quinta-feira, 30 de setembro de 2010
CPFL cultural
Amigos, outro bom programa foi a CPFL cultural deste último dia 28.
Foi minha primeira vez lá.
É tudo muito bonito, organizado e acolhedor.
A CPFL está promovendo uma série de leituras dramáticas com atores de São Paulo, que já realizam este trabalho, O "Letras em Cena", no MASP, às segundas feiras.
Vieram Elke Maravilha, Clóvys Tôrres e o diretor Rubens Curi, para ler " O sonho de um homem ridículo " de Dostoiévsky.
De temática clássica e universal, o conto adaptado para o teatro,é por demais atual e como todo teatro, nos confronta conosco através dos personagens.
Elke é a figura querida de sempre, Clóvis é dono de uma bela voz e Rubens, o diretor, é o responsável para que tudo aconteça no tom, no clima por ele planejado.
Além do evento em si, havia gente querida, abraços, encontros, palavras no entorno.
Não percam os próximos. Eu, não vou perder.
http://www.cpflcultura.com.br/site/2010/08/02/o-sonho-de-um-homem-ridiculo-3/
quarta-feira, 29 de setembro de 2010
Fernando Fiorese no serão do Cauim (Menalton)
Gente! Isso aqui tá ficando muito bom!
Choveu e esfriou mas fomos lá conhecer o poeta de Minas.
Bem,o Bossa Nossa, o delicioso coro cênico que voces conhecem, e quem não conhece que corra para conhecer, fez a abertura, com trechos do seu espetáculo sobre Adoniram.
Nas vozes visitamos lugares e tempos outros em pleno encantamento.
Uma das que mais gostei foi Vila Esperança. Deêm uma olhada na letra.
Invocou-me sensações que eu vivi, ou que imaginei viver, e que infelizmente, ou sabe se lá o quê, as filhas não viverão. Poderão elas imaginar?
Vila Esperança
(ADONIRAN BARBOSA / MARCOS CÉSAR)
Vila Esperança, foi lá que eu passei
O meu primeiro carnaval
Vila Esperança, foi lá que eu conheci
Maria Rosa, meu primeiro amor
Como fui feliz, naquele fevereiro
Pois tudo para mim era primeiro
Primeira rosa, primeira esperança
Primeiro carnaval, primeiro amor criança
Numa volta no salão ela me olhou
Eu envolvi seu corpo em serpentina
E tive a alegria que tem todo Pierrot
Ao ver que descobriu sua Colombina
O carnaval passou, levou a minha rosa
Levou minha esperança, levou o amor criança
Levou minha Maria, levou minha alegria
Levou a fantasia, só deixou uma lembrança
Bom, depois do Bossa, foi a hora e a vez do escritor e professor Fernando Fiorese falar.
Fernando leu seus poemas e os comentou ilustrando, elucidando, dando-nos pistas de seus significados reais.
Depois comentou, ao responder perguntas, sobre a mineiridade múltipla( uai, minero num é tudo igual não, sô!), sobre as muitas vozes que o autor pode emprestar de seus personagens, sobre suas influências, carreira, e teoria literária.
Super bom, muito proveitoso e instigante.
Deixo com voces um poema do Fernando Fiorese.
Mes que vem tem mais serão literário.
NELSA, ENQUANTO COSTUREIRA
De corpo entendo.
O que me escapa
são os remendos
que amiúde pedem,
como se eu pudesse
costurar para dentro.
Um alfinete
é a dor que posso.
De roupa entendo.
O que me espanta
é porque tão ciosas
de esconder a nódoa,
quando um corpo
existe pelas dobras.
Um alfinete é pouco
para ensiná-las.
Choveu e esfriou mas fomos lá conhecer o poeta de Minas.
Bem,o Bossa Nossa, o delicioso coro cênico que voces conhecem, e quem não conhece que corra para conhecer, fez a abertura, com trechos do seu espetáculo sobre Adoniram.
Nas vozes visitamos lugares e tempos outros em pleno encantamento.
Uma das que mais gostei foi Vila Esperança. Deêm uma olhada na letra.
Invocou-me sensações que eu vivi, ou que imaginei viver, e que infelizmente, ou sabe se lá o quê, as filhas não viverão. Poderão elas imaginar?
Vila Esperança
(ADONIRAN BARBOSA / MARCOS CÉSAR)
Vila Esperança, foi lá que eu passei
O meu primeiro carnaval
Vila Esperança, foi lá que eu conheci
Maria Rosa, meu primeiro amor
Como fui feliz, naquele fevereiro
Pois tudo para mim era primeiro
Primeira rosa, primeira esperança
Primeiro carnaval, primeiro amor criança
Numa volta no salão ela me olhou
Eu envolvi seu corpo em serpentina
E tive a alegria que tem todo Pierrot
Ao ver que descobriu sua Colombina
O carnaval passou, levou a minha rosa
Levou minha esperança, levou o amor criança
Levou minha Maria, levou minha alegria
Levou a fantasia, só deixou uma lembrança
Bom, depois do Bossa, foi a hora e a vez do escritor e professor Fernando Fiorese falar.
Fernando leu seus poemas e os comentou ilustrando, elucidando, dando-nos pistas de seus significados reais.
Depois comentou, ao responder perguntas, sobre a mineiridade múltipla( uai, minero num é tudo igual não, sô!), sobre as muitas vozes que o autor pode emprestar de seus personagens, sobre suas influências, carreira, e teoria literária.
Super bom, muito proveitoso e instigante.
Deixo com voces um poema do Fernando Fiorese.
Mes que vem tem mais serão literário.
NELSA, ENQUANTO COSTUREIRA
De corpo entendo.
O que me escapa
são os remendos
que amiúde pedem,
como se eu pudesse
costurar para dentro.
Um alfinete
é a dor que posso.
De roupa entendo.
O que me espanta
é porque tão ciosas
de esconder a nódoa,
quando um corpo
existe pelas dobras.
Um alfinete é pouco
para ensiná-las.
Autor no Parque- 26/09
clique na foto e veja o álbum
Meninos, nem a chuva empanou nosso brilho!
Foi assim, choveu e como uma benção, ainda chove, mas aos autores se reuniram da mesma forma, com ligeiro deslocamento de lugar.
