domingo, 27 de dezembro de 2015
Livros. Elementos- Maria Helena Sato
Livro em pequeno formato desta minha recém-conhecida escritora, delicadamente ilustrado por seu marido.
Breves contos que passeiam por cidades como São Paulo, Rio, Londres, Paris sob os temas do ar, terra, água e fogo.
Agradável leitura na boa voz de Maria Helena.
domingo, 20 de dezembro de 2015
Livros- Ás Avessas- Joris Huysmans
Livro lido por indicação do Grupo de Leitura.
Meu cérebro bateu palminhas excitado ao ler os primeiros parágrafos.
Diversão garantida com linguagem riquíssima e assuntos interessantíssimos esmiuçados num desfile de conhecimento.
Folguei em saber que outros também não conseguiram apreender todo o significado da linguagem nem mesmo pesquisar sobre o conteúdo exposto.
Um livro que pode render muito se se pode ir atrás do que não foi entendido na primeira leitura.
Mas vamos ao técnico da coisa.
Um romance divisor de águas, inovador, fora da estrutura clássica do gênero, sem conflitos.
Vou copiar aqui a resenha do mestre Menalton para que tudo se explique em voz competente.
Excelente leitura!!
" Sem se cometer exagero, pode-se dizer que o autor foi o marco inicial de toda literatura moderna, tendo como credo principal o pensamento decadentista, de onde se originam o Simbolismo e mais tarde todos os Modernismos. E uma das rupturas com a tradição literária, sobretudo em prosa, é a desvalorização do enredo, como seriam logo depois os romances de Proust, V. Woolf, James Joyce e os que lhes sucederam."
(trecho retirado do Blog do Menalton- postagem original aqui : http://blogdomenalton.blogspot.com.br/2015/12/nosso-grupo-de-leitura.html?spref=fb
domingo, 13 de dezembro de 2015
Livros- Antologia da UBE- organização Joaquim Maria Botelho
Ah, gente é assim: ganho, compro, empresto os livros e eles entram numa longa fila até serem lidos, e quando o são, tem minha total atenção.
Esta antologia é uma vitrine de bons e afamados escritores.
Para minha felicidade, com escritores aqui de Ribeirão Preto , nossos colegas de todos os dias, nossos vizinhos, parceiros e companheiros de sonhos e lidas.
Figuram nesta antologia: Leda Pereira, Regina Baptista, Mara Senna, Menalton Braff, Ely Vieitez Lisboa.
Organizado pelo ex presidente da UBE, Joaquim Maria Botelho, a antologia traz a qualidade homogênea o que torna a leitura prazerosa e atenta.
Parabéns, colegas da UBE!
Parabéns, Joaquim!
Em breve o livro estará o espaço do Instituto do livro para leitura.
domingo, 6 de dezembro de 2015
livros- Dia de Chuva- Tempo do meu tempo- Concisão- Alfredo Rossetti
Alfredo Rossetti é um de nossos melhores poetas.
Culto, brincante da palavra, faz com que seu texto seja sentido antes de ser compreendido.
Não sabemos bem, mas algo ali nos diz respeito.
É uma conversa que agrada.
Amo!
"Concisão" é livro de sala.
Daqueles para a gente por os olhos e acordar a mente da mesmice que nos cerca.
Parabéns, Alfredo!!!
domingo, 29 de novembro de 2015
Livros- Os piores dias de minha vida foram todos- Evandro Afonso Ferreira
Sim, voltei à ele, mas não, ainda gostei mais do outro ( O mendigo...).
Em sua peculiar linguagem repetitiva e abordando temas que nos são próximos o autor surpreende pelo enfoque da morte autonarrada do personagem central .
O ponto de luz que me tocou é a referência que o personagem faz ao amigo escritor que já se foi, um apoio, um alento, assim como são as boas amizades.
domingo, 22 de novembro de 2015
Livros- ponte@palavra.cv.br- Maria Helena Sato
Acabo de ter o imenso prazer de conhecer a poeta Maria Helena Sato.
Maria Helena é para mim, ainda a palavra , sem físico.
Como flores do ofício ela me chega pelas mãos de Fatu Antunes que a receberá na Oficina Cultural Cândido Portinari, aqui em Ribeirão Preto, Rua Visconde de Inhaúma, 490, primeiro andar, para o lançamento deste livro, e uma boa conversa, no dia 26 de novembro de 2015, às 19horas,e , generosamente convida-me para mediar o encontro.
