Setembro de 2011LITERATURA - AÇÃO E REAÇÃONa última semana comentei aqui neste espaço sobre a 3ª Semana da Literatura em nossa cidade e também das visitas de escritores araçatubenses nas escolas na semana que antecede: poucas escolas solicitaram visitas – e obtive comentários interessantes – boas reflexões. Inclusive comentários de ilustres cidadãos de outras cidades.
Algumas escolas alegaram que não ficaram sabendo – como não? Pelo que acompanhei, houve alguns meios de divulgação: a própria Secretaria Municipal de Cultura – que promove o evento – enviou e-mails para todas as escolas, a Secretaria Estadual de Educação também enviou e-mails às escolas – através da Diretoria de Ensino, os veículos de comunicação também. Será que não estão lendo os e-mails? Ou, aliás, não sei nem o que pensar!
Por outro lado, algumas escolas ‘acordaram’ e mostraram que estão preocupadas e solicitaram visitas – encaminhei-as ao secretário da pasta. Outras, ainda, estão preocupadas em inserir em suas respectivas grades aulas de leitura – refiro-me à rede particular, pois na rede estadual já se faz presente: excelente ação! Mas muita atenção: não esquecer, senhores diretores e coordenadores, que o profissional tem que, além de ser da área, gostar muito de ler. E, se possível, de escrever. E, ainda se possível, de contar histórias. Melhor ainda a soma destes três elementos.
Um pequeno lembrete: aqui em nossa cidade há profissionais que estão propiciando cursos de ‘contação de histórias’ – alguns são gratuitos (oferecidos, por exemplo, pela Oficina Cultural ‘Silvio Russo’), outros a preços acessíveis, basta querer se aperfeiçoar.
Voltando ao assunto em questão, a visita de escritores araçatubenses nas escolas, a escola em que trabalho – EE “Dr. Clóvis de Arruda Campos”, o Paraisão – recebeu visitas de duas escritoras esta semana: terça e quinta-feira. E houve grande interação, participação efetiva por parte do alunado. Acompanhei de pertinho a visita; quando as agendei fiz questão de que estas fossem dirigidas aos alunos que trabalho – um público que varia entre doze e treze anos. Ali pude notar como os olhinhos destes brilhavam! O contato com o escritor (que é diferente do contato apenas com o texto – e alguns trabalhados em sala de aula) faz perceber que também são seres humanos – que não estão estes num pedestal, que não estão longe da realidade deles. Logo perceberam que também podem escrever. Naquele momento pude perceber que o nosso trabalho como professor, e/ou como escritor, pode mudar sistematicamente a cabeça deste cidadão em formação. Ainda estamos engatinhando neste assunto – uma vez por ano, mas já começamos!
Estiveram presentes as escritoras Ana Almeida e Anna Himel. Ana Almeida – a ‘poetisa dos sonhos’ – falou sobre a importância da leitura e da escrita, da arte da escrita – principalmente da poesia – e de nunca desistir dos sonhos. Anna Himel falou sobre contos, inclusive veio a caráter! – e comentou sobre o conto ‘O gato na janela’ – que receberá no próximo dia 13, no Senac, a menção honrosa em nível regional.
Fechando o assunto de hoje, as escolas que não participaram devem rever os seus conceitos, pois a Literatura causa ação e reação nos indivíduos e, para isso, também deve ser pensado que nós, educadores, somos formadores de opinião – e formar opinião começa por participar! (Publ. em 10/09/2011)
Setembro de 2011REFLEXÃO PARA QUEM NÃO SOLICITOU VISITAS DE ESCRITORESNa última quinta-feira, em uma das salas do MAAP – Museu Araçatubense de Artes Plásticas – aconteceu mais um encontro de escritores araçatubenses preocupados em aproximar, ainda mais, suas produções com o alunado araçatubense, tendo em vista a 3ª Semana de Literatura.
A Semana de Literatura acontecerá entre os dias 13 a 19 de setembro, no Senac, onde acontecerão feira de livros, palestras, visitas de escritores, rodas de conversas, lançamentos de livros, oficinas literárias, a premiação do 24º Concurso Internacional de Contos ‘Cidade de Araçatuba’ – e a tradicional chuva de livros. E, desde ontem (sexta-feira), a cidade de Araçatuba já conta com visitas de escritores nas escolas e que se estenderá até o dia 12.
Estive presente na reunião e estranhei, como alguns presentes também estranharam, o fato de algumas escolas não serem citadas – ou seja, não se inscreveram para receber os conterrâneos em sua própria casa – e acompanhei de perto e sei que houve um longo espaço de tempo para que isso acontecesse. É um fato a se pensar.
É um fato a se pensar – e com muita seriedade – principalmente por parte dos senhores educadores que exercem a função de gerenciar uma unidade escolar e que neste momento ‘pecaram’ – ainda mais, tendo em vista que não havia custos. A presença do escritor seria um momento de desmistificação de que escritores não são apenas os já tidos como grandes nomes, desmistificar a imagem destes no ‘altar’ – mas que temos bons escritores – também de peso – aqui em nossa cidade. Escritores que estão preocupados com o registro e a representatividade de nossa cidade, como sociedade, na história das letras.
Fiquei a pensar ainda: como posso eu cobrar do meu aluno certas atitudes se eu – tendo a oportunidade, não a uso? Aliás, eu – como educador – tenho por obrigação de propiciar o melhor a estes, mesmo sabendo que poucos aproveitarão a chance dada. Mas, por outro lado, poderei dormir sossegado sabendo que perante a sociedade fiz a minha parte.
Logo, creio que este texto serve de alerta aos senhores e senhoras que exercem a função de educar, a função de – como representantes do Estado – oferecer o que tem de melhor. E, socialmente, valorizar o que a nossa cidade, Araçatuba, possui: pessoas capacitadas e com boas intenções em levar – mesmo que uma vez ainda ao ano, e em menos de duas horas – um pouquinho do que é Literatura, um pouquinho do que é escrever, do que é ler. Do prazer de ler. Mesmo que sendo apenas uma visita-convite – mas que poderá, por muitos outros meios, ser prolongado.
Quem trabalha com educação com um ‘olhar diferente’ – e realmente sabe o que é ver um pequeno ser em formação brigando com as palavras, não perderia por nada a oportunidade oferecida de mostrar a ele o que é um escritor em ‘carne e osso’.
Por outro lado vale ressaltar que houve escolas que solicitaram duas, três e até quatro vistas: preocupação em propiciar ao aluno o encontro com um ser que, às vezes, podem até ser tomado como diferente – e realmente é! – mas que carrega, de certa forma, certa magia ao trabalhar com as palavras. E que na verdade é um trabalho duro, mas compensador!
Aproveitando, também, para ressaltar o trabalho dos escritores araçatubenses que compareceram à reunião e que mostraram disposição para efetuarem este trabalho sem nada receber: visitar as escolas chamando os alunos e professores para comparecerem e prestigiarem o evento, pois só assim se faz um povo culto. Monteiro Lobato escreveu: “Um país se faz com homens e livros.”.(Publ. em 03/09/2011)
domingo, 11 de setembro de 2011
Em Araçatuba como aqui, texto do prof, Pedro César http://www.aracatubaeregiao.com.br/pedrocesapoliticartxt.htm
Amigos escritores, em Araçatuba é como aqui,é preciso perseverar e lembrar a cada instante que somos comprometidos com a causa da leitura e da literatura. Texto publicado no site do prof Pedro César.
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