quarta-feira, 26 de julho de 2017

Feira do Livro 2017, Combinando Palavras

Sete  e pouco da matina, nos camarins, Heloísa Alves, Laura Abad, da equipe organizadora e eu, Eliane Ratier



A Feira! Ah, a Feira!
Desafios e surpresas, emoções e encontros inigualáveis acontecem nos dias de Feira.
Neste ano não foi diferente, mas houve algo muito especial.
Como nos outros anos apresentei, no palco do Teatro PedroII,  o Projeto Combinando Palavras da escola Otoniel Mota. Um verdadeiro presente para mim.
 O projeto nasceu por iniciativa de professores da escola, entre eles Heloísa Alves, coração, alma e braços do projeto,  que propuseram aos seus alunos,  um trabalho de escrita baseado na vida e obra de um autor por eles escolhido.
O resultado vinha em forma de prosa, poesia e vídeos ampliando as possibilidades de manifestação e exercício dos alunos.
Depois virava livro que era lançado no palco do teatro, tendo os próprios alunos como palco e platéia, num movimento inspirador.
Neste ano o projeto transbordou, excedeu os limites dos muros da escola e foi oferecido, pelas mãos da Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto, a todas as escolas estaduais da região.
Foram mais de quarenta escolas, milhares de alunos e meia centena de professores conhecendo a vida e obra de cinco ícones da literatura nacional, e produzindo uma infinidade de trabalhos baseados neste conhecer.
Costumo dizer que este é um projeto de "Sins" e quando um "sim" se faz ouvir há sempre uma grande mágica de proporções indefiníveis.
O "sim" é o gatilho para uma série de ações que tem uma direção e infinitos caminhos.
Para o professor é muito mais fácil seguir a programação oficial da escola. Aceitar um projeto significa mais trabalho, trabalho extra, não contabilizado, nem oficialmente avaliado.
O professor que diz "sim" expressa sua coragem e seu amor ao ofício e aos alunos.
Foram cinquenta professores que aceitaram o desafio.
Foram cinco autores escolhidos, de máxima expressão no meio literário, alguns da Academia Brasileira de Letras,  todos longevos, na casa dos 80 :  Ignácio de Loyola Brandão, Nélida Pignon, Lya Luft, Zuenir Ventura e Luiz Fernando Veríssimo.
Foram cinco mil adolescentes que se manifestaram de diversas formas com grande criatividade e dedicação e para coroar o trabalho tiveram um encontro marcado, no teatro, com o autor trabalhado.
Incrédulos professores e alunos, lotaram o teatro, em cinco manhãs,  para uma grande homenagem aos autores.
Incrédulos ficamos nós, eu , apresentadora, e a própria organização do evento, com a capacidade de ordem, respeito, e manifestação consciente e carinhosa dos alunos adolescentes.
Alguns alunos subiram ao palco representando as escola de posse de questões que moveram a roda da curiosidade  e dádivas sinceras criando momentos de raríssima e única felicidade.
Nas outras salas, durante a Feira, muitas questões de educação eram debatidas com o  desânimo e a descrença costumeira com que são encaradas.
Nós, que testemunhamos os belos encontros do "Combinando" éramos os portadores da esperança que vimos concretizada sob nossos olhos.
O mundo tem jeito sim, não está perdido, é possível fazer algo desde que haja desejo e motivo.
O "Combinando" foi um sucesso que partilharei com vocês por aqui, recordando, enlevada, com o pensamento no futuro, no Combinando 2018.
Acompanhem!!
PS: Em nossa defesa, na foto, quero dizer que as sessões começavam às 8h, chegávamos às 7, convidados e alunos perto de 7h30, muito cedo para todos, ainda mais para o pessoal que trabalhou na organização que mudou de endereço por 10 dias, morando na Feira.

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