Preparando-me para ele fiz a leitura deste e de outros livros da autora.
Ponte é um livro à seis mãos, feito em parceria com sua antiga professora, quase uma homenagem afetiva e com a filha desta, especialista em educação.
Ha poesia de grande qualidade e textos de quem vibra com o ato de educar em suas mais variadas formas.
Um verdadeiro presente!!
Além da "ponte", fiz a leitura de" Bonsais e Haicais"," Faíscas" com deliciosos poemas minimalistas, dos líricos " Areias e Ramas" e " Recados de Mulheres para os homens que as amam", do inspirador "Farol" e da bela homenagem à sua eterna terra, Cabo Verde, " Caleidoscópio".
Uma festa para a alma!
Aproveitem!!!
quinta-feira, 19 de novembro de 2015
Dia da Bandeira
Sou filha de militar,e quem também é sabe do que eu estou falando.
Cada profissão tem sua peculiaridade e ela influencia nas rotinas familiares, nos assuntos , nos modos de lidar com cada coisa.
Minha casa tinha boas regras e sou grata por elas.
Meu pai não é tão linha dura como possa-se supor.
O militar lida diretamente com os valores da Pátria, o civismo, seus símbolos, suas cerimônias.
Meu pai sabe todos os hinos, só não sei se ainda se lembra deles, e os cantarolava em casa.
Eu e meu irmão ouvimos todos e quando os professores de Educação Moral e Cívica, sim era esse o nome, os apresentava, já eram nossos velhos conhecidos.
O hino da Marinha é lindo!!
O da Bandeira faz parte da rotina de alguns centros cívicos e foi um prazer reencontrá-lo, adulta.
Falo isso porque hoje é difícil ouvir outro hino que não o brasileiro.
Trabalhei em escolas nos últimos 30 anos e as manifestações cívicas são tímidas como se pecado fosse cultuar a Pátria.
Suspeito que seja efeito da ditadura.
Mas este assunto é para outra hora.
Hoje vou contar de um longínquo Dia da Bandeira, 19 de novembro, talvez 1970.
No dia da Bandeira os quartéis fazem a queima das bandeiras inservíveis em cerimônia oficial.
As bandeiras estragadas, rasgadas, não podem ser descartadas de maneira comum. Elas devem ser entregues aos quartéis para que sejam devidamente processadas.
Num destes dias meu pai resolveu nos levar ao ofício.
Meu pai comandaria a cerimônia da queima da bandeira que aconteceria em frente à Catedral de Ribeirão Preto, na praça das Bandeiras.
Chovia e mesmo assim o ritual foi mantido.
O fogo aceso em recipiente próprio, os soldados perfilados, a bandeira nova sendo hasteada, os hinos cantados.
Havia público, autoridades e a imprensa. As coisas, então , tinham outro prestígio.
Eu e meu irmão ficamos, perfilados e sérios, vestidos com nossas capas de chuva elegantemente infantís, nas escadarias da igreja.
Nossa foto saiu no jornal, foi a primeira vez.
Esta foi a lembrança palpável que ficou.
Um recorte de jornal minha mãe deve ter guardado.
Na mente, o que não se apaga, é o fim da querida e reverenciada bandeira.
Achei algo cruel queimá-la.
Hoje sei que o fogo é sagrado e purificador, mas mesmo assim, me faz pena consumir o tecido vivo, que tremulava ao vento, sinalizando com cores e movimento a vida desta nossa terra natal.
Quanto aos hinos, o da Bandeira é também muito bonito, transbordante do amor que nem sabemos que temos.
Cantarolei-o pela manhã, com saudades de um outro tempo.
Deixo-o aqui para relembrar e comemorar a data.
Da Wikipedia
O Hino à Bandeira do Brasil tem letra de Olavo Bilac (1865-1918) e música de Francisco Braga (1868-1945). Foi apresentado pela primeira vez em 1906. Surgiu inicialmente de um pedido do prefeito do Rio de Janeiro, Francisco Pereira Passos, ao poeta Olavo Bilac e ao prof. Francisco Braga. Inicialmente foi utilizado pela prefeitura do Rio de Janeiro, sendo cantado nas escolas e posteriormente sua execução foi se estendendo às corporações militares e demais estados .
