeito, respeito, respeito.
O mesmo respeito que todo ser humano merece.
O respeito que nossa natureza demanda.
O respeito ao qual a civilização obriga para o bem viver.
De toda esta gama de importantes assuntos quero destacar a sororidade, atos de respeito e solidariedade entre as mulheres.
Sim, é preciso que nos unamos com sinceridade, que deixemos de acreditar nas lendas sob as quais fomos educadas, que paremos de competir entre nós, que nos abstenhamos de julgar como alguém que não é igual, e lembremos que todas, sem exceção, somos mulheres.
 Somos mulheres com as mesmas características físicas, as mesmas dificuldades, as incertezas sobre os cabelos, as unhas com esmaltes lascados, o risco das transparências dos tecidos e das meias finas desfiadas nas horas mais impróprias, os filhos que choram, o peito que enche, a barriga que ronca, os e-mails que chegam , o prazo que estoura, os companheiros que perdem seus empregos e sua saúde, os pais e irmãos, as cólicas, os quilos a mais ou a menos,  as rugas, os cabelos brancos, os desejos de amor e proteção, os sonhos,  o abandono e a traição,  os medos, as lágrimas e os sorrisos, a violência, a violência , a violência.
É preciso que nos abracemos em proteção, que sejamos cúmplices nas dores, que sejamos gentís e compreensivas conosco, nossos erros e dificuldades, que gozemos a felicidade coletiva e as vitórias, que sejamos corajosas, cada vez mais, corajosas.
Sugiro que acabemos com as rivalidades, não precisamos de mais inimigos além dos que já temos.
Reconheçamos nosso valor.
Sejamos verdadeiras irmãs, no amor e no auxílio.
Feliz Dia da Mulher.

Com meu amor, Eliane Ratier


segunda-feira, 4 de março de 2019

Livros- Levando a vida na flauta- Gustavo Augusto Molinari


Gustavo Molinari é músico, pianista concertista e professor.
O livro é resultado de sua pesquisa para tese de mestrado e resgata o valor do compositor e músico piracicabano/ ribeirão pretano, Belmácio Pousa Godinho.
A vida de Belmácio, no começo do século XX, na rica Ribeirão Preto, terra do café, é inspiradora.
Belmácio foi músico, comerciante e jogador de futebol!
A pesquisa histórica revela mais do que o biografado, revela um modo de vida, revive antigos endereços e nos atiça a curiosidade pelos tempos idos , não tão distantes, e o que deles foi feito.
A publicação traz, também, fotos da época e reproduções das capas das partituras.
Rico!
Tive a honra de apresentar um pouco da história de Belmácio durante o lançamento deste livro em novembro de 2018, num evento que também mostrou algumas de suas composições pelas mãos do autor.
Levando a vida na flauta- Gustavo Augusto Molinari- Editora Funpec- o livo encontra-se na livraria Paraler, Ribeirão Preto,  com o autor ou na editora.


sexta-feira, 1 de março de 2019

Carnaval





Carnaval

Carnaval chove, as serpentinas e confetes, restos de festa que vão dar na rua, formam uma lama colorida que atestam que ainda há foliões.
Bom o tempo, e não me chamem de saudosista, mas bom mesmo era o tempo quando eu me incluía na categoria foliã, durante os carnavais.
Isto durou uns breves 20 anos.
Nem sei se gostava muito quando era menina, minhas filhas odiavam, mas apareço sorridente, fantasiada, junto a uns poucos primos e vizinhos, nas fotos dos bailinhos do clube do bairro, no caso o São João , de Jundiaí, vizinho à casa dos avós na Ponte. Na lembrança, os pés num emaranhando de serpentina e algum confete grudado na língua.
Quem viveu reconhecerá!
Depois, adolescente, crescidinha, e devidamente autorizada pelos tenros e debutantes 15 anos, lembro-me que a-ma-va.
Grêmio , Jundiaiense, bloquinhos, carnaval de rua em Jundiaí.
Recreativa, Regatas, Iate, Vale do Sol, por aqui, universitária na terra do Ribeirão Preto.
Cada cidade tem sua característica.
Em Jundiaí a festa nos clubes era muito mais animada do que em Ribeirão.
Todos iam fantasiados, grupos de meninas, de rapazes , mistos, pequenos, grandes, de qualquer tamanho.
Não repetíamos trajes nas cinco noites e nas duas matinês.
Sabíamos as letras das músicas, antigas e novas, na ponta da língua.
Paquerar era a norma, tudo na brincadeira.
Drogas eram poucas, minha turma não era disso.
Cuba libre, o lindo Campari, cervejinhas no copo de papelão para minimizar os inevitáveis estragos.
Tinha os conhecidos e os desconhecidos, que poderiam se tornar conhecidos, através dos amigos, tipo afilhado da irmã da minha cunhada, ou num reconhecimento imediato no primeiro dia de aula.
Uma vez aconteceu: a colega que estava sentada na carteira na minha frente na escola tinha, presas na sola do seu sapato de plástico transparente, as contas do meu colar de carnaval que arrebentou no baile de domingo à noite, prejudicando o figurino.
Na cidade menor é difícil ser estranho.
Em Ribeirão, o pessoal era mais informal, o traje era short e camiseta e o salão era um deserto comparado à piscina.
Continuava sabendo as músicas de cor, mas a paquera já não existia, eram poucos os conhecidos, e desconhecidos podem não entender de brincadeiras de carnaval.
Tentei algumas vezes, até depois de casada, mas a festa nunca mais foi animada, na última vez, então, tive que ouvir rock no salão.
Me poupem!!
Carnaval , por ora, só na televisão.
Eliane Ratier, preparando um pijama bem colorido para acompanhar os desfiles das escolas de samba, arrastando o sofá e enrolando o tapete para sambar junto. Esquindô!!


segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

Livros- Instantâneos Líricos- Sônia Albuquerque



Sônia é , em primeira manifestação artística, artista plástica .
Uma artista plástica de múltiplas técnicas que ora surgem puras e ora se interligam sem limites.
Agregou a palavra às suas artes e agora traz no livro a palavra, mas não pura, por ela delicadamente ilustrada.
Assim é a escrita de Sônia Albuquerque, abrangente,tratando do visto, do sentido e do intuído.
Uma felicidade ver suas manifestações.

Inútil

Branco e inútil
segue o poema
a pairar no ar

Branca e inútil
segue a poeta
que insiste em sonhar


O livro foi lançado em 2018 e eu tive a alegria de ser presenteada com um exemplar pela autora no dia de sua posse na Academia de Letras e Artes de Ribeirão Preto , também em 2018.
Instantâneos Líricos- Editora Funpec- o livro pode ser encontrado com a autora ou na editora.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

Livros- Um planeta chamado bar- Zéluiz de Oliveira



Versos deste meu amigo que os distribui, generoso, e faz nossa vida mais completa com o seu olhar e suas lembranças.
Zéluiz é escritor sertanezino, ator e autor teatral. Meu irmão em signo zodiacal, e gostos poéticos que envolvem Fernando Pessoa e outros grandes e nobres poetas.
Homem da cultura, atualmente a serviço, muito adequado, da administração pública, nosso sempre anfitrião em Sertãozinho.
O  meu livro foi presente do autor, durante a Feira do Livro de Sertãozinho em 2018, editado pela Legis Summa em 2017, pode ser encontrado com o autor.

Deixo aqui um dos poemas para o deleite dos leitores.