O Instituto do Livro achou melhor não montar as barracas de troca de livros e dos contadores, por conta do binômio perigoso, livro X umidade, então ficamos por ali mesmo na lanchonete, abrigadinhos da chuva.
Estávamos, eu , Tadeu Ricci, Helena Agostinho, Leda Pereira, Adhemir Martins e o amigo ator Bruno.
Por uma iniciativa da Leda começamos à ler textos nossos e de outros autores.
Fizemos uma roda de poesia.
Helena e Bruno arriscaram uns passos de dança, e se saíram maravilhosamente bem, alegrando nosso encontro.
A platéia flutuante, ia e vinha à lanchonete, parava para uma espiada e seguia em frente, mas o nosso recado foi dado, e mesmo com chuva, agregamos beleza em forma de palavras, ao já belo lugar.
Domingo que vem tem mais, mesmo com eleição.
Estão todos convidados
Autor no Parque
domingo, 11 horas
parque Maurílio Biagi
Deixo aqui um dos meus poemas lido na ocasião e que fala , de alguma forma, sobre as eleições.
Notícias Poéticas- outubro
É outubro...
Oro devoto à Nossa Senhora,
Padroeira da Pátria.
Peço paz ao país,
Peço o fim
Das guerras informais, políticas e imorais
De grande alcance e longa duração.
Valei-me Nossa Senhora!
Valei-me todos os santos de plantão!
Ou sem lágrimas ficarei
E adentrarei Novembro,
Olhos secos de emoção.
Eliane Ratier
sexta-feira, 24 de setembro de 2010
Autor no Parque- 19 de setembro
clique na foto para ver todo o álbum
Aconteceu no Autor do Parque, domingo passado.
Levei alguns poemas infantis para dizer para as crianças que estavam com os contadores e os coloquei no varal poético.
Cecília Meireles e Vinícius de Moraes foram os escolhidos.
Saudei a primavera com um poema próprio.
O prof Nilton Manoel montou no varal, uma pequena exposição sobre o Cordel.
Wanda Duarte e Elisa Alderani levaram sua produçaõ para apreciaçaõ do público.
Aprendi, como sempre.
O prof Nilton, presenteou uma das espectadoras com um livro de cordel, em branco, como incentivo à prática.
Edwaldo, do Instituto do Livro, esteve por ali acompanhando tudo de pertinho.
E assim, está acontecendo o Autor no Parque.
Fica o convite para os escritores e apreciadores:
Domingos, 11 horas, Parque Maurílio Biagi
Deixo aqui um Vinícius de primavera
As Borboletas
Brancas
Azuis
Amarelas
E pretas
Brincam
Na luz
As belas
Borboletas
Borboletas brancas
São alegres e francas.
Borboletas azuis
Gostam muito de luz.
As amarelinhas
São tão bonitinhas!
E as pretas, então...
Oh, que escuridão!
Vinícius de Moraes
quinta-feira, 23 de setembro de 2010
Os guardanapos sobre a mesa da Carmen Soares
clique na foto para ver todo o àlbum
Amigos, semana passada, a amiga Carmen, convidou-me para a abertura da exposição de artes plásticas de um grupo de artistas do qual ela participa.
Foi lá na Bauhauss, lugar agradabilíssimo, onde ainda deve estar acontecendo a mostra.
Ela já tinha me falado deste evento, lá em março, e pedia textos que pudessem ser dispostos " sobre a mesa" e com esta temática.
Fiz-os de pronto e os deixei descansando até sua hora.
Quando nos falamos ela citou algo sobre guardanapos, e eu imprimi os poemas sobre um papel decorado com o tema.
A proposta do trabalho surgiu quando Carmen, ao procurar em suas gavetas as toalhas de mesa, encontrou só os guardanapos, as toalhas gastaram-se, e imaginou que o mesmo pudesse estar acontecendo na casa dos amigos.
Assim eles se juntaram e juntaram seus trapos, ops! guardanapos, e cada um criou sua obra baseada naqueles pedaços de pano, sobras do cotidiano de outro tempo, que agora se transformaram em requinte e charme.
Os trabalhos foram muito interessantes e de diversas técnicas, mas a parte que mais gostei foi a revelação do processo criativo pelos participantes e a incorporação deste relato à mostra.
Pintura, escultura, colagem, junto ao documento escrito, palavra, e fotografado, imagem.
Tudo exercício artístico. Estimulante.
Um dos trabalhos de Carmen, foi um tabuleiro de damas montado no tampo de uma mesa alta, com a casas feitas de retalhos de guardanapo. Para as peças do jogo foram usados pires e porta-xícaras de metal, daqueles que todo mundo já teve um. Divertidíssimo.
Eu fiquei louquinha para jogar. Não o fiz, mas encontrei quem o fizesse por mim.
Lá pelas tantas, o grupo se reuniu no quintal da Bauhauss e se apresentou e Carmen falou do convite que havia feito ao meio literário para contribuir com sua arte, o qual foi aceito, e assim alguns se apoderaram do microfone para dizer dos seus poemas e escritos sobre a mesa. Eu disse os meus e um deles deixo aqui para voces, junto com beijos de gratidão para Carmen, pela noite deliciosa, e para os amigos pela boa companhia.
Mesa
Tampo sólido
Sobre firmes pés
Única?
Vária...
Desmente-me
Em toda medida
Nela sou o que sou
Sacio fomes
De origens tantas
Trabalho, brinco
Nasço e morro
Só
Na fortuna um banquete
Uma conversa frente á frente
Miséria é nem ter-te, mesa
Para receber o prato ausente
No impossível de esparramar sobre tua matéria:
Plástico, madeira , vidro, pedra
Os sonhos, sob uma luz de vela
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
Feira do Livro de Sertãozinho- Fabrício Carpinejar, Zéluiz de Oliveira
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Amigos, fiz uma visita à vizinha Sertãozinho,por ocasião da realização de sua Feira do Livro e com a missão de participar da palestra de Zé Luiz de Oliveira, amigo, sobre Fernando Pessoa.
Devo dizer que fiquei encantada com tudo. Bem, novidades me encantam.
Mas a Feira de lá tem outro propósito e eu ao visitá-la também tinha outro objetivo, o de turista.