Salve lindo pendão da esperança!
Salve símbolo augusto da paz!
Tua nobre presença à lembrança
A grandeza da Pátria nos traz.
Recebe o afeto que se encerra
em nosso peito juvenil,
Querido símbolo da terra,
Da amada terra do Brasil!
Em teu seio formoso retratas
Este céu de puríssimo azul,
A verdura sem par destas matas,
E o esplendor do Cruzeiro do Sul.
Recebe o afeto que se encerra
Em nosso peito juvenil,
Querido símbolo da terra,
Da amada terra do Brasil!
Contemplando o teu vulto sagrado,
Compreendemos o nosso dever,
E o Brasil por seus filhos amado,
poderoso e feliz há de ser!
Recebe o afeto que se encerra
Em nosso peito juvenil,
Querido símbolo da terra,
Da amada terra do Brasil!
Sobre a imensa Nação Brasileira,
Nos momentos de festa ou de dor,
Paira sempre sagrada bandeira
Pavilhão da justiça e do amor!
Recebe o afeto que se encerra
Em nosso peito juvenil,
Querido símbolo da terra,
Da amada terra do Brasil!
domingo, 1 de novembro de 2015
Livros- " O Mendigo que sabia de cor os adágios de Erasmo de Rotterdam" Evandro Affonso Ferreira
Ganhei este livro de presente do pessoal do Grupo de Leitura.
Fiquei algo apreensiva pois não tinha conseguido ler o outro título, deste mesmo autor, proposto pelo grupo, mas surpreendi-me positivamente.
Em seu estilo repetitivo, há um enredo envolvente que nos leva à conclusão pressentida em surpreendente revelação poética, além de proporcionar um passeio pela obra de Erasmo de Rotterdam, fazendo vontades de conhecer mais. Uma estória terna e humana que se repete todos os dias.
Gostei tanto que devo voltar ao que abandonei para redescobrir o autor.
terça-feira, 27 de outubro de 2015
Feeling Like Karen Walker
Feeling Like Karen Walker
Bem , para aqueles que não sabem sobre o que estou falando,
digo que me reporto ao seriado da TV paga, delicioso, chamado Will and Grace.
Will , é um advogado, gay, Grace, hetero, é sua amiga de vida, amor e morte, e há ainda
Jack Mac Farland, ator, gay e hilariamente enlouquecido e Karen Walker,
milionária, hipocondríaca, HLGBTS, isto quer dizer “ topo tudo que me dê prazer”.
( ok, ok, sorry se fui politicamente incorreta nas
descrições, mas não vou quebrar a cabeça, nem o texto, para tentar driblar os
estereótipos)
Eles não moram juntos , mas vivem juntos e a graça é a
mistura de tudo isso.
Para aqueles que sabem sobre o que estou falando, Wow!!!
Quando falo que me senti como Karen, não me refiro às suas
múltiplas opções sexuais, mas ao seu traço hipocondríaco que a levou, em um
episódio, a misturar pílulas coloridas em um pote e servir como balas aos
convivas, pedindo que escolhessem pela cor, porque ela não tinha a menor idéia
para que serviam, só que serviam para lhe dar conforto e prazer.
Neste ano estou tendo a oportunidade de tomar muitas
pílulas, remédios de todos os jeitos para muitos males de pequeno a médio
porte, mas igualmente cuidadosos no trato e incômodos, como é próprio dos males
ser.
Assim, que tomo pílulas fixas diárias e outras sazonais,
conforme o mal de base, da hora, dia,
mês, ou estação.
Nem leio mais as bulas. O médico mandou, é para tomar.
Acima, abajo, al centro, a dentro!
E assim, com paciência e tempo, vai tudo entrando nos eixos.
Vão se fazendo acordos em novos termos.
Daí eu me sentir Karen, com um pote de pílulas diárias, só
que menos glamorosas, elas dificilmente tem cor, são brancas, cinza, beges, no
máximo amarelas oleosas ou ligeiramente verdes.
Mas a realidade é assim mesmo, o colorido fica para a ficção.
domingo, 25 de outubro de 2015
Doenças da Alma, Arte de reconhecer-se, Recomeçar- Luzia Madalena Granatto
O livro de Luzia traz os pensamentos e crenças que a autora tão bem põe em prática no seu trabalho, no seu ser, no seu fazer, para si e para os outros.
