Ontem , na Paraler do Ribeirão Shopping, fizemos um sarau em homenagem à Vinícius de Moraes.
O momento foi de encantamento e paz, com Eula e Alessandro trazendo a boa música de Vinícius, os poetas lendo seus poemas homenagem , inspirados por ele, o pessoal do Clube de Leitura da Palavra Mágica, demonstrando seu interesse e envolvimento entusiasta com a literatura, a presença de novos convivas que prometem voltar, e o amigo Loureiro registrando tudo com a sua super máquina.
Ainda bem porque a minha me deixou na mão, estava sem pilhas.
Deixo aqui o texto de abertura e colocarei em breve os poemas dos escritores de casa sobre o assunto.
" e o dia amanheceu em paz"
Sarau Vinícius de Moraes- 03 de agosto de 2010 - Paraler
A benção Marylene, e povo da Paraler
Com vossa benção meu público
Com vossa benção artistas, músicos, escritores, atores, que foram por Oxalá ungidos, por Xangô tocados, mandados à servir ao mundo com a beleza de seus atos
A benção Iemanjá, rainha
A benção Iansã, madrinha
A benção poetinha
É assim , como você costumava fazer no seu tempo, que abro este singelo tributo à sua memória.
Foi num 09 de julho , há 30 anos atrás que Vinícius nos deixou.
Eram 5 da manhã, estava trabalhando nas letras da Arca de Noé, seu musical infantil, resolveu que era hora de uma pausa, escolheu um de seus gostos,( ele os tinha muitos, wisky, cigarro, mulheres, amigos) optou por um banho de banheira, e foi ali que morreu.
Acudiram-no a nona mulher, Gilda, e o parceiro da hora, Toquinho.
Foi-se a carne do poeta, compositor, dramaturgo, mas sua obra o perpetua e assim revivendo-a , celebramos seu legado , sua vida.
Vinícius é de 1913, carioca, seus pais tinham dons musicais, um pé na boemia.
O segundo de quatro irmãos, o escolhido para ter uma educação de primeira.
Formou-se advogado, tornou-se funcionário público, ganhou uma bolsa para estudar no exterior, abriu as portas do mundo, colaborou para jornais e revistas, passou no concurso do Itamaraty ,foi diplomata, já era poeta, e a música lhe era latente.
Foi pródigo em amizades, era o poeta dos amigos, dos encontros. Vivia cercado de gente, muitas vezes bem mais nova do que ele, aprendizes que bebiam na fonte de Vinícius: Nara Leão, Edu Lobo, Chico Buarque , Miúcha, os parceirinhos Tom Jobim, João Gilberto, Baden Powell , Carlos Lyra, Francis Hime, Toquinho, além dos clássicos, Pixinguinha e Ary Barroso, e mais um tantão de gente.
Tinha horror à solidão, cercava-se dos amigos até para dormir.
Era movido à paixão.
Casou-se nove vezes na esperança vã de perpetuá-la.
E é à estas nove mulheres oficiais, Tati, Regina, Lila, Maria Lúcia, Nelita,Cristina, Gesse, Marta e Gilda, e muitas outras extra oficiais, que somos gratas por fornecerem ao poetinha sua inspiração.
O caso do “poetinha”, usado pejorativamente por alguns, era na verdade a reciprocidade carinhosa com a qual Vinícius era tratado por seus pares,que recebiam dele tatibitates em diminutivo, menininho, parceirinho, beijinho, amorzinho, paizinho.
A poesia inicial de Vinícius era marcada pelo classicismo, e temas elevados.
Mesmo quando seu verso se popularizou, não abandonou a forma. Seus sonetos estão entre sua poesia mais apreciada.
Esteve entre os grandes, Carlos Drummond, Neruda, João Cabral, conviviam, se gostavam, eram “chapas”.
Como compositor, foi o precursor da Bossa Nova. Com o samba Chega de Saudade, em parceria com Tom Jobim, no violão de João Gilberto e na voz de Elizete Cardoso, lançou nova e universal moda. Inédita na forma e no conteúdo dos versos da canção, ninguém falava assim, em música, com o despojamento e naturalidade, coloquialidade e diminutivos.
Nascia aí a Bossa Nova.
Como Vinícius era diplomata, suas apresentações musicais eram algo incômodas para seus superiores. Havia então, algumas regras. Vinícius se apresentaria de terno e gravata e não poderia receber por isso.
Os afro sambas, outra invenção de Vinícius
Quando Baden lhe apresentou os cantos do Candomblé, sua paixão foi instantânea, e surgiu assim, toda um cancioneiro inspirado no Candomblé e sua mitologia. Canto de Ossanha e Berimbau, são bons exemplos.
Morou na Bahia, casou- se como uma baiana, era iniciado nos terreiros, reverenciado pelas mães de santo.
Ungido e protegido.
E tinha o teatro, com Orfeu da Conceição, Pobre Menina Rica, que eram inovadores e corajosos em sua temática e cunho social, muito em voga nos anos 60.
Vinícius é um clássico.
Um homem inquieto, que transformou sua inquietude em versos de rara beleza.
E nós, somos os privilegiados por tê-lo.
Numa entrevista, na véspera de sua morte, responde á pergunta do repórter: “ Você está com medo da morte?. Não meu filho, eu não estou com medo da morte, estou é com saudades da vida”.
