quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Os guardanapos sobre a mesa da Carmen Soares



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Amigos, semana passada, a amiga Carmen, convidou-me para a abertura da exposição de artes plásticas de um grupo de artistas do qual ela participa.
Foi lá na Bauhauss, lugar agradabilíssimo, onde ainda deve estar acontecendo a mostra.
Ela já tinha me falado deste evento, lá em março, e pedia textos que pudessem ser dispostos " sobre a mesa" e com esta temática.
Fiz-os de pronto e os deixei descansando até sua hora.
Quando nos falamos ela citou algo sobre guardanapos, e eu imprimi os poemas sobre um papel decorado com o tema.
A proposta do trabalho surgiu quando Carmen, ao procurar em suas gavetas as toalhas de mesa, encontrou só os guardanapos, as toalhas gastaram-se, e imaginou que o mesmo pudesse estar acontecendo na casa dos amigos.
Assim eles se juntaram e juntaram seus trapos, ops! guardanapos, e cada um criou sua obra baseada naqueles pedaços de pano, sobras do cotidiano de outro tempo, que agora se transformaram em requinte e charme.
Os trabalhos foram muito interessantes e de diversas técnicas, mas a parte que mais gostei foi a revelação do processo criativo pelos participantes e a incorporação deste relato à mostra.
Pintura, escultura, colagem, junto ao documento escrito, palavra, e fotografado, imagem.
Tudo exercício artístico. Estimulante.
Um dos trabalhos de Carmen, foi um tabuleiro de damas montado no tampo de uma mesa alta, com a casas feitas de retalhos de guardanapo. Para as peças do jogo foram usados pires e porta-xícaras de metal, daqueles que todo mundo já teve um. Divertidíssimo.
Eu fiquei louquinha para jogar. Não o fiz, mas encontrei quem o fizesse por mim.
Lá pelas tantas, o grupo se reuniu no quintal da Bauhauss e se apresentou e Carmen falou do convite que havia feito ao meio literário para contribuir com sua arte, o qual foi aceito, e assim alguns se apoderaram do microfone para dizer dos seus poemas e escritos sobre a mesa. Eu disse os meus e um deles deixo aqui para voces, junto com beijos de gratidão para Carmen, pela noite deliciosa, e para os amigos pela boa companhia.


Mesa

Tampo sólido
Sobre firmes pés
Única?
Vária...
Desmente-me
Em toda medida

Nela sou o que sou
Sacio fomes
De origens tantas
Trabalho, brinco
Nasço e morro


Na fortuna um banquete
Uma conversa frente á frente
Miséria é nem ter-te, mesa
Para receber o prato ausente
No impossível de esparramar sobre tua matéria:
Plástico, madeira , vidro, pedra
Os sonhos, sob uma luz de vela

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