O livro é todo Luzia!
Parabéns!
terça-feira, 20 de outubro de 2015
Ninguém é perfeito
Defeitos todos tem
Ninguém é perfeito!
Por fora bela viola, por dentro pão bolorento.
Nem sempre assim, mas quase.
O segredo da convivência é a escolha do defeito a suportar ,
ou até que ponto suportar o defeito, ou
ainda , que defeito seria insuportável.
Há defeitos ignoráveis para uns e majoritários para outros.
É uma questão pessoal, pessoalíssima!!
Por isso, evitar as situações onde o defeito pode aparecer,
não valorizar as aparições, treinar a paciência, sair de cena, ou sumir de vez,
são boas estratégias, porque apontar o defeito, com o dedo em riste, no nariz
do sujeito é dar um tiro no próprio pé, é convidá-lo a olhar para você com mais
atenção, é instigá-lo a achar os seus próprios defeitos.
E aí querida, que ninguém é perfeito.
Quem procura , acha, e o outro vai achar.
As pessoas tendem a olhar pelas janelas de seus
relacionamentos, estendendo suspirantes olhares ao horizonte, em busca de
ideais parceiros, sem defeitos.
As quimeras acenam por entre as nuvens, mas trocar de
parceiro, é apenas trocar de defeito, seis por meia dúzia, ou dúzia e meia
conforme o caso.
Pior a emenda que o soneto.
Assim, que ao admitir um parceiro , um companheiro, um
sócio, um colega de trabalho, um empregado, veja as qualidades, mas pese os
defeitos.
E use todas as estratégias para não bater de frente, porque,
diante do espelho, a perda pode ser total.
domingo, 18 de outubro de 2015
Rimas da vida e da morte- Amós Oz
Fazia tempo que queria ler este autor israelense.
Oportunidade apresentada, chance aproveitada.
Um livro sobre como as estórias se formam na mente de um escritor.
Um bom enredo em rica linguagem, num agradável passeio pela noite quente de uma cidade em Israel, sua gente, seus costumes, suas palavras.
Prazer em conhecer.
terça-feira, 13 de outubro de 2015
Sarau da Odonto
Sarau da Odonto
Fui convidada pela professora Andrea Candido dos Reis para assistir a 16ª edição do Sarau da Odonto ( no meu tempo não tinha disso não).
São 10 anos de realizações a partir do pontapé inicial da
professora Janete, a professora que sonhou um sonho, ousou compartilhá-lo e
hoje colhe os frutos de uma realização que já é herança para os novos
organizadores.
Louvados sejam estes mestres por perceberem que a arte é muito mais que
tocar música, dançar , fazer poemas.
A arte é meio, é caminho para desenvolvimento pessoal e de
habilidades que vão instrumentar estes alunos para a vida.
O que vi emocionou-me, primeiro porque sou egressa desta
faculdade, que enternece meu coração, depois porque amo ver sonhos realizados e com
tão bom resultado, e mais, jovens são sempre lindos e aprecio muito quando se
dedicam, quando dizem “sim”, com coragem, vencendo os medos e perigos, muitas
vezes imaginários.
Vi, também, as professoras Andrea e Alma em ação, artistas que são, ouvidas
com o merecido respeito, e tive um feliz encontro, sempre feliz, com o maestro
Sérgio Alberto do coral da USP, que mesmo após 32 anos, guarda intacta a nossa
juventude fundadora de corais.
Resumindo a ópera: Adorei!!
Me convida que eu vou!!
PS: O auditório do direito é “show”!!!
Saí de lá recordando meus pés empoeirados, em sandálias de couro cru, ao atravessar o jardim do museu rumo à faculdade, ou subir a estradinha que dava na capela para mais um ensaio do coral. Estudamos numa USP pobrezinha perto desta que aí está.
Beijos em todos que são, foram ou serão meus colegas usuários do mesmo trem que faz a história.
domingo, 11 de outubro de 2015
Educação Integradora da sexualidade Humana- dra Marina Lemos da Silveira Freitas
Livro de cunho educacional e filosófico baseado nos ensinamentos de Viktor Frankl, coisas que dra Marina sabe bem, pois é estudiosa do assunto colocando na prática diária os ensinamentos do dr Viktor.
