terça-feira, 19 de maio de 2020

Eu e o Covid 19- 3






Eu e o Covid 19-3
Nestes quarenta dias do isolamento, maior tempo para os idosos, muitas coisas foram testadas e abandonadas. Algumas nem chegaram a ser incorporadas como deveriam e penso que ainda precisam ser trabalhadas. Algumas precisam de reforço de atitude, mas penso que estamos indo bem.
Meus pais sentiram muito a mudança.
Cessaram os passeios nas praça , as idas ao mercado e ao comércio, até a ida aos médicos que , felizmente, já tínhamos completado em nossa rotina de acompanhamento.
O número e a frequência dos ajudantes diminuíram, minha presença aumentou.
Às vezes eles até duvidam do que está acontecendo, há movimento na rua, mas as notícias na tv não admitem mentiras.
O vírus está ai, invisível e mortal, e eles são grupo de risco, alvo.
Resta-nos a rotina do acordar e dormir, cuidar da higiene própria e da casa, pegar um solzinho e um ar na sacada, ver o verde e os pássaros lá fora, fiscalizar o trânsito local, tomar café da manhã, almoçar, jantar, lanchar muitas vezes, ver tv, ver fotos antigas, falar com a família pelas chamadas de vídeo, ver filminhos e fotos que a família faz especialmente para os avozinhos e nos alegrar com os aniversários e nascimentos que acontecem nas famílias dos ajudantes, nossa família estendida.
Visto assim, nesta lista, parece muito, mas sobra tempo e saudade.
Há coisas que não podem ser fornecidas , precisam ser descobertas dentro de cada um.
A privação das visitas é algo pesado para eles, a família está distante, em outra cidade e teme o contato, temem trazer o vírus , temor fundamentado.
Muitas questões a administrar, questões a responder, responsabilidade a partilhar.
Fiquemos bem.
Em casa.

Eliane Ratier, sempre com muita coisa por fazer.

2 comentários:

  1. E nós de cá estamos acompanhando atentos e por vezes aflitos com as notícias, os desmandos de quem deveria nos guiar a um lugar possivelmente mais seguro, mas que não consegui ler a bússola, se atrapalha com os mapas...enfim seguimos buscando estar seguros, deixar o próximo seguro e vida que segue. A distância dos familiares idosos ou não, é um exercício de paciência e de fé que td passa. Passei a exercer minha fé de modo mais rotineiro , sempre ao meio-dia com os colegas do ambulatório que tiveram a iniciativa e por fim, cada semana graças a Deus, todos nós continuamos a nós proteger em atitudes ema perseverança da fé que td vai passar.Fiquem bem para um carinhoso abraço em breve

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