Então foi hoje, 04 de janeiro de 2011, que fiquei sabendo que o amigo Dário Mega, havia falecido durante o final de semana e que já havia sido enterrado.
Tentei me lembrar de uma opereta para cantarolar mentalmente sem sua homenagem, mas nada me ocorreu na hora.
Agora me vem a letra craquelada de " Lábios que beijei" na voz de Orlando Silva, talvez esta sirva.
Dário era médico pediatra. Idoso sem aparentar. Fazia expediente diário na Santa Casa mesmo depois de aposentado da prefeitura, que foi onde nos conhecemos, no meu primeiro lugar de trabalho, o posto do Castelo Branco, em Ribeirão Preto.
Eu dentista novata, Dário médico para lá de experimentado.
Minha sala era em frente a dele e ele frequentemente acabava o serviço antes de mim. por isso vinha sentar-se à mesa da secretária e ficava por ali contando causos e cantando as operetas que me encantavam, proporcionando ao paciente da vez, música ao vivo.
Tinha um bela voz e contava da vida no Rio de Janeiro e da dúvida entre a medicina e a carreira de cantor. Tudo ali na rádio Nacional, na Cinelândia.
Eu sou muito boa platéia e adorava tê-lo por perto. Aprendi muito com ele sobre este gênero musical, das operetas, único e esquecido.
Saí do posto de pois de 1 ano e meio, fui para uma escola, um fazer solitário, sem colegas da saúde. Outro fazer.
Mas continuamos nos encontrando nos bailes anuais da Unimed, cooperativa médica da qual meu marido faz parte.
Era como se fosse para conferir que estávamos ambos sobre a terra, respirando e rindo, e reafirmar nosso prazer em nos ver.
Já fazia alguns anos que não o via nos bailes, nem pelas ruas, e não sabia notícias suas.
Acho que o que havia para saber já era parte do meu ser.
Vou procurar a letra da música para deixar aqui com vocês junto com esta linda histórinha.
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