quinta-feira, 10 de abril de 2025

Papel

Eu e o papel


Carrego a sina de burocrata, meu pai em sua função. 

Reutilizo papéis como rascunho desde sempre. 

Papel era coisa rara na minha vida de criança. 

Papel era para jornal, revista, livros e cadernos , sagrados porque serviam ao estudo. 

O papel cotidiano era aquele que embrulhava o pão, claro e limpo pois servia ao alimento. 

Depois da nobre serventia virava suporte para desenhos e rabiscos, receitas, recados, contas matemáticas, algum endereço divulgado no rádio.

Nestes tempos eu morava na Vila Tibério, estudava no extinto Lar Santana e no Sinhá Junqueira. 

Meu coração se comove frente as recordações. 

Nos tempos de hoje há mais papel do que se possa aproveitar. 

Opto por contas on-line, dispenso tickets de compras, leio livros de empréstimo ou virtuais, em nome da economia dos recursos naturais. 

Voltei à Vila Tibério em muitas ocasiões, era caminho da faculdade e da minha casa. 

Trabalhei nas escolas e no posto de saúde do bairro, acariciei com o olhar os muros do abandonado Lar Santana, subi , a trabalho, a escada de madeira da escola Sinhá Junqueira , estive na igreja para uma missa de sétimo dia. 

Sou grata por ter visitado todos estes lugares da minha criança. 🥰🥰


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