terça-feira, 24 de agosto de 2010
A virulência do mau humor
Ok, eu sei que ficar em fila é chato, mas há alguns lugares, em certas ocasiões, mesmo que ocasionalmente,em que isso acontece.
Frequento o correio aqui perto de casa.
É coisa minha, arcaica, escrevo cartas à mão e as mando pelo correio, por isso sei horários de postagem, tempo de entrega e hora que o carteiro passa em minha casa e na casa dos correspondentes.
Digo que, depois da terceirização, nem sei se é esse o termo, que agora sofre alguma polêmica, por conta de alguma nova regra, etc.., os correios se tornaram confiáveis e ágeis, portanto defendo este formato, pois me utilizo do serviço.
O correio daqui de perto, costuma ter fila , alguns dias, mas não há falta de funcionários, e possui um ar condicionado redentor que transforma a espera num aprazível descanso.
Hoje havia fila, nada extraordinária, e eis que a pessoa que estava atrás de mim, logo ao estancar seus passos, se pôs à reclamar da demora, do desrespeito e da ausência de gerente à tomar as providências cabíveis.
Disposta á não estragar o meu dia com neuras alheias, fingi uma surdez plena, o que não foi suficiente para estancar o gralhar mal humorado do ser ao meu lado.
Julguei que, se não tivesse ouvintes, pararia de falar, se não houvesse platéia, não haveria espetáculo.
Julguei mal, pois não satisfeita em vociferar asneiras pediu-me que lhe guardasse o lugar pois iria procurar,alguém de poder, para garantir seu "direito".
Virei-lhe acintosamente as costas e voltei meu pensar às pequenas maravilhas que se percebe numa fila.
Uma criança de colo que sorri, uma senhora em traje alegre e elegante, uma moça de vestido, office boys com fones de ouvido e pilhas de pacotes, as funcionárias atentas à fila, ao trabalho, à demora e à desagradável reclamante.
Pouco foi o tempo de diversão, menos de 10 minutos, e logo fui chamada, junto com a digníssima e mal humorada senhora, que insatisfeita por não achar adeptos á sua demanda, continuou a ladainha no ouvido da paciente atendente.
Cuidado, caros amigos, para naõ cair em armadilhas.
Mal humor é contagioso.
Sorte que ali todos estavam muito bem informados, e por isso vacinados, e assim que a doente deixou o recinto todos sorriram aliviados.
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Eliane, esse texto pode ser uma crônica do cotidiano, mas com certeza é material farto para um bom conto. Que dia!!!
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