domingo, 31 de maio de 2015

Livros- O Leopardo- Tomasi de Lampedusa




Lido como escolha do grupo de leitura, o livro tem no estilo seu ponto forte. Uma linguagem agradável, poética, rara sem ser incompreensível.
No relato biográfico do Principe de Salinas, acompanhamos episódios históricos da Itália, sob o olhar de quem viveu a história, as nuances da aristocracia rumo à decadência, a vida e o pensar do povo das vilas, cidade e campo.
Com um belo final, instigante e aberto.
(Parei, pouco antes do fim, para dar espaço à emoção.)
Como curiosidade cito a fala do dono do "sêbo" onde fui adquirir o livro " Livro muito bom, moça, fazia muito tempo que ninguém vinha aqui procurar por ele", disse-me ao localizar o livro. Senti nele alguma hesitação ao desfazer-se dele, talvez tenha sentido saudades e vontade de fazer uma nova leitura.
Ai! e tem o filme!!
E o brasão


quinta-feira, 28 de maio de 2015

Recados do corpo



O corpo, nosso suporte vital.
Uma máquina sofisticada e ainda desconhecida.
Uma máquina básica, baseada em leis da química e da física.
( Pensando bem, as leis é que foram feitas baseadas na máquina.)
Uma máquina sujeita à influências energéticas e sutís.
Uma máquina capaz de feitos inimagináveis.
Uma máquina levada , frequentemente, ao extremo, sempre desconhecido, de sua capacidade.
Forçamos a barra, seja no lazer, no esporte, no trabalho, sem respeito aos limites.
Daí , que por vezes adoecemos, e é preciso encostar a máquina para reparos.
Doenças são recados que o nosso corpo nos transmite para que mudemos algo na nossa maneira de ser e agir.
Creio nisso, como numa religião, fervorosamente.
Sei disso agora, depois de sofrer várias paradas obrigatórias e questionar-me e debater-me e inconformar-me.
Os problemas continuam acontecendo, a idade chega, e ficamos delicados.
Tudo nos fere e a cura é mais lenta.
O corpo conta histórias de anos de abuso do seu uso.
Há que se ter o respeito necessário ao tempo.
Há que se ter o respeito e o cuidado amoroso com a máquina.
Porque ela será a mesma do começo ao fim da vida.
É preciso tratá-la como máquina que é, e fazer a manutenção.
Combustível, descanso, troca de fluídos,  reparos de danos mínimos, aprimoramento dos componentes,  em todos os setores.
Alimentos, ar, água, sono, repouso, lazer, aprendizado, assuntos vários, amores, paixões, remédinhos para manutenção, atividade física, mental e espiritual, amizades, interesses, realizações,  espiritualidade, humor.
Cuidados imprescindíveis para o bom funcionamento da máquina.
Cuidados imprescindíveis para um bom relacionamento com ela.
É um acordo, você a respeita e cuida e ela lhe serve.
Pensemos de maneira ativa e vamos lá fazer algo de bom por nós mesmos, porque, ao contrário do que muita gente pensa,somos nós, os cuidadores da nossa máquina, é nossa a responsabilidade, a lei não admite terceirização, salvo em casos extremos.
Cuidemo-nos.

Eliane Ratier

domingo, 24 de maio de 2015

Livros- Florada da Paz- Cléo Reis



Livro que realmente nos instiga a pensamentos de paz, a atitudes de amor pleno.
Acolhe nosso coração em outro peito, e nos inspira, responde, consola e anima.
Bravo, Cléo Reis!!!
A beleza , a bondade, o amor, o otimismo são traços de positivo viver, esperança de um mundo melhor, crença no divino que habita todo humano.
Parabéns!

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Livro é tudo de bom!!


