quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Reduzindo




Sou dentista de formação, vocês sabem, anos trabalhando em espaços mínimos sobre uma cadeira de rodinhas, mocho, que vira para lá e para cá, para ter tudo à mão bem  rapidinho, sem precisar me levantar.
Assim que ando querendo minhas coisas.
Tudo pertinho e ao alcance da mão.
Está certo que isso está criando um certo sedentarismo,  afetando a minha saúde e o meu visual, mas não desistirei da ideia.
Minha casa , não é de hoje, virou "curva de rio".
Expandi, reduzi, herdei, inaugurei, encerrei, desmembrei, acolhi, e todos os restos das mudanças vieram parar aqui.
Tenho coisas de todas as fases, algumas nem minhas são, e estão aqui, sob guarda e responsabilidade do meu ser.
Por isso irei, devagar, devolver-lhes o destino, o uso , o reuso, o lixo.
Cada coisa, feliz em seu propósito, e eu feliz com isso.
Reduzida em matéria.
Outra coisa que contribuirá para esta redução, desta vez não sem lágrimas, será a tecnologia.
Os papéis, gravuras, reportagens e quetais que tenho guardado, como relíquias, podem muito bem serem encontradas no meio virtual, e se lá não estiverem , posso eu mesma colocá-los lá, se ainda achar que são de alguma importância, tamanha a velocidade evolutiva do tudo.
Papéis são meu xodó, mas também eles irão.
Recentemente pus uma coleção de jornais, assinados e intactos, fora, sem titubear.
Com eles agirei como autômata, desconsiderarei a emoção, serei pragmática e extremista.
Limpeza feita, haverá espaço desimpedido para o correr das rodinhas da minha cadeira de escritório, não mais mocho.
Feita a limpeza terei ambientes agradáveis e sadios, porque felizes e em uso, e eu mais feliz ainda com isso.
Quero menos para aproveitar tudo.

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