É como se fosse uma mostra do trabalho das escolas em praça pública.
A Educação toma a frente, os temas são coerentes e trabalhados à fundo com os alunos que produzem os trabalhos expostos, alguns realmente dignos de publicação. Falo assim porque temos visto cada "coisa" publicada, que nos envergonha.
Há o patrono da Feira, este ano meu queridíssimo, sem recíprocas, Fabrício Carpinejar, que teve um livro feito em sua homenagem, por uma escola que tem clientela "especial", na simplicidade de frases pinçadas, ricamente ilustradas, e com direito à face do homenageado, feita em papel machê,3D, e óculos mais do que típicos. Se o conheço, Fabrício deve ter adorado e pulado um monte, para festejar.
Os autores homenageados são da terra, trabalhados junto aos alunos que esmiuçam suas obras.
Amei tudo.Há idéias delicadas, belos trabalhos artesanais, coisas que alegram a alma.
E amei principalmente poder estar junto ao prestigiado amigo Zé Luiz, super bem quisto por todos, e que com toda a sua naturalidade nos brindou com peculiaridades da vida e obra de Fernando Pessoa, seu mais novo projeto, que deve virar peça de teatro.
Zé, meu abraço e meus agradecimentos emocionados, pelo tempo bom que me proporcionaste.
Arca Cultural- dr Camilo
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Quando o dr Camilo, atual presidente da Academia Ribeiropretana de Letras, ARL, apresentou o projeto da Arca Cultural nas reuniões preparatórias para a Feira do Livro deste ano, não entendemos muito bem, mesmo que ele nos explicasse repetidamente.
Quando a Arca tomou forma, durante a Feira, num estande dentro do recinto do Palace, ainda não se parecia com o sonhado.
Mas agora, instalada no Otoniel Mota é que vejo-a, como o previsto, materializada e ativa.
A Arca está instalada em uma sala no segundo andar do prédio administrativo da escola, onde ficará por um mês.
Ali estão expostos os trabalhos dos acadêmicos e outros escritores de Ribeirão e região, para visitação, consulta e eventual estudo por parte dos alunos.
Junto à exposição os alunos da escola receberão os palestrantes ligados à Academia, que falarão sobre assuntos diversos, de interesse dos alunos, em edições quase que diárias.
Assim, todos poderão conhecer de perto os autores e partilharão de seus saberes, pensamentos e valores.
Rica oportunidade!
Na abertura da Arca estiveram presentes muitas autoridades, membros da academia, e representantes de todos os seguimentos da escola.
Em sua fala emocionada o Dr Camilo explicou o funcionamento do projeto e seu desejo de que ele passe por todas as escolas do município contribuindo assim, para a formação humanística dos alunos.
Presa da mesma emoção eu desejo sorte e sucesso à Arca e que ela possa cumprir sua função, tornando-se desejada por todos.
Um abraço ao dr Camilo, pai da "criança",que ora nasce , fruto de sonho e trabalho, objeto de esperança.
terça-feira, 21 de setembro de 2010
Arca Cultural- Otoniel Mota
Então foi assim.
Fui convidada para a solenidade de abertura da Arca Cultura, no Otoniel Mota, pela querida Heloísa e pelo Dr Camilo, presidente da Academia Ribeiropretana de Letras, ARL.
Cheguei algo cedo, o que é raro, e logo no estacionamento,encontrei duas amiguinhas que também chegavam para o evento.
Subimos os poucos degraus da entrada do imponente prédio histórico do colégio, e logo à porta, um jovem muito solícito, nos indicou o caminho, sem que nada perguntássemos. Era o Jorge, diretor da escola.
O nosso caminho começava por uma escada, de muitos degraus, colorida pelos vitrais da janela antiga e alta e encimada por arcadas que delimitam o andar superior.
A subida foi difícil. Não somos mais meninas.
Os joelhos das amigas rangiam, mesmo assim elas me precediam e me apressavam.
Eu não senti o peso da idade, mas fui paralisada por uma súbita emoção.
Subia os degraus um à um, numa tentativa de sorver naquele pouco tempo de um ato trivial, toda uma vida não acontecida, todos os passos não dados, os risos que naqueles corredores não ecoaram, as saias pregueadas e as camisas brancas que por ali não passaram.
Estava no Otoniel Mota, escola para mim prometida desde meus oito anos de idade, e só naquela hora , 40 anos depois, cumprida.
Pisava pela primeira vez na escola que formou gerações de onde surgiram e ainda surgem expoentes em todas as áreas.
O Otoniel é escola tradicional.
Na minha época,quando era comum estudar-se na escola pública, era o caminho natural daqueles que se preocupavam com a qualidade do ensino.
O grupo era feito no Guimarães Junior, onde estudei, e o ginásio e o colegial, no Otoniel Mota.
Quando foi minha hora de ingressar na escola, eu me mudei de cidade, fui para Jundiaí, e o Otoniel ficou aqui, guardadinho numa dobra do tempo.
Voltei à Ribeirão para cursar a faculdade da USP, outro lugar mágico, este sim, bem vivido e vivenciado, deixando para trás esta lacuna no meu passado.
Com dificuldade saí do meu devaneio, mas guardei, como uma jóia, a emoção inesquecível de estar ali.
Resolvi terminar de subir as escadas quando percebi que o tempo não para e que, de adiantada poderia virar atrasada.
No meu caminho, mais deleites, um piso com sua estampa original, batentes largos denunciando a largura das paredes( mais de 30 cm), portas altas, tudo limpo e cuidado.
À porta um amigo me saudava, pegou-me de olhos molhados, sem explicação possível.
Ao fim do evento, seguimos em excursão pelo prédio.
Uma das paradas foi na biblioteca, onde aconteceu o golpe de misericórdia.
Numa sala, de pé direito alto e estantes escuras, abarrotadas até o teto de livros de todos os tamanhos e tipos de encadernações, muitos com lombadas de escritos gastos, sem leitura, funciona a biblioteca da escola.
Senti que ali poderia morrer, de uma morte mais do que poética, e me decompor e me dissolver, e ser parte daquilo tudo, como se sempre tivesse assim existido.
Não sei se há um novo acervo, creio que sim,o estado tem investido horrores em livros para aparelhar suas bibliotecas, mas isto é assunto para outra hora,e confesso que nem me importa.
