Notícias Poéticas- agosto de 2011
Agosto é feito de poeirentos ventos.
É o que sobrou de característico em agosto, no mais tudo mudado( até o poema do mês está descombinado), acelerado, pronto, em pé, a todo vapor, sem “esquentas”, sem retomadas.
Mesmo porque não houve interrupção, solução de continuidade.
Tudo é 24 horas, 365 dias por ano (vejam que isto é puro papo de novembro!).
Ponho minha pena no papel e ela desliza saudosa e louca, beijando a folha em entrega total, um sorriso no rosto de olhos semi-cerrados, na boa sensação de estar “em casa”.
E é na arrumação desta “casa”, no cuidado, que vou me arrumando, me cuidando e cultivando o amor que ilumina e guarda.
Em agosto, alimentemos o nosso amor, pois ele nos salvará neste turbilhão de vida.
Inconfessável
Num macio qualquer me espalho,
ventre oferecido a um deslizar de mão.
O sexo, estrela úmida,
pulsa, brilha e cega.
Muda, te chamo.
Surdo, não ouves.
Distraído, não vês.
Transbordo em estragos.
Assustado, consertas o rumo.
Sou o destino certo da hora errada,
Uma conversa abortada
(Era uma voz tão linda!),
num engano ao telefone.
Sou,
em eterno segredo,
o teu mais puro desejo.
És o meu,
sem sabê-lo.
Eliane Ratier
Eliane, vim retribuir a visita e agora que vi seu blog novo, ficou bem mais gostoso. E hoje vi as fotos do seu sarau e conheci seu rostinho, que delícia, e que loucura esse mundo da internet. Gostei do poema descombinado, doce e incisivo, vai direto ao ponto. Beijocas ;D.
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