Livro é tudo de bom!!!
Amo, desde sempre,ler!!!
Talvez meu primeiro livro oficial, e o de muita gente,  aquele que a escola recomenda, tenha sido  “O Menino do dedo verde “ e Maurice Druon.
Pela mesma época eu tinha um livro de contos infantis , dos quais não me lembro, mas com belíssimas ilustrações.
Daí  veio, pelas mãos do pai, o “Reinações de Narizinho” do Monteiro Lobato, muitas páginas no desértico branco e preto das letras sobre o papel com raras ilustrações, também sem cor.
Apaixonante!!!!
Acho que eu era uma pessoa normal até aí, até “Reinações”.
Tinha 10 anos então, e ainda brincava na rua, com bonecas, e sonhava em ser bailarina.
Depois mudei-me de cidade, de fase escolar, de categoria humana, deixei de ser criança, virei uma quase moça, sem brinquedos na rua, duvidando do direito às bonecas no Natal.
Fui morar perto de uma prima, professora, que tinha uma coleção imensa de livros infanto-juvenís, da Abril, coloridos, capas duras.
Lí-os todos! Devorei-os, um atrás do outro, sem descanso. Tarefa para mais de um ano.
Mudei de escola, esta tinha biblioteca e aprendi o caminho.
Poderia ser considerada uma “nerd” na época, o livro sempre debaixo do braço, sem dar espaço a tempo perdido, na aula vaga, no intervalo.
E ia a festas , namorava, brincava, ria, dançava, como todo mundo.
Quando entrei no colegial, mudei novamente de escola e , na visita ao prédio novo perguntei pela biblioteca.
Ela existia, mas estava fechada.
Quem quisesse usá-la,  podia pedir a chave, enfrentar o pó,  e devolver depois.
Muitas vezes entrei ali, sozinha, dona de todos os livros abandonados.
Li, li e li. Geralmente livros emprestados, ganhados ou recomendados por amigos leitores.
Li para o vestibular, entrei para a faculdade e...Parei de ler!!!!
Não dava tempo, o mundo era cheio de novidades, exigências de gente grande e responsabilidades.
Estudei, me formei e daí, na inércia da espera dos primeiros tempos profissionais, descobri os sebos.
Pegava os livros, lia e depois os trocava por outros.
Tanta coisa boa passou por minha mão!
Daí vieram os filhos e a vida apertou o passo.
Na mesma época comecei a trabalhar em escolas e, nelas, continuei descobrindo as bibliotecas.
Tinha as chaves, o desejo, a curiosidade pelo mundo sem fim dos autores contemporâneos.
Lia, recomendava, arrumava estantes, tirava o pó. E esse nem era o meu trabalho.
Meu trabalho era bem outro.
Assim fui do ensino fundamental, para  a pré escola, depois de volta para o fundamental com o médio.
Aí foi a glória!!!!!
A biblioteca desta escola era imensa, tinha bibliotecária, e o governo mandava caixas de livros para a biblioteca, os professores e alunos.
Como todos sabiam do meu gosto, eu era chamada para ajudar a abrir as caixas.
Era deslumbrante!!
A emoção do papel virgem, da qualidade, da raridade.
Um sonho !!!
Li muito, li demais, li com foco, li com desejo, li  como pesquisa e , de repente, escrevi.
Escrevendo, leio para aprender, para trocar, para conhecer, para ensinar, por indicação, porque foi presente, para opinar, por deleite, para viajar, para enriquecer minha cultura, para inspiração, para escrever.
Assim, o livro se tornou, para mim, um grande amigo, companheiro de todas as horas, do descanso, do lazer, das esperas, da solidão , da dor, coadjuvante das alegrias, depositário de encantos. Antídoto contra a dureza das objetividades, o livro é um convite à viagem, uma porta para outro lugar, uma fuga, uma alento.
Dia que me arrependo é quando não ponho um livro na bolsa e perco o tempo precioso em alguma inesperada espera.
E esta é minha história com os livros.
Vivo cercada, há pilhas deles e classificações para as esperas,e sempre chegam mais.
Criei um registro no computador onde anoto sobre os livros lidos,  para não me esquecer. Isso me ajuda muito, me obriga a pensar, refletir sobre o que foi aquele livro para mim.
Há frentes de leitura, normalmente três .
Ainda tenho alguma pressa no ato.
É a gula literária.
Leio em papel,  é mais gostoso, dobro as páginas, às vezes me atrevo a grifar algo mesmo com temor do dano.
Leio e uso o computador para ampliar a leitura ou dirimir dúvidas.
Leio livros novos e usados.
Gosto muito dos usados, vem com história extra, uma dedicatória, um nome, um poema, uma flor seca, uma nota de dinheiro ou a nota de compra, carimbo ou selo de uma livraria extinta.
Amo ler !
Eu te convido a amar também.
Eliane Ratier, já obesa pelo alto consumo literário.




domingo, 17 de maio de 2015

Livros - Concerto para Corpo e Alma- Rubem Alves



Rubem Alves, educador, será um dos autores homenageados pela Feira do Livro de Ribeirão Preto em 2015.
Por lembrança de um amigo, comprei o livro. Comprei dois exemplares, um para presenteá-lo.
Com idéias simples, citações, vivências, e acompanhado lindamente com as sugestões musicais, o livro é um alento para momentos difíceis, um descanso para a agitação cotidiana. Fácil e leve.
Um carinho.
Livro para ser consultado, aberto ao acaso, na certeza de ver pular de suas páginas frases de espírito que despertarão sorrisos.
Rubem Alves é assim.