Aquela é uma sala preciosa, com o que há nela, e eu a venero, como um santuário por abrigar em si um inestimável tesouro, feito de palavras escritas em papel velho.
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
A Arca Cultural, Heloísa Martins
Pois é , foi ontem 15 de setembro , o lançamento da Arca Cultural na escola Otoniel Mota, aqui em Ribeirão, e confesso que não sei do que eu falo primeiro, tanta foi a emoção.
Mas começarei por um agradecimento especial à Heloísa, coordenadora da escola, sem ela nada teria sido.
Conheci a Heloísa numa noite agradável na Palavra Mágica, uma palestra do Menalton Braff.
Ela me foi apresentada pelo Ricardo Franzin, que dá aulas lá no Otoniel, e foi meu colega na oficina de crônicas da Carmen Cagno.
Ai, olha quanta gente boa junta?
São as manhas e artimanhas do destino.
A palestra foi no pátio, sob a noite linda.
Heloísa, acho, já conhecia minhas "Notícias Poéticas", ou Ricardo já tinha comentado com ela algo à meu respeito.
A admiração é mútua.
Ela gosta de mim, e eu dela.
Admiro-a pela sua sempre elegância, sua presença conciliadora, interessada e atenta, e principalmente pela dedicação com que trata os assuntos da escola.
Heloísa é sinônimo de Otoniel Mota.
Ela não veste a camisa da escola, a camisa é tatuada em sua pele.
E foi à seu convite que estive na inauguração da Arca e é por suas mãos que integrarei o programa de palestras que acompanha o evento.
Falarei no dia 28 de setembro, sobre "A leitura como fonte de prazer.", num anfiteatro lindo, para 80 alunos , de 15, 16 anos, aos quais espero não entediar.
Beijo na Helô.
Jairo Marques, este cara é fera
Meninos e meninas, deêm uma conferida no estilo bem humorado deste colunista da folha, seus termos inovadores e coloquiais.
Jairo escreve às terças feiras na Folha de SP, no caderno Ribeirão.
Divirtam-se.
O endereço dele também está na lista dos meus blogs.
http://assimcomovoce.folha.blog.uol.com.br/
Jairo escreve às terças feiras na Folha de SP, no caderno Ribeirão.
Divirtam-se.
O endereço dele também está na lista dos meus blogs.
http://assimcomovoce.folha.blog.uol.com.br/
quarta-feira, 15 de setembro de 2010
Ângela Dutra de Menezes em Ribeirão
Meninos, cumprindo promessa, não faltei ao serão do Menalton, neste último dia 30 de agosto, que nos trouxe a carioquíssima, personificação de simpatia, Ângela Dutra de Menezes.
Meus bens, foi uma delícia!
Menalton é ótimo anfitrião e Ângela nos encantou com seus textos repletos de história.
Jornalista por uma vida, não deixa de lado a pesquisa quase investigativa para seus romances, olhos voltados para Portugal, terra dos antepassados.
Ela mesma nos recomenda seus trabalhos:
"O Portugues que nos Pariu" e "Santa Sofia", seus prediletos.
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
Autor no Parque- 12 de Setembro
Autor no Parque- 12 de agosto |
Meninos , tem sido bom!
O parque Maurílio Biagi é cheio de sombra, de brisa, de perfume, de natureza, de nota de poesia.
E foi assim que aconteceu mais esta edição do Autor no Parque.
Leda Pereira trouxe um som para chamar a atenção do público passante, e aproveitamos também a presença das crianças e dos pais que ficaram por ali, depois dos Contadores de Estórias, que aliás, é uma delícia de se ver mesmo não sendo criança.
As meninas mandam super bem entre bruxas e princesas.
Beijos para elas.
Abri o evento falando um pouquinho do ofício da escrita e saudando a primavera.
Depois o Prof Nilton falou sobre as trovas, quatro versos, que marcam a memória e a vida de todos.
Logo chegou Elisa com sua poesia bilíngue e sua animação e depois Elisângela Gusmão, esta poeta do Amazonas, como ela se diz, que agora está entre nós.
Os atores do Ribeirão em Cena, escola de teatro ( trabalho lindo que merece ser conhecido e divulgado),nos trouxeram em suas vozes, corpos e almas, os versos de Drummond e Pessoa.
Não houve quem ficasse imune ao encanto e a felicidade que a poesia deflagra.
Como voces podem ver nas fotos.
A secretária da educação, profa Débora Vendramini, nos deu a honra de sua presença e a benção de seu entusiasmo.
Edwaldo Arantes, do Instituto do Livro, foi conferir o evento. Luciana da Palavra Mágica e Heloísa do Otoniel Mota, também passaram por lá.
Eu vos agradeço, feliz pela oportunidade do encontro.
Autor no Parque:
Todo domingo
10:30 horas no Parque Maurílio Biagi
Domingo no Parque- Elisa Alderani
Elisa, nossa querida poetisa bilingue, esteve no Autor no Parque, neste dia 12 de setembro e transformou a emoção de sua participação em palavras, que aqui vos deixo como inspiração. Beijo em Elisa.
HOJE NO PARQUE (crônica poética para Eliane Ratier, rainha do evento)
O sol sorria já alto no céu
entrei decidida pelo portão
com passo rápidos...
Acolhida por uma exclamação:
Ah! Vem logo aqui, é sua vez...
Nem deu tempo de pensar
já estava com o livro e microfone nas mãos...
Senti-me em casa,
esta casa chama-se Ribeirão.
Cidade do amor a cultura
agora com o lindo Parque
com a poesia é declarada rainha...
Estava lá, com Eliane perto
extasiada declamado...
Com meu olhar cheio de ternura
via criança lendo, gente aplaudindo
poetas, amigos da arte da palavra
foi tudo muito, muito lindo!
Obrigada!
HOJE NO PARQUE (crônica poética para Eliane Ratier, rainha do evento)
O sol sorria já alto no céu
entrei decidida pelo portão
com passo rápidos...
Acolhida por uma exclamação:
Ah! Vem logo aqui, é sua vez...
Nem deu tempo de pensar
já estava com o livro e microfone nas mãos...
