Ainda sob os vapores carnavalescos, não, não aprendi nenhum
samba enredo, conferindo vencedores dos desfiles das escolas de samba, deu Portela, mas meus olhos marejaram pela
Mangueira, vendo reapresentações na televisão, vocês viram o Aladim no tapete
voador?, encontro-me, tantas cores!, mais uma vez, inovações!!, maravilhada.
Somos um povo capaz de realizar feitos grandiosos e únicos!
Basta querermos!
Os desfiles de escolas de samba são grande exemplo.
Pertencentes às comunidades de baixa renda, o que pode
pressupor baixa escolaridade, as escolas conseguem se organizar para ter recursos
financeiros e pessoal de alta qualidade e especialização para realizar o
desfiles incríveis no prazo e tempo corretos.
Segundo meu pai, especialista em noticiários, alguns países já tentaram copiar, sem sucesso,
o maravilhoso espetáculo.
Mesmo contando com avançada tecnologia, custeio, material e
mão de obra, não obtiveram sucesso na empreitada.
Ficamos, eu e meu pai, pensando no porquê do fato.
Só me ocorreu um diferencial, a nossa “mão de obra”.
Nas escolas, dos contratados aos voluntários, todos os
envolvidos “vestem a camisa da escola”.
Não há apenas trabalho profissional, há paixão envolvida.
E paixão, já disse isso, merece respeito.
O apaixonado não conhece o cansaço, nem a fome, a
necessidade. Tem diante dos olhos ofuscados a visão do objeto apaixonante.
Sua vida é por ele e para ele.
Sem razão.
Desta forma, o que acontece nos barracões não é um trabalho,
é a realização do desejo apaixonado. Sem limites!
E quando acontece o desfile, é esse sentimento de quase
êxtase, ou de êxtase total, que cada um
carrega, seja empurrando o carro alegórico, fornecendo água para os
componentes, costurando fantasia, controlando alas, tocando na bateria,
sambando no pé, ou como destaque.
Paixão, queridos!
Inigualável!!
Inevitável!!
Aproveitemos!!!
Eliane Ratier, no baticum do ziriguidum
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