Meire, Carmen e Eliane
Foi no mesmo dia 11, o segundo dizem, cabalístico 11/11/2011, onde teve até mãe exigindo que neném nascesse às 11h11m do dito dia, que Carmen Soares, com a primazia de ser a aniversariante do dia, tomou posse na Academia de Letras e Artes de Ribeirão Preto, a ALARP.
A Carmen é muito querida por mim, por seu jeito doce, participativo, alegre, espontâneo e vivo de ser.
Logo que nos conhecemos ela gostou de um poema meu que passou a carregar por aí, feito tradução de desejo , explicação de fato.
Conheci a Carmen escritora, na antologia Palavras, depois soube de sua arte mais significativa, as artes plásticas, pintura e escultura.
Participei da exposição que ela organizou com um grupo sobre mesas e guardanapos. Ela nos pediu textos relacionados, e aí estava eu, mais uma vez, de mãos dadas com alguém que fala a minha língua, crê na multiplicidade e no todo.
Bela noite na Bauhauss!
Ali conheci parte de sua família de sangue e de artes.
Carmen tomou posse na igreja do bairro onde mora, bairro de artistas como diz e não mente.
O Jardim Recreio é absolutamente inspirador.
Seu discurso permitiu-me conhecê-la mais um pouquinho e tornou-a ainda mais bela e valorosa aos meus olhos.
A recepção foi em sua casa, rodeada da felicidade dos amigos em dupla comemoração, aniversário e posse, e cercada pelo carinho dos 5 lindos filhos, três meninos(homens) e duas meninas( mulheres) e dos netos igualmente belos, frutos de boa semente.
Carmen nos abriu as portas de seu lar, cheio de beleza, encanto, arte e lembranças gravadas com emoção em cada folha de árvore, fresta de cimento, perfume de flor.
Na felicidade da partilha me senti amiga.
Beijo em Carmen.
ps: era uma noite de lua quase cheia, farol do quintal cheio de plantas e perfumes onde reinava a paz da família feliz e a ternura dos encontros de amizade.
Coloco aqui o poema que é também dela por assim lhe fazer gosto.
Um dia eu vou na tua casa
Um dia eu vou na tua casa.
Vou ficar do teu lado o tempo todo,
Você vai enjoar de mim,
Vai me mandar embora,
E eu não poderei ir.
Só poderei rir.
Um dia eu vou na tua casa.
Para sentar no sofá da sala
E assistir filmes sem fim.
Abrir a geladeira,
Esvaziar a despensa,
Espalhar migalhas no jardim.
Um dia eu vou na tua casa.
Para te conhecer melhor,
Sentir a luz, tatear as paredes,
Ouvir a rua e calar,
Andar de meias,
Esquecer de mim.
Um dia eu vou na tua casa.
Para brincar no quintal,
Pular amarelinha e cantar,
Segurar na tua mão,
Tomar banho de lua até esfriar,
Daí eu vou dormir.
Um dia eu vou na tua casa.
Fazer companhia, ficar junto,
Comer, brincar, sonhar,
Rir muito.
Um dia eu vou,
E vou voltar.
Eliane Ratier, em Cartões Poéticos
Carmen é uma dessas pessoas excelentes e especiais que tive o prazer de conhecer nos últimos anos, desde que me lancei neste mundo da literatura.
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