Uma nova abordagem baseada no humano.
Parabéns, dra Marina!
quarta-feira, 7 de outubro de 2015
Surfando na Bandeirantes
Tenho viajado muito!
Pais, filhos...
No começo foi penoso, agora sinto prazer em estar na
estrada.
Sozinha, com minha trilha sonora, livre para qualquer ato ou
palavra.
Vou cantando, vendo a paisagem, conversando em monólogo, uma
inaudível conversa com os outros incógnitos motoristas.
Cada viagem é diferente, apresenta desafios.
Chegar é vencer.
Tenho alguns temores na estrada.
Caminhões e motos estão no topo da lista.
Quando vejo os motoqueiros, algumas vezes não vejo , apenas
ouço, fixo a direção e espero que se definam quanto à sua ação.
Que façam o que, e como, quiserem, de preferência bem
rapidinho, e mais rapidinho ainda se afastem.
Que fiquem bem longe de mim.
Quanto aos caminhões, tem meu total respeito.
Primeiro porque são conduzidos, ou pelo menos deveriam ser,
por profissionais em árdua missão, reconheço, depois porque são grandes e eu
sou, perto deles, um minúsculo, frágil e leve pontinho de lata branca.
Considerações feitas vamos aos fatos.
Dia destes voltava de Jundiaí, pela Bandeirantes, pista
larga , três faixas no meu trecho, e boa, uma chuvosa manhã de segunda feira.
Pista cheia de caminhões, visibilidade ruim pela chuva
intensa.
Condições que demandam cuidados extras.
Um deles é não parar no acostamento para esperar a chuva
passar.
É preciso seguir em frente com calma e paciência.
Uma hora a chuva passa.
Outro é diminuir a velocidade e respeitar a sinalização e as
regras de trânsito.
Este frágil pontinho de lata branca seguia, à risca, as
regras.
Não havia motos. Que bom!
Mas os caminhões...
Meu amigo!!
Primeiro que alguns motoristas ignoram sua imagem no espelho.
Imaginam-se sentados ao volante de um Fiat 147 e manobram
como tal, em velocidade de automóveis, ultrapassando sem manutenção de
distância segura, tanto na saída da manobra, onde por vezes ignoram o
procedimento de olhar pelo retrovisor, quanto na de entrada, enfiando um
treminhão na frente de uma carreta , ao lado de um ônibus, com a agilidade de
um automóvel compacto em mão de motorista playboy.
Ave Maria!!
Foi assim que me vi, na terceira pista da rodovia, ao lado de
dois caminhões, jorrando água barrenta sobre meus inúteis limpadores de para
brisa, em velocidade bem acima da permitida, surfando, descendo numa onda da
rodovia, sem possibilidade de acelerar, para tentar a ultrapassagem , muito
menos de frear sobre a lâmina d’água, em condições de visibilidade instintiva.
E eis que o rádio toca Michael Bubblé.
Pensei que fosse um anúncio, um recado.
Achei que era a minha
hora e o céu preparava minha entrada com, que alívio!!, uma linda música.
Não! Imagina numa hora crucial destas, tocar algo horroroso.
É muito castigo!
Eu já passei por isso parindo ao som de Xuxa, mas esta já é
outra história que hoje seria considerada maus tratos.
Bem, como podemos ver, não foi minha hora, logo depois da
música o céu clareou num rasgo de sol, pude enxergar o caminho e ultrapassar os
grandões que se acomodaram em seus lugares.
Vencer o desafio é chegar.
Vencer o desafio é sobreviver.
Continuo na estrada.
Torçam por mim!
domingo, 4 de outubro de 2015
Sangue e Sedução- Cezar Batista
Louvo a coragem e saúdo o novo formato de trabalho do escritor Cezar Batista que migra dos contos e crônicas para o romance.
Parabéns!!
quarta-feira, 30 de setembro de 2015
Orando
Hoje tive vontade de orar.
Não como faço habitualmente, nas íntimas conversas que tenho
com Deus, aflita, reflexiva ou grata, mas orar oficialmente, com as orações
eternas, coletivas e de grande sabedoria.
Não sou uma religiosa praticante.
Moro ao lado da igreja. Às vezes entro, seduzida pelo
silêncio, o frescor e a paz do lugar.
