Eu e o covid - 4
Logo após as adequações físicas, as escolhas básicas e o
posicionamento ético tomado frente ao vírus, veio o tempo dos questionamentos
emocionais.
Quem estará aqui quando tudo passar?
Começamos, realmente, a viver como se não houvesse amanhã,
como diz a música, “e se você parar pra pensar, amanhã não há”.
O que não fiz pelo outro que ainda possa ou queira fazer?
O que ainda posso fazer por mim, dentro das limitações
sociais impostas, ou não.
As perguntas trazem um olhar para o que é essencial para
cada um.
Nestes leituras de redes sociais uma colocação me chamou a
atenção, “Você está em isolamento social com todos os seus pertences, roupas,
calçados, joias, bolsas, carros “.
O que realmente me importa?
Do que eu sinto falta?
Minhas respostas ainda não chegaram todas, mas posso dizer
que, do que mais sinto falta é do toque, o abraço, o aperto de mãos.
Desagradável encontrar um amigo e não poder cumprimentá-lo.
Trocar palavras rápidas através das máscaras, lamentar o
fato da distância imposta pelo vírus.
Assim, nenhum será um bom encontro.
Sofro.
Vamos indo.
Eliane Ratier- mudando de calçada para não sofrer.
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