sexta-feira, 1 de março de 2019

Carnaval





Carnaval

Carnaval chove, as serpentinas e confetes, restos de festa que vão dar na rua, formam uma lama colorida que atestam que ainda há foliões.
Bom o tempo, e não me chamem de saudosista, mas bom mesmo era o tempo quando eu me incluía na categoria foliã, durante os carnavais.
Isto durou uns breves 20 anos.
Nem sei se gostava muito quando era menina, minhas filhas odiavam, mas apareço sorridente, fantasiada, junto a uns poucos primos e vizinhos, nas fotos dos bailinhos do clube do bairro, no caso o São João , de Jundiaí, vizinho à casa dos avós na Ponte. Na lembrança, os pés num emaranhando de serpentina e algum confete grudado na língua.
Quem viveu reconhecerá!
Depois, adolescente, crescidinha, e devidamente autorizada pelos tenros e debutantes 15 anos, lembro-me que a-ma-va.
Grêmio , Jundiaiense, bloquinhos, carnaval de rua em Jundiaí.
Recreativa, Regatas, Iate, Vale do Sol, por aqui, universitária na terra do Ribeirão Preto.
Cada cidade tem sua característica.
Em Jundiaí a festa nos clubes era muito mais animada do que em Ribeirão.
Todos iam fantasiados, grupos de meninas, de rapazes , mistos, pequenos, grandes, de qualquer tamanho.
Não repetíamos trajes nas cinco noites e nas duas matinês.
Sabíamos as letras das músicas, antigas e novas, na ponta da língua.
Paquerar era a norma, tudo na brincadeira.
Drogas eram poucas, minha turma não era disso.
Cuba libre, o lindo Campari, cervejinhas no copo de papelão para minimizar os inevitáveis estragos.
Tinha os conhecidos e os desconhecidos, que poderiam se tornar conhecidos, através dos amigos, tipo afilhado da irmã da minha cunhada, ou num reconhecimento imediato no primeiro dia de aula.
Uma vez aconteceu: a colega que estava sentada na carteira na minha frente na escola tinha, presas na sola do seu sapato de plástico transparente, as contas do meu colar de carnaval que arrebentou no baile de domingo à noite, prejudicando o figurino.
Na cidade menor é difícil ser estranho.
Em Ribeirão, o pessoal era mais informal, o traje era short e camiseta e o salão era um deserto comparado à piscina.
Continuava sabendo as músicas de cor, mas a paquera já não existia, eram poucos os conhecidos, e desconhecidos podem não entender de brincadeiras de carnaval.
Tentei algumas vezes, até depois de casada, mas a festa nunca mais foi animada, na última vez, então, tive que ouvir rock no salão.
Me poupem!!
Carnaval , por ora, só na televisão.
Eliane Ratier, preparando um pijama bem colorido para acompanhar os desfiles das escolas de samba, arrastando o sofá e enrolando o tapete para sambar junto. Esquindô!!


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