Ouço todo o serviço religioso da minha cozinha, canto os
cânticos e assim me considero orando.
Como também me considero em ato de louvor quando promovo a
felicidade, o conforto, o bem estar, o
encantamento das pessoas com os dons que me foram concedidos e que desenvolvi
com o trabalho que me é permitido exercer.
Exercendo sou grata.
Por vezes necessito de uma parada para reflexão, uma busca
de entendimento, e nestas horas converso com Deus, da minha maneira.
Muitas vezes não entendo suas falas, suas mensagens, fico
sem saber, mas Ele sabe.
E porque Ele sabe, sigo tentando entender, evitando as
revoltas, cultivando a paciência.
Minha vontade de orar “oficialmente” não vem daí.
A aflição é o motivo. Motivo importante demais para conversas informais.
Oro para Deus, o Onipotente , para que supra minha
impotência nas coisas que penso que me cabem. É uma oração por mim, por meu
mundo, meu sofrimento, muito particular.
Oro para que Ele cuide das minhas filhas, onde já não
consigo mais cuidar, pois elas já não ficam em meu colo, nem sob o meu olhar e
estão longe do meu conhecer.
Quem tem filhos sabe o que digo.
Só Deus!
Oro para que Ele console meus pais, embora dotada de muitas
palavras, não encontro as que possam servir, e os atos não bastam.
Quem ama sofre com o sofrimento dos amados.
Só Deus!
Por isso essa vontade de orar uma oração universal, junto ao
coro dos aflitos, dos impotentes, certa, muito certa, de que ele ouvirá, pois
esta oração é feita com o inextinguível amor com que Ele dotou este humano
projeto.
E porque Ele ouvirá e saberá, sou grata.
domingo, 27 de setembro de 2015
Livros- Peregrino do estranho- Nicolas Behr
Veio no monte das doações.
Não ia deixar ir sem ler.
Assim conheci o brasiliense Nicolas e seus poemas , muitos satírios, outros não.
Alguns publiquei na página do facebook, o Espelho Quebrado.
Procurem por lá!
https://www.facebook.com/pages/O-Espelho-Quebrado/659610510745932?ref=hl
quarta-feira, 23 de setembro de 2015
Quarta-feira
Hoje, quarta-feira, dia que eu mesma estipulei para escrever
aqui.
Meu dia.
Dia de Mercúrio, o deus do meu signo, o signo da
comunicação.
Dia onde as ações da segunda-feira já tiveram suas reações e
é hora de cutucar novamente o que não ofereceu resposta.
Dia de trabalho.
Dia útil.
Dia de felizes resultados onde a esperança acha brechas para
expandir suas verdes luzes por entre a sujeira, a podridão e o perigo que nos
cerca.
O descontentamento é fato.
O jornal impresso, pelo qual pago, deveria ser matéria
escandalosa de suas páginas, tão ruim que é, quase mais um crime.
Estudantes fariam melhor, a começar pela capa.
As notícias nos deixam perplexos, desde as mais próximas,
como a política local, o abandono material da cidade que amamos por falta de
governo, passando pelas nacionais, onde o governo faz planos de extorquir
dinheiro dos contribuintes como se só ele, só o governo, estivesse em crise,
até as internacionais, cruéis como a redefinição da realidade demográfica na
Europa por conta de uma fuga em massa da população que arrisca-se a sucumbir na
ação , sinal que a situação em sua pátria amada é questão de vida ou morte.
Se não são estas as notícias, outras serão, sempre neste
cenário desolador.
É preciso encontrar um alento, um espaço de felicidade.
Foi assim que aprendi a perceber os detalhes, os detalhes
que destoam da cor local e fazem toda a diferença quando nos surpreendem com o
bom, o bem e o belo.
Hoje foram as flores.
Um miguê perfumado deteve os meus passos, um ipê de flor
roxa que me intriga desde ontem por sua
raridade, foi partilhado com o amado, e assim iniciei o meu dia, em pleno
treinamento, caçadora dos detalhes,
acolhedora das surpresas.
Aberta a brecha para a esperança, acolhidas as surpresas,
haverá mais chance para mais.
Completando a manhã, duas boas ligações telefônicas, uma
zombeteira e prazerosa, reforçando um convite, bom humor é fundamental, e outra
de boas resoluções de trabalho, envolvimento, dedicação e boa vontade fazem
toda a diferença.