Senti-me em casa,
esta casa chama-se Ribeirão.
Cidade do amor a cultura
agora com o lindo Parque
com a poesia é declarada rainha...
Estava lá, com Eliane perto
extasiada declamado...
Com meu olhar cheio de ternura
via criança lendo, gente aplaudindo
poetas, amigos da arte da palavra
foi tudo muito, muito lindo!
Obrigada!
domingo, 12 de setembro de 2010
Notícias Poéticas- setembro de 2010
Notícias Poéticas- setembro de 2010
A primavera não se anuncia , chega pronta.
Impõe-se em estatelantes sóis, sua colarinhos, promete cor onde ainda está tudo à seco, desbotado, esmaecido, sofrente.
Penso ser proposital este contraste, logo a sequiosa paisagem se encherá das cores, graça, beleza e leveza da rainha das estações.
A chuva veio, benfazeja, pouca, como uma presença rara, um telefonema esperado, um desejo quase realizado, mas suficiente para avivar o verde que se olha e a esperança que dormita.
Já tudo se mostra lavado, livre do pó, menos o meu carro, que precisa de mãos humanas para ficar à altura da natureza.
Primavera, nós te chamamos, aclamamos, com o olhar no futuro, passos no presente, crentes no sorriso, pois a felicidade é certa.
Não há tristezas que vençam primaveras.
Lugar, desejosamente, comum
Espreito o tempo
Em que o verde
Se fará supremo
E a esperança
Se fará constante
Espreito o tempo
Onde os sorrisos serão fáceis
E as tarefas árduas
Coroarão prazeres
Indefensáveis
A cor se imporá
Como anuncio
De bom humor
E as palavras
Terão seu melhor sabor
O tempo se fará ligeiro
Rodando saias
Pés desnudos
Cabelos ao vento
Sonhos sem rédeas.
Lá do fundo
Onde a alma está
Em almofadas rescostada,
O clamor se elevará
Trazendo a lembrança de amar
Cedamos pois
Aos impulsos
Amemos
Como nunca dantes
Para todo o sempre no depois Eliane Ratier, setembro de 2010
A primavera não se anuncia , chega pronta.
Impõe-se em estatelantes sóis, sua colarinhos, promete cor onde ainda está tudo à seco, desbotado, esmaecido, sofrente.
Penso ser proposital este contraste, logo a sequiosa paisagem se encherá das cores, graça, beleza e leveza da rainha das estações.
A chuva veio, benfazeja, pouca, como uma presença rara, um telefonema esperado, um desejo quase realizado, mas suficiente para avivar o verde que se olha e a esperança que dormita.
Já tudo se mostra lavado, livre do pó, menos o meu carro, que precisa de mãos humanas para ficar à altura da natureza.
Primavera, nós te chamamos, aclamamos, com o olhar no futuro, passos no presente, crentes no sorriso, pois a felicidade é certa.
Não há tristezas que vençam primaveras.
Lugar, desejosamente, comum
Espreito o tempo
Em que o verde
Se fará supremo
E a esperança
Se fará constante
Espreito o tempo
Onde os sorrisos serão fáceis
E as tarefas árduas
Coroarão prazeres
Indefensáveis
A cor se imporá
Como anuncio
De bom humor
E as palavras
Terão seu melhor sabor
O tempo se fará ligeiro
Rodando saias
Pés desnudos
Cabelos ao vento
Sonhos sem rédeas.
Lá do fundo
Onde a alma está
Em almofadas rescostada,
O clamor se elevará
Trazendo a lembrança de amar
Cedamos pois
Aos impulsos
Amemos
Como nunca dantes
Para todo o sempre no depois Eliane Ratier, setembro de 2010
sábado, 11 de setembro de 2010
Mia Couto em Ribeirão
Amigos, Mia Couto foi um presente, sua fala é naturalmente poética e caminha com bom humor por todo e qualquer assunto, mesmo os mais espinhosos. A noite foi ótima, e deixo-vos com a excelente reportagem que Mariza fez sobre o evento e que eu não poderia ter feito melhor. Beijos
Mia Couto
Escrito por Mariza Helena Ribeiro Facci Ruiz - Alumiar
Conheci Mia Couto através do livro “O último voo do flamingo”, recomendado em nossa reunião de literatura. Eu me encantei. Adorei a linguagem, as novas palavras, as estórias bem contadas, a referência à mitologia, o humor. Soube que o rapaz nasceu em Moçambique, na África, sim senhores.
Em um lugarejo chamado Beira onde brincava com crianças negras, aprendia a falar a língua do lugar e a escutar histórias. Li coisas sobre ele que me impressionaram. Entrevistas. Ele diz que sempre abre as portas para a oralidade, e não importa que isso deixe de ser literatura. Ele diz que o que é importante é interrogar o que é familiar. Diz que a identidade não existe, pois é uma procura infinita. No entanto, entrevistas não sãos as gentes, objetos das questões que lhe são impostas.
Então eu fiquei curiosa de conhecer pessoalmente o moçambicano. Assim, quando soube que viria a Ribeirão Preto, nem acreditei. Fiz inscrição para o evento e na quinta-feira, 26 de agosto estava eu, lá. Turma do gargarejo. À espera e à espreita. O homem corresponderia à obra?
Ele chega, 55 anos mal aparentados, olhos azuis perscrutadores e doces, muito doces, fala mansa e precisa. Responde às perguntas com muita naturalidade, sem arroubos, sem frases feitas. É mesmo um contador de estórias. Ele responde, contando estórias.
Conta que sua filha é do tipo que tem premonições. Ela, quando soube que ele deveria vir ao Brasil, lhe dizia todos os dias que ele não deveria vir. Que era muito perigoso, que havia assaltos, que ele poderia ser assassinado. Todo tipo de coisa ruim poderia acontecer-lhe. E, ele veio assim mesmo. Porém, os prognósticos da dileta filha ficaram-lhe guardados na cabeça. E, ao chegar no aeroporto, começou a ficar preocupado. De repente, viu um cara com um cartaz com seu nome. E começou a se perguntar se aquilo não era falso, se não estaria sendo sequestrado. Mesmo assim, foi. Entrou no táxi e continuou com seus pensamentos lúgubres. O homem do táxi muito gentil lhe ofereceu um recipiente de metal e lhe perguntou: “Aceita uma balinha”. Nada demais se balinha fosse um termo comum em Portugal. Mas Mia, contou que bala em Portugal e só de bala de revólver. Então ele pensou: Bem, vou morrer, mas pelas mãos de um bandido que pelo menos é muito doce.