Marcus Vinitius da Cruz e Mello Moraes
http://www.viniciusdemoraes.com.br/
http://eliane.ratier.zip.net/
http://elianeratier.blogspot.com/
A benção Marylene, e povo da Paraler
Com vossa benção meu público
Com vossa benção artistas, músicos, escritores, atores, que foram por Oxalá ungidos, por Xangô tocados, mandados à servir ao mundo com a beleza de seus atos
A benção Iemanjá, rainha
A benção Iansã, madrinha
A benção poetinha
É assim , como você costumava fazer no seu tempo, que abro este singelo tributo à sua memória.
Foi num 09 de julho , há 30 anos atrás que Vinícius nos deixou.
Eram 5 da manhã, estava trabalhando nas letras da Arca de Noé, seu musical infantil, resolveu que era hora de uma pausa, escolheu um de seus gostos,( ele os tinha muitos, wisky, cigarro, mulheres, amigos) optou por um banho de banheira, e foi ali que morreu.
Acudiram-no a nona mulher, Gilda, e o parceiro da hora, Toquinho.
Foi-se a carne do poeta, compositor, dramaturgo, mas sua obra o perpetua e assim revivendo-a , celebramos seu legado , sua vida.
Vinícius é de 1913, carioca, seus pais tinham dons musicais, um pé na boemia.
O segundo de quatro irmãos, o escolhido para ter uma educação de primeira.
Formou-se advogado, tornou-se funcionário público, ganhou uma bolsa para estudar no exterior, abriu as portas do mundo, colaborou para jornais e revistas, passou no concurso do Itamaraty ,foi diplomata, já era poeta, e a música lhe era latente.
Foi pródigo em amizades, era o poeta dos amigos, dos encontros. Vivia cercado de gente, muitas vezes bem mais nova do que ele, aprendizes que bebiam na fonte de Vinícius: Nara Leão, Edu Lobo, Chico Buarque , Miúcha, os parceirinhos Tom Jobim, João Gilberto, Baden Powell , Carlos Lyra, Francis Hime, Toquinho, além dos clássicos, Pixinguinha e Ary Barroso, e mais um tantão de gente.
Tinha horror à solidão, cercava-se dos amigos até para dormir.
Era movido à paixão.
Casou-se nove vezes na esperança vã de perpetuá-la.
E é à estas nove mulheres oficiais, Tati, Regina, Lila, Maria Lúcia, Nelita,Cristina, Gesse, Marta e Gilda, e muitas outras extra oficiais, que somos gratas por fornecerem ao poetinha sua inspiração.
O caso do “poetinha”, usado pejorativamente por alguns, era na verdade a reciprocidade carinhosa com a qual Vinícius era tratado por seus pares,que recebiam dele tatibitates em diminutivo, menininho, parceirinho, beijinho, amorzinho, paizinho.
A poesia inicial de Vinícius era marcada pelo classicismo, e temas elevados.
Mesmo quando seu verso se popularizou, não abandonou a forma. Seus sonetos estão entre sua poesia mais apreciada.
Esteve entre os grandes, Carlos Drummond, Neruda, João Cabral, conviviam, se gostavam, eram “chapas”.
Como compositor, foi o precursor da Bossa Nova. Com o samba Chega de Saudade, em parceria com Tom Jobim, no violão de João Gilberto e na voz de Elizete Cardoso, lançou nova e universal moda. Inédita na forma e no conteúdo dos versos da canção, ninguém falava assim, em música, com o despojamento e naturalidade, coloquialidade e diminutivos.
Nascia aí a Bossa Nova.
Como Vinícius era diplomata, suas apresentações musicais eram algo incômodas para seus superiores. Havia então, algumas regras. Vinícius se apresentaria de terno e gravata e não poderia receber por isso.
Os afro sambas, outra invenção de Vinícius
Quando Baden lhe apresentou os cantos do Candomblé, sua paixão foi instantânea, e surgiu assim, toda um cancioneiro inspirado no Candomblé e sua mitologia. Canto de Ossanha e Berimbau, são bons exemplos.
Morou na Bahia, casou- se como uma baiana, era iniciado nos terreiros, reverenciado pelas mães de santo.
Ungido e protegido.
E tinha o teatro, com Orfeu da Conceição, Pobre Menina Rica, que eram inovadores e corajosos em sua temática e cunho social, muito em voga nos anos 60.
Vinícius é um clássico.
Um homem inquieto, que transformou sua inquietude em versos de rara beleza.
E nós, somos os privilegiados por tê-lo.
Numa entrevista, na véspera de sua morte, responde á pergunta do repórter: “ Você está com medo da morte?. Não meu filho, eu não estou com medo da morte, estou é com saudades da vida”.
Marcus Vinitius da Cruz e Mello Moraes
http://www.viniciusdemoraes.com.br/
http://eliane.ratier.zip.net/
http://elianeratier.blogspot.com/
Eu ali, sentado, ouvindo o poetinha
ResponderExcluirEu ali, atento, procurando descobrir mais
Eu ali, sem ele, com ele
Com todos os outros
Todos, cada um deles
com um pouco
dele.
Parabéns Eliane... Gostei muito dessa noite com Vinícius de Moaraes.