quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Dia da Bandeira



Sou filha de militar,e  quem também é sabe do que eu estou falando.
Cada profissão tem sua peculiaridade e ela influencia nas rotinas familiares, nos assuntos , nos modos de lidar com cada coisa.
Minha casa tinha boas regras e sou grata por elas.
Meu pai não é tão linha dura como possa-se supor.
O militar lida diretamente com os valores da Pátria, o civismo, seus símbolos, suas cerimônias.
Meu pai sabe todos os hinos, só não sei se ainda se lembra deles, e os cantarolava em casa.
Eu e meu irmão ouvimos todos e quando os professores de Educação Moral e Cívica, sim era esse o nome, os apresentava, já eram nossos velhos conhecidos.
O hino da Marinha é lindo!!
O da Bandeira faz parte da rotina de alguns centros cívicos e foi um prazer reencontrá-lo, adulta.
Falo isso porque hoje é difícil ouvir outro hino que não o brasileiro.
Trabalhei em escolas nos últimos 30 anos e as manifestações cívicas são tímidas como se pecado fosse cultuar a Pátria.
Suspeito que seja efeito da ditadura.
Mas este assunto é para outra hora.
Hoje vou contar de um longínquo Dia da Bandeira, 19 de novembro, talvez 1970.
No dia da Bandeira os quartéis fazem a queima das bandeiras inservíveis em cerimônia oficial.
As bandeiras estragadas, rasgadas,  não podem ser descartadas de maneira comum. Elas devem ser entregues aos quartéis para que sejam devidamente processadas.
Num destes dias meu pai resolveu nos levar ao ofício.
Meu pai comandaria a cerimônia da queima da bandeira que aconteceria em frente