domingo, 29 de maio de 2016

Livros- Lygia Fagundes Telles



Tenho que confessar, tristemente,  li tão pouco Lygia, minha formação, meus interesses, enfim!
Agora, sendo homenageada da Feira do Livro, Lygia virou objeto desejado e de estudo.
Comecei com os contos, onde a escritora é mestra,  mas pretendo progredir para os romances.
Lygia tem uma escrita intensa , ritmo vertiginoso em linguagem bem cuidada, mas recheada de coloquialismos.
São histórias tocantes, em sua maioria sobre mulheres.
A autora veste-se com a pele de seus personagens e podemos, assim também, sentí-los e vivê-los.
Um de seus romances mais famosos é "As Meninas" história de três universitárias que transitam por seus interesses pessoais no panorama da ditadura, publicado em 1971.
É dele este pequeno trecho, na voz da personagem Lia:
" Recuperáveis, são os casos recuperáveis. Fim. Os loucos menos loucos, esses que nem a gente.Uma neurose que não chama muita atenção porque faz parte. Enquanto o neurótico puder trabalhar e amar esta loucura razoável, qual é o problema. Mas quando ultrapassa aquela linha fininha como um fio de cabelo, do cabelo de Lorena de tão fino. Quando pisa um pouco para fora e mergulha nas águas amarelas. Kaput."
O conto que amei foi " A estrutura da bolha de sabão".
Quero mais !
Lygia, foi indicada pela UBE- União Brasileira de EScritores para concorrer ao Nobel de literatura.
Ela é uma das mais antigas associadas da entidade.
Sua história é de uma mulher ativa, interessada e participativa nas questões sociopolíticas.
Formada em direito pela São Francisco, conviveu intensamente com o meio intelectual da época.
Deixo aqui uma breve biografia pinçada da publicação da UBE:

Nascida no dia 19 de abril de 1923, a paulistana Lygia Fagundes Telles estreou cedo na literatura. Em 1938 publicou seu primeiro livro de contos “Porões e sobrados”, cuja edição foi financiada por seu pai. Lygia fez parte da chamada Geração de 45, ao lado de autores como João Cabral de Melo Neto, Clarice Lispector, Guimarães Rosa, Mário Quintana, Ariano Suassuna, dentre outros.
Em 1944 publicou “Praia Viva”, que teve grande repercussão. Em 1952, começou a escrever seu primeiro romance, “Ciranda de pedra”.
A escritora recebeu importantes prêmios como o “Jabuti” (2005) e “Camões” (1966 e 1974), além de ter suas obras traduzidas em diversos idiomas.
Recém-indicada pela União Brasileira dos Escritores (UBE) ao Prêmio Nobel de Literatura, Lygia é uma referência nacional e internacional. A escritora marcou a literatura brasileira e teve boa parte de suas obras adaptadas para o cinema, teatro e televisão.


Nenhum comentário:

Postar um comentário