Esperemos pela tarde.
Bom dia!
Aqui as quartas-feiras em muitos idiomas, fornecidas pela
Wikipédia
Idioma
|
Nome
|
Significado
|
Alemão
|
Mittwoch
|
Média semana
|
Espanhol
|
Miércoles
|
Mercúrio
|
Catalão
|
Dimecres
|
Dia de Mercúrio
|
Dousha
|
Miekonna
|
Dia de Mercúrio
|
Esperanto
|
Merkredo
|
Dia de Mercúrio
|
Francês
|
Mercredi
|
Dia de Mercúrio
|
Galego
|
Mércores
|
Mercúrio
|
Italiano
|
Mercoledì
|
Dia de Mercúrio
|
Romeno
|
Miercuri
|
Mercúrio
|
Inglês
|
Wednesday
|
Dia de Woden
|
Sueco
|
Onsdag
|
|
Neerlandês
|
Woensdag
|
Dia de Woden
|
Dinamarquês
|
Onsdag
|
Dia de Odin
|
Lituano
|
Trečiadienis
|
Terceiro da semana
|
Japonês
|
水曜日 (Suiyōbi)
|
Dia de Mercúrio
|
Chinês
|
星期三 (xīng qī sān)
|
Três da semana
|
Basco
|
Asteazken
|
Último da semana
|
Latim clássico
|
Dies Mercurii
|
Dia de Mercúrio
|
Grego moderno
|
Τετάρτη
|
Quarta [da semana]
|
Hebraico
|
יום רביעי
|
Quarta [da semana]
|
domingo, 20 de setembro de 2015
Livros- Flores Azuis- Carola Saavedra
Mais um livro lido pela indicação do Grupo de Leitura.
Uma jovem escritora num romance surpreendente.
Carola nos conduz, escravos, por um enredo de suspense com crescente tensão.
Usando de duas vozes muito distintas, uma vinda das cartas, em primeira pessoa, outra narrando a vida cotidiana de quem as recebe, em terceira pessoa, mas que, a medida que o romance progride se toma rumos parecidos.
O final é surpreendente.
Comparo-o ao fim da leitura de um bom romance.
Quando nos entregamos à trama, vivenciamos os dramas, refletimos sobre as questões propostas, achamos no enredo algo de nosso, mudamos nossa rotina para favorecer a leitura, ávidos, ficamos algo fora do ar quando o livro acaba. Por vezes até demoramos para voltar à realidade depois de tão importantes momentos vividos.
Assim é o final e todo o " Flores Azuis".
Um livro que deixa eco.
Mais que bom!!
PS: por eu ter gostado tanto, fui incumbida de uma resenha "oficial", publicada no blog do mestre Menalton Braff, a quem sou infinitamente grata, e que copio aqui, a seguir
RESENHA DO MÊS
A resenha de hoje é sobre 'Flores Azuis', da escritora Carola Saavedra*.
O livro foi lido em agosto pelo Grupo de Leitura Dom Quixote. A autora da resenha é a escritora Eliane Ratier**.
Flores Azuis
O livro foi lido em agosto pelo Grupo de Leitura Dom Quixote. A autora da resenha é a escritora Eliane Ratier**.
Flores Azuis
Carola Saavedra, escritora nascida chilena e criada brasileira, relativamente jovem, do ano de 1973, escreveu este romance em 2008.
Ambientado no contemporâneo, o romance causa sua primeira estranheza ao ser escrito parcialmente em formato epistolar. A carta é um meio de comunicação em extinção.
Flores Azuis traz a estória de um homem jovem, Marcos, recém- separado, com uma filha de 3 anos, trabalhador, que acaba de mudar-se para o seu apartamento onde viverá só.
Em meio a caixas de pertences a serem decompostas, cobranças da ex- mulher e até da filha, e a administração de sua nova rotina, Marcos começa a receber cartas, em envelopes azuis , sobrescritas em letra que ele imagina feminina, embora seu conteúdo seja impresso, endereçadas ao antigo ocupante do apartamento e quase anônimas, assinadas por “A”.
A princípio abre-as para descobrir como poderia fazer com que chegassem ao destinatário correto, mas o teor das cartas o impede de tomar esta atitude.
