sexta-feira, 28 de julho de 2017

Combinando Palavras- Ignácio de Loyolla Brandão

o presente da Fundação

Ignácio no chão , vendo o vídeo

Ignácio, eu e Heloísa entregando as produções dos alunos


Me preparei, eu me preparo, para receber os escritores do "Combinando" lendo suas obras, acessando o material fornecido aos alunos e professores, fazendo um roteiro, bem aberto, contemplando os imprevistos e improvisos ( e esquecendo-o em casa no primeiro dia), cuidando da voz, do sono e das energias para estar fisicamente atenta e disposta para a boa hora, além de levar comigo lembrancinhas, livros, cartões, coisas que aquecem corações.
Tudo pronto (?) para Ignácio de Loyolla Brandão, um habituè da Feira, colunista do jornal local, natural da vizinha Araraquara, quase um cidadão ribeirão-pretano.
Primoroso escritor de ágil escrita e bons assuntos.
Camarim delícia, aos cuidados da jovem Amanda.
Uma bolinha de gude, em saquinho de seda, o mimo,  referência à história de Ignácio sobre os "Cavalos Loucos".
Chegam Ignácio e a admirável Adriana Silva, presidente da Fundação e Edgar de Castro, vice-presidente, que fizeram questão de acompanhar pessoalmente todos os convidados.
Cumprimentos, breves explicações do que aconteceria .
Teríamos a inacreditável marca de mil alunos nas dependências do Teatro.
Como seria?
Daria certo?
Já no camarim começaram as homenagens.
Os trabalhos dos alunos compilados em um pen drive, acondicionado em bela caixa temática, foi o belo presente ofertado pela Fundação, resultado concreto do trabalho.
Trabalhos dos alunos, textos, caixas, muitas bolinhas de gude...
Fotos!
Hora do show!!
Subimos ao palco, acertamos detalhes e entramos em cena, depois de breve apresentação do locutor Coelho.
Juro que me preocupei com a reação do convidado.
Seriam momentos de grande emoção.
Ignácio foi ovacionado pelos alunos.
Foi como uma onda ruidosa e calorosa a nos envolver.
Ele corou, acelerou a respiração mas ficou firme.
Sobrevivido, Ignácio, recebeu os alunos com sua habitual simpatia.
Os alunos cumprimentaram o convidado, beijos e abraços, lembranças por eles produzidas.
Um vídeo, Ignácio sentado no chão para ver melhor.
Teatro.
Tudo acontecendo e fluindo na cumplicidade dos que se unem para fazer acontecer.
Abraços em árvores, conselhos de avô,  Branca de Neve sua namorada, o dicionário como leitura, as garotas, a infância, as cadernetas de Dona Rita, a reverência às professoras, a missão, o sucesso, o amor pelo que faz.
O encanto!
Ignácio gostou, nós gostamos, e ele promete voltar.
Reservou lugar para 2018.
Ao chegarmos de volta ao camarim, ele ligou imediatamente para a esposa e disse que tinha vivido uma das maiores emoções de sua vida.
Coisas assim validam qualquer trabalho.
Obrigada, Heloísa, Fundação.
Obrigada, Ignácio.
Vencido o desafio do primeiro dia, postos à prova todos os esquemas e planejamentos, cientes de que nosso caminho seria de surpresas e improvisos a serem acolhidos, satisfeitos, fechamos a porta do camarim, convidado entregue à Adriana para uma volta na Feira.
Era só o começo.
Só o começo!!

PS: trouxe a bolinha de gude de volta. Que valor teria uma bolinha solitária diante de caixas e caixas dos encantadores olhos de uns determinados cavalos?

PS2:- Ignácio nasceu em Araraquara, 31 de julho de 1936, mas pensa , seriamente, em pedir a cidadania ribeirão pretana, de tanto que anda frequentando a cidade. Seu brinquedo de menino incluía a leitura do dicionário. Dono de um texto ágil e cativante, com presença de humor, e grande produção, conquistou os alunos por seus temas sobre o humano e sua ternura no recente “ os olhos cegos dos cavalos loucos” . É o homem dos caderninhos, anota tudo, tudo pode ser assunto. Do livro Zero, trago uma frase do seu personagem José, para conhecermos sua palavra “ Eu gosto de pensar, coisas sem sentido. Porque as coisas com sentido não fazem sentido.”

Nenhum comentário:

Postar um comentário