terça-feira, 3 de maio de 2016

O trabalho







Dia primeiro foi Dia do Trabalho,
Um feriado incompreensível para mim, que penso que o dia tinha que ser comemorado no trabalho e não longe dele.
Neste ano foi domingo e passou quase invisível não fossem os supermercados e shoppings fechados.
Estou aposentada. Tanto tempo ansiando por dias sem horário!
Só agora descubro que horário de trabalho garante o horário de descanso e o horário privado.
Sem horário de trabalho, todas as horas o são.
 O descanso parece desnecessário para quem já não trabalha oficialmente como eu.
Quer saber? O oficial dava muito menos trabalho.
Sempre deu! Por isso esta invenção de moda que é a minha vida.
Agora sou minha própria funcionária e sou patroa exigente pois sei da capacidade dos que para mim trabalham.
Assim vamos levando, trabalhando às vezes feliz, outras empurrada, mas não emburrada, não faço mais o que não quero, muitas outras frustrada por não fazer tudo o que quero, e sei que posso.
No meu local de trabalho, há uma mesa cheia de projetos em andamento , uma gaveta com outros tantos aguardando suas datas, um coração de inesgotáveis desejos e uma mente que vislumbra infinitas possibilidades.
Ainda tenho problemas com o tempo, que tem seu próprio tempo, e com as convenções práticas tipo hora para comer, dormir, sair, voltar, hora para fazer isto e aquilo, que são males necessários.
Falta-me experimentar o tempo sem tempo, os dias sem demarcação, embora saiba de antemão, que talvez sejam deliciosos, mas dificilmente serão produtivos.
Precisamos mesmo de um cabresto, um chicote, um relógio, um comando, para realizar, nem que seja interno, de mando próprio.
Ah! Mas não custava ter um pouquinho de ócio.
Brindo o dia festivo com meu café, que creio ter em sua composição altas doses de coragem.
Viva!

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