Em tom agitado de angústia, as cartas trazem com muito suspense, pitadas de erotismo e alguma violência, uma estória impossível de largar. Assim o tudo cotidiano de Marcos vai deixando de ter sua importância frente ao teor das cartas que são esperadas com avidez.
Escrito com maestria, em linguagem simples e muito cuidada,” Flores Azuis” tem duas vozes bastante distintas, a das cartas, em primeira pessoa , e a narrativa da vida do protagonista em terceira pessoa. Vozes que, no correr do texto, se ajustam num mesmo ritmo , um crescendo instigante.
O final é surpreendente e deixa no ar várias questões, que já vinham sendo propostas durante a narrativa, a serem pensadas e respondidas pelo leitor que é tocado pelo texto.
A verdade é uma delas.
Talvez só as inocentes flores azuis tenham as respostas.
* Carola Saavedra nasceu no Chile, mas mudou-se com a família para o Brasil aos três anos de
idade. Formou-se em jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Morou na Espanha na França e na Alemanha, onde concluiu um mestrado em Comunicação Social. Vive no Rio de Janeiro.
idade. Formou-se em jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Morou na Espanha na França e na Alemanha, onde concluiu um mestrado em Comunicação Social. Vive no Rio de Janeiro.
Foi autora convidada da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) em 2010.
Prêmios e indicações
• Premio APCA de melhor romance 2008, por Flores azuis
• Prêmio Rachel de Queiroz, categoria jovem autor, 2010, por Paisagem com dromedário
Ficou entre os finalistas dos prêmios São Paulo de Literatura e Jabuti.
Obra
• Paisagem com dromedário (romance, Companhia das Letras, 2010)
• Flores azuis (romance, Companhia das Letras, 2008)
• Do lado de fora (contos, 7Letras, 2005)
** Eliane Ratier, dentista, agitadora cultural, coordenadora do Núcleo Ribeirão Preto da União
Brasileira de Escritores, poeta, autora do livro Notícias Poéticas.
Brasileira de Escritores, poeta, autora do livro Notícias Poéticas.
Postado por Blog do Menalton às 09:39
domingo, 13 de setembro de 2015
Livros- Ar de Arestas - Iacyr Anderson Freitas- Ozias Filho
Rico em palavras, imagens, formas e intenções.
A junção das artes, que é minha crença particular.
Uma obra de arte.
O texto de Iacyr é planejado, ritmado, raro.
O tema, dor, não assusta, é nosso muito conhecido, e traduz-se pleno no poema de Iacyr.
A produção de movimento, baseada no texto, é o exemplo da mútua inspiração.
A fotografia de Ozias Filho é a parceria perfeita que valoriza a palavra .
É a própria palavra feita imagem na captura do movimento teatral.
Imagens do humano, velado por texturas , contido e exposto ao mesmo tempo.
Ar de arestas é um livro para se ter sempre à mão , como um recurso de descanso para os olhos e alento para a mente.
domingo, 6 de setembro de 2015
Livros- Chateado com a chateação- Julinho Sertão
Julinho é ilustrador e dos bons.
Agitado, vive trabalhando com arte e cultura.
De sorriso franco e peito aberto nos acolhe e escolhe como companheiros.
Faz tudo isso pelas bandas de Sertãozinho, interior de SP.
Apresentado o autor, vamos à obra
O livro para o público infantil traz a estória do encontro entre os meninos, um deles com uma doença grave, e sua amizade, com belas ilustrações e texto inteligente.
A estória da margem para muita conversa em vários temas.
Rica e oportuna.
Livro que pode ser lido em casa, ou coletivamente em escolas.
Será de bom proveito, sempre.
domingo, 30 de agosto de 2015
Livros- Reflexões Poéticas- Mariza Ruiz
Hoje o dia pediu uma pausa para a poesia.
Não me fiz de rogada e terminei a leitura do livro de Mariza Ruiz.
A autora fala da mulher que se descobre ser e de todas que somos.
Na surpresa sempre presente, na comunhão com a natureza, no reconhecimento das fases, na aceitação do imutável,poupando forças, adquirindo experiências, orando e dançando, Mariza nos convida a olhar de novo, repensar e seguir, quem sabe por outro caminho, porque há possibilidades e saídas.
Costumo marcar os poemas prediletos.
Com Mariza foi impossível. Todos são tocantes.
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