Ele contou, também, que era um menino que não tinha lá muitos méritos com os pais. Era considerado meio retardado. Um dia, foi comprar pão na padaria e não voltava nunca mais. O pai foi atrás dele e o encontrou sentado, esperando. Na padaria haviam informado que não havia mais pão e que a próxima fornada sairia dali a duas horas. Ele ficou a esperar. Observava as pessoas e isto era bom. Ficar por ali não o incomodava. Fazia-o pensar e ter ideias.
Disse que tem medo das perguntas que as teses suscitam, pois não se lembra do que escreveu. É como se os personagens o tomassem. Os personagens não o deixam dormir. Diz que as pessoas querem ser estórias. Diz que não sabe de cor suas poesias.
E eu fico ali, a pensar. O cara escreveu magníficos livros, de engajamento com seu país e sua cultura, com linguagem única, que introduz novos conceitos. O cara tem frases incríveis e bem humoradas como: “Reencornado é um homem que foi traído duas vezes pela mesma mulher.” Tem uma linguagem poética: “A alma é um vento. Pode cobrir mar e terra. Mas não é da terra nem do mar. A alma é um vento. E nós somos um agitar de folha, nos braços da ventania.”
E diz que não sabe? E não diz o que sabe? Que maravilha!
Eu quero é dar testemunho do que vi. Eu vi um grande homem, que é um grande escritor, sem empáfia, nem sopros de vaidade. Alguém que escuta as pessoas, que vê as pessoas. Melhor: vê nas pessoas a pluralidade, os muitos mundos que as habitam, a grandiosidade de ser. Ele é um contador de estórias, pois não é a estória a guardiã da memória? E reconstruir um país não passa por honrar o velho, unir passado e presente, fusão alquímica, união dos opostos? Mia Couto parece-me é laçado pelas pessoas com suas estórias disponíveis desde sempre. E é nelas, nas pessoas que tudo está. No inconsciente pessoal que se mistura ao coletivo e narra um pouco de tudo. É ouvir, é ser viajante. É deixar-se laçar pelo universal. Pela poesia e pelo amor que segundo ele: “estão acima de qualquer discurso”.
Para terminar, pouco me importa se o homem corresponde à obra, embora saiba que está além da obra. Não foi minha cabeça que se envolveu com ele. Foi minha emoção que liberou minh’alma, que se desprendeu de alfinetes qual borboleta escravizada e voou livre, com todas as estórias que já contaram sobre mim e sobre os que me antecederam.
Educadora, Terapeuta Floral e DOULA
Practitioner pela Bach Foundation
Mia Couto
Escrito por Mariza Helena Ribeiro Facci Ruiz - Alumiar
Conheci Mia Couto através do livro “O último voo do flamingo”, recomendado em nossa reunião de literatura. Eu me encantei. Adorei a linguagem, as novas palavras, as estórias bem contadas, a referência à mitologia, o humor. Soube que o rapaz nasceu em Moçambique, na África, sim senhores.
Em um lugarejo chamado Beira onde brincava com crianças negras, aprendia a falar a língua do lugar e a escutar histórias. Li coisas sobre ele que me impressionaram. Entrevistas. Ele diz que sempre abre as portas para a oralidade, e não importa que isso deixe de ser literatura. Ele diz que o que é importante é interrogar o que é familiar. Diz que a identidade não existe, pois é uma procura infinita. No entanto, entrevistas não sãos as gentes, objetos das questões que lhe são impostas.
Então eu fiquei curiosa de conhecer pessoalmente o moçambicano. Assim, quando soube que viria a Ribeirão Preto, nem acreditei. Fiz inscrição para o evento e na quinta-feira, 26 de agosto estava eu, lá. Turma do gargarejo. À espera e à espreita. O homem corresponderia à obra?
Ele chega, 55 anos mal aparentados, olhos azuis perscrutadores e doces, muito doces, fala mansa e precisa. Responde às perguntas com muita naturalidade, sem arroubos, sem frases feitas. É mesmo um contador de estórias. Ele responde, contando estórias.
Conta que sua filha é do tipo que tem premonições. Ela, quando soube que ele deveria vir ao Brasil, lhe dizia todos os dias que ele não deveria vir. Que era muito perigoso, que havia assaltos, que ele poderia ser assassinado. Todo tipo de coisa ruim poderia acontecer-lhe. E, ele veio assim mesmo. Porém, os prognósticos da dileta filha ficaram-lhe guardados na cabeça. E, ao chegar no aeroporto, começou a ficar preocupado. De repente, viu um cara com um cartaz com seu nome. E começou a se perguntar se aquilo não era falso, se não estaria sendo sequestrado. Mesmo assim, foi. Entrou no táxi e continuou com seus pensamentos lúgubres. O homem do táxi muito gentil lhe ofereceu um recipiente de metal e lhe perguntou: “Aceita uma balinha”. Nada demais se balinha fosse um termo comum em Portugal. Mas Mia, contou que bala em Portugal e só de bala de revólver. Então ele pensou: Bem, vou morrer, mas pelas mãos de um bandido que pelo menos é muito doce.
Ele contou, também, que era um menino que não tinha lá muitos méritos com os pais. Era considerado meio retardado. Um dia, foi comprar pão na padaria e não voltava nunca mais. O pai foi atrás dele e o encontrou sentado, esperando. Na padaria haviam informado que não havia mais pão e que a próxima fornada sairia dali a duas horas. Ele ficou a esperar. Observava as pessoas e isto era bom. Ficar por ali não o incomodava. Fazia-o pensar e ter ideias.
Disse que tem medo das perguntas que as teses suscitam, pois não se lembra do que escreveu. É como se os personagens o tomassem. Os personagens não o deixam dormir. Diz que as pessoas querem ser estórias. Diz que não sabe de cor suas poesias.
