João Augusto, este poeta meu amigo, lançou seu mais recente livro em 11 de novembro, nos estúdios Kaiser.
João dedicou-me um poema " Necessidade", com belas metáforas e imagens. Foi um dos momentos mais emocionantes da minha vida, um presente inesquecível e perpetuado, palavra, tinta impressa sobre papel, livro.
Na hora dos autógrafos não quis ver o poema, encontrei-o na sequencia da leitura e de pronto lhe fiz a resposta poética como merecia e me era imposto pelo coração.
Terminei a leitura do livro do João, marcando as páginas preferidas como é meu hábito, para localizar fácil numa segunda leitura, ou numa leitura em público. Poderia ter marcado todas, pois eu e João temos uma total identificação.
João Augusto é a voz que dialoga, em forma de poesia, com a inquietude que em todos nós habita.
Obrigada amigo.
Necessidade
Cada palavra tem seu tempo de nascer
Cada copo de vinho bebe sua própria história
Cada lágrima leva um pouco de perfume
Açucarado com
Ervilhas
Cada paixão
Cada cena de sexo
Leva em si um pouco da piedade
E da inveja
Alheia
Cada poema
E cada poeta
Morre do seu jeito
Inevitavelmente com uma fita azul sobre o caixão
Os outros pois que se expliquem
Eu
Religiosamente
Ao dizer boa noite
Vestido de chinelos
A cada estrela moça
Grávida de céu
João Augusto
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