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Minha turma



Acho que já escrevi sobre isso aqui, mas como a memória é cada vez mais falha, e pelo andar da carruagem e pelo adiantado da hora, não procurarei por este texto, escreverei de novo.
Nunca tive turma. Fui de todas e de nenhuma.
Como cachorro de muito dono, ninguém tinha a obrigação de me incluir, ou seja, cuidar de mim.
Não, não, não , sem chororô, sem problemas, muito pelo contrário, amo esta independência.
Mas agora...acho que achei a minha turma.
Não temos uma aparência física definida e uniforme, nem pertencemos à uma determinada classe social, mas portamos um ar etéreo, algo angelical e misterioso,  um jeito de fazer sumir o olhar no horizonte vislumbrando segredos que o outro entende sem questionar.
Somos facilmente abraçáveis e vertemos lágrimas de emoção a cada momento.
Parecemos fortes, destemidos, mas nossas mãos tremem e nossas vozes embargam sem aparentes motivos.
Somos capazes de esquecer do mundo quando estamos com um livro, ou de passar horas, semanas, meses, quando pouco,  no aperfeiçoamento da ideia, do traço, na busca de uma palavra perfeita. Soube de um caso onde ela só apareceu depois de uma década!!
Encantamo-nos com tudo, principalmente com a simplicidade.
Temos o senso de valor alterado. Nossos tesouros não são, necessariamente, de ouro e prata, mas apreciamos noites de lua, belas paisagens,  música, vinhos e um bom jantar.
Suspiramos pelos cantos e estamos bem.
Temos o coração opresso e fazemos lindezas.
O olhos molhados são os que melhor veem.
Pois é , foi assim, de repente, que me encontrei enturmada, acolhida com generosidade, desejada pelo que tenho de melhor, meu pensar, meu agir, meu fazer, meu sorrir.
Obrigada, amigos poetas, artistas, minha turma, turma boa, turma querida.
Eliane Ratier

domingo, 10 de maio de 2015

Livros- Pouso do Sossego- Menalton Braff



Segundo livro de uma trilogia.
Lido o primeiro, "Tapete de Silêncio", um livro de ação, o segundo, " Pouso do Sossego" é um avanço de 3 anos no tempo.
Estranho o comportamento da protagonista, mas, mais à frente, ela traz de volta sua essência revelada em "Tapete", e a contorna, sob as hábeis mãos do mestre Menalton, rumo à uma maturidade.
O final surpreende e nos deixa querendo mais, o que será o bom estofo do próximo livro.
Que a espera seja breve.

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Vontade de dançar






Já falei sobre a dança, aqui, lá, em muitos lugares.
Amo! Amor primeiro, a arte de base, semente do prazer, o sonho.
Ainda me lembro da enorme felicidade que me invadia,  eu menina de nove, dez anos, depois de uma aula puxada, ao tirar o colant , naquele tempo de malha de algodão, molhado de suor, e entrar no banho ainda ensaiando os passos aprendidos.
Fiquei, assim ,marcada para sempre.
Ainda espero elevadores em primeira ou quinta posições, executando discretos "tandus".
Bem, só para situar.
Já fiz loucuras, agora estou mais calma.
Mas ando com comichões quase incontroláveis e temo um vexame próximo, um transbordamento em público, quando ao ouvir uma música não consiga controlar os quadris, nem refrear os passos em cadência.
É que não tenho feito mais aulas de dança. Nada , nadica. Estou parada e sem perspectiva.
Daí que uma amiga, que sabe o que sinto, ao ouvir meus queixumes, deu a solução , aparentemente simples, - Dance em casa. Ponha a música e dance.
Querida amiga, que sabe o que sinto pois também sente, estou arquitetando um plano para viabilizar a prática de seu conselho. É que não é tão simples assim. Tem sempre alguém em casa, e convenhamos, pode parecer bem estranho dançar, sozinha, na sala de casa com testemunhas. Se fôssemos dois, ou um grupo, sem problemas, mas sozinha...pode realmente parecer estranho, posso ter minha sanidade mental posta em dúvida.
Então que tenho que escolher  a música, testar o som e inventar um banco, uma compra, um qualquer coisa, para que os viventes da casa saiam e eu tenha a necessária privacidade para o alívio desta vontade que me consome.
Depois eu conto, amiga, como consegui e se foi válido.
Espero que dê resultado.
Desejos incontidos satisfeitos em locais públicos podem ser dasastrosos para a reputação dos envolvidos.
Me aguarde.
Enquanto isso , que tal essa música para começar a sessão de dançaterapia?



domingo, 3 de maio de 2015

Livros- Esaú e Jacó - Machado de Assis



Genial! Não há outro termo. Machado pinta e borda neste romance ao fazer, o tempo todo, interlocuções com o leitor e observações como narrador, tendo como pano de fundo a passagem da monarquia para a república.
Saborosíssimo!!
Lido por indicação do Clube de Leitura, há muito tempo, mas só terminado agora.