E eu fico ali, a pensar. O cara escreveu magníficos livros, de engajamento com seu país e sua cultura, com linguagem única, que introduz novos conceitos. O cara tem frases incríveis e bem humoradas como: “Reencornado é um homem que foi traído duas vezes pela mesma mulher.” Tem uma linguagem poética: “A alma é um vento. Pode cobrir mar e terra. Mas não é da terra nem do mar. A alma é um vento. E nós somos um agitar de folha, nos braços da ventania.”
E diz que não sabe? E não diz o que sabe? Que maravilha!
Eu quero é dar testemunho do que vi. Eu vi um grande homem, que é um grande escritor, sem empáfia, nem sopros de vaidade. Alguém que escuta as pessoas, que vê as pessoas. Melhor: vê nas pessoas a pluralidade, os muitos mundos que as habitam, a grandiosidade de ser. Ele é um contador de estórias, pois não é a estória a guardiã da memória? E reconstruir um país não passa por honrar o velho, unir passado e presente, fusão alquímica, união dos opostos? Mia Couto parece-me é laçado pelas pessoas com suas estórias disponíveis desde sempre. E é nelas, nas pessoas que tudo está. No inconsciente pessoal que se mistura ao coletivo e narra um pouco de tudo. É ouvir, é ser viajante. É deixar-se laçar pelo universal. Pela poesia e pelo amor que segundo ele: “estão acima de qualquer discurso”.
Para terminar, pouco me importa se o homem corresponde à obra, embora saiba que está além da obra. Não foi minha cabeça que se envolveu com ele. Foi minha emoção que liberou minh’alma, que se desprendeu de alfinetes qual borboleta escravizada e voou livre, com todas as estórias que já contaram sobre mim e sobre os que me antecederam.
Educadora, Terapeuta Floral e DOULA
Practitioner pela Bach Foundation
quinta-feira, 9 de setembro de 2010
Autor no Parque- programação 12 de setembro
Programação deste domingo, 12 de setembro
Acontecerá no Ponto de Leitura, realização do Instituto do Livro :
- Troca de livros- das 9 às 13 horas- autores tragam seus livros para trocar
- Contação de estórias- à partir das 10 horas
- Autor no Parque- à partir das 10:30- autores confirmem presença
- Ribeirão em Cena – poemas de Drummond e Pessoa – à partir das 11 horas
Apareçam!!
Acontecerá no Ponto de Leitura, realização do Instituto do Livro :
- Troca de livros- das 9 às 13 horas- autores tragam seus livros para trocar
- Contação de estórias- à partir das 10 horas
- Autor no Parque- à partir das 10:30- autores confirmem presença
- Ribeirão em Cena – poemas de Drummond e Pessoa – à partir das 11 horas
Apareçam!!
Autor no Parque
Amigos, teve início neste domingo, dia 05 de setembro, o evento "Autor no Parque" de iniciativa do Instituto do Livro, direcionado aos produtores e consumidores de literatura.
O Instituto colocou à disposição dos escritores, um microfone para que divulgássemos nossa arte.
Estiveram presentes:
- Adriana, secretária de cultura, que foi prestigiar o evento, e que por conta de meus sentimentos (sou fã), me causou profunda emoção, e à quem agradeço com os pobres recursos da palavra,obrigada.
- Prof Nilton Manoel, que nos falou sobre a dinâmica das trovas.
- Maris Ester, presidente da casa do poeta, que falou poemas e nos encantou, com sua doçura.
- Leda Pereira, da União dos Escritores Independentes, que trouxe o trabalho da casa explicou sobre o funcionamento da mesma.
- Jair Yanni, a Jairinha, que falou com sua graça peculiar, os poemas de meninice e da fazenda, fazendo brilhar os sorrisos dos presentes.
- Eu, Eliane, conduzi o evento, falando poemas alusivos à aniversários, ao tempo, e à data nacional da Independência.
A platéia foi pequena mas atenta.
Vejo este evento como grande oportunidade de divulgação e troca entre os produtores e os consumidores de literatura, entre artista e público.
Tudo isso feito em ambiente agradável e com a presença da barraca de troca de livros, do Ponto de Leitura, que está funcionando à pleno vapor.
Para o próximo domingo, o público está convidado á trazer seus textos prediletos para partilhar.
O varal de poesia também está pronto e aberto á toda participação, é só chegar lá e colocar o seu texto.
Espero por todos, amigos literários ou não, para este encontro agradável.
Dia 12 de setembro
10:30 horas
Parque Maurílio Biagi, perto da entrada da rodoviária.
quarta-feira, 8 de setembro de 2010
Sarau da Inglaterra- vivência de Henrique
Queridos, aí o Henrique, da Nitro, marketing da Paraler, dividiu conosco suas recordações de viagem, e nos mostrou suas fotos e desmentiu alguns pontos da cultura inglesa transformando-os em lenda.
Bem, ele nos afirmou que pegou sol, na tão famosa sombria London.
E que chá das 5, ele não viu, mas cerveja quente é mais que tradição entre os londrinos, em cada canto, em todo canto e por qualquer motivo, ou mesmo por motivo nenhum, beber é o costume do momento.
Toda locação dá uma boa foto, e imperdível é fazer foto em Abbey Road, bem à la Beatles.
Henrique nos encheu de vontades.
Todo mundo sonhou e planejou viagem.
Beijo em Henrique e meu sincero agradecimento.
Aproveito para comentar meu figurino, total British.
Usei botas, calças grunge, camiseta London, London, uma gola Elizabetana ( segundo Isabel), cabelos com toques coloridos, para lembrar os punks e um casaco leve mas longo.
Na alma, a alegria de poder aprender, brincar e partilhar com voces.
Beijos e até a próxima.
Mais sarau da Inglaterra-literatura.
O nosso amigo , Adhemir Martins, esteve por lá falando de Virgínia Woolf, que ele cita em seu livro, "Um Exílio e um Reino".
Marcus Vinícius, nosso gaitista, leu Blake, eu li Shakespeare e Byron.
Lamento não ter conseguido comentar com a platéia o encanto que foi reencontrar Charles Dickens, uma das minhas leituras juvenis, narrando o nascimento do eterno Oliver Twist, ou mesmo em seu mais famoso texto agora transformado em filme ( Mr. Scrooge), "Conto de Natal".
Vale uma leitura, uma releitura, um reconhecimento. É especial.
Especial também foi encontrar Mowgli, sim o mesmo da Disney, o menino lobo, em escrita original de Rudyard Kipling, inglês das possessões indianas. O texto foi feito sobre um poema e merece ser conhecido.
Para vosso deleite deixo aqui o soneto de Shakespeare, o 116.
William Shakespeare
Soneto 116
De almas sinceras a união sincera
Nada há que impeça: amor não é amor
Se quando encontra obstáculos se altera
Ou se vacila ao mínimo temor.
Amor é um marco eterno, dominante,
Que encara a tempestade com bravura;
É astro que norteia a vela errante
Cujo valor se ignora, lá na altura.
Amor não teme o tempo, muito embora
Seu alfanje não poupe a mocidade;
Amor não se transforma de hora em hora,
Antes se afirma, para a eternidade.
Se isto é falso, e que é falso alguém provou,
Eu não sou poeta, e ninguém nunca amou.
Tradução de Bárbara Heliodora
SONNET 116
Let me not to the marriage of true minds
Admit impediments. Love is not love
Which alters when it alteration finds,
Or bends with the remover to remove:
O no! it is an ever-fixed mark
That looks on tempests and is never shaken;
It is the star to every wandering bark,
Whose worth's unknown, although his height be taken.
Love's not Time's fool, though rosy lips and cheeks
Within his bending sickle's compass come:
Love alters not with his brief hours and weeks,
But bears it out even to the edge of doom.
If this be error and upon me proved,
I never writ, nor no man ever loved.
Ainda o Sarau da Inglaterra
Bem, além dos músicos, tivemos a presença da professora Isabel, da Cultura Inglesa, que nos trouxe a poesia britânica em sotaque próprio, aliás, bem próprio, com linda pronúncia, desmistificando meus ouvidos que perceberam a língua inglesa, algo rústica, o que na realidade era apenas o reflexo do meu inglês ruim.
A Cultura tem um curso especial onde debate assuntos cotidianos em inglês, boa pedida para quem quer polir a língua e adquirir vocabulário.
Quem se interessar procure a Maura, na Cultura, 36106616.
quinta-feira, 2 de setembro de 2010
Sarau da Inglaterra-como foi lá?
Bem gente, como falei, suspeitíssimamente que foi uma delícia, partilho com voces , agora o acontecido.
Tivemos a participação de Milton Brando e seu conjunto de não músicos. Eram, um médico, uma biomédica, um advogado e um engenheiro, fazendo o maior sonzão e curtindo Beatles de montão.
Os "insanos" trouxeram até uma bateria, e o som rolou solto sem vontade de parar.
E não é que a turma se completou com a presença de outro aspirante á não músico?
Marcus Vinícius,estudante de medicina, que trouxe sua gaita e se juntou á turma, nem preciso dizer que foi mágico.
Sarau da Inglaterra
Meninos e meninas, o sarau foi delícia, embora eu seja suspeita.
Deixo-vos o texto de abertura, que foi parcialmente desmentido pela participaçaõ da platéia, mas logo vos conto e mostro as fotos.
Beijos
Sarau da Inglaterra- 31 de agosto de 2010
De Shakespeare à Harry Potter, o mundo se regozija da influência inglesa.
A língua mais falada mundialmente, a eleita de maneira prática, língua universal, é para nós brasileiros algo diferente, e até certo ponto de difícil apreensão, devido á sua origem não latina, o que nos obriga à esforço extra para aprende-la.
Mas mesmo sem sabermos, fomos criados em berço inglês, expostos desde a infância à estórias dos cavaleiros da távola redonda, do rei Arthur, do mago Merlin, da feiticeira Morgana, Shakespeare, Byron, Dickens, Robinson Crusoé e sua ilha, Alice no País das Maravilhas, Mogli, o menino lobo, Frankenstein e as estórias de vampiros, Sherlock Holmes, Agatha Christie, 007, os Hobbits, e ainda Harry Potter.
Embalados pela música revolucionária dos Beatles, Rolling Stones, encantados pela eternidade de Fredie Mercury, vocalista do Queen, viajando em Rick Wakeman, Pink Floyd, The Who, Gênesis, e balançando ao som de sir Elton John , Rod Stuart, Boy George, Spice Girls, até cair pelas tabelas com Amy Winehouse.
Vos convido para um chá das 5 com pudim e torta de maçã, mas lamento o atraso, já passa das 8, nada britânico, para quem tem um relógio como monumento, Big Ben, pontualidade é traço de personalidade.
Então uns peixinhos fritos com batatas assadas e um uisquinho ou cerveja quente para acompanhar? E o que dizer da lendária torta de rim?
Thank you very much.
Das iguarias ofertadas salvo o cha´e as batatas.
Dizem que o sanduíche foi pelos ingleses inventado, por um jogador de poker inveterado , que queria se alimentar, e ao mesmo tempo ter uma mão livre para continuar jogando.
Enfim uma boa idéia!
E dá-lhe chuva, fog e futebol , o esporte bretão que se tornou nossa paixão nacional.
Ingleses estão sempre à lançar moda!
Foram eles à fazer a revolução industrial, que nos transformou em autômatos produtores em massa, como bem ilustrou , Charles Chaplin, no filme “Tempos Modernos”.
Foram também os inventores da minisaia. E olha, Mary Quant, a inventora já tinha quase trinta anos quando resolveu lançar a moda, que pegou e ficou.
E os punks, de cabelos coloridos, roupas rasgadas num contra tudo e contra todos, que hoje ousamos imitar quando customizamos, digo, personalizamos uma roupa ou colorimos os cabelos.
So british!
Tudo isso convivendo sob um regime de monarquia parlamentarista.
God save the Queen, que eles adoram e veneram, pois é parte de sua cultura.
Acompanham as notícias da família real como se acompanha a novela preferida.
E dá-lhe fairy tale. Estórias encantadas sobre a nobreza em elegantes tailleurs, carruagens, coroas e jóias, príncipes e princesas de sangue azul e alguns, nem tão nobres, agregados.
Nada segura a índole inovadora dos ingleses.
Vanguarda e tradição. É nesta feliz ambigüidade que vive The United Kingdom.
Eliane Ratier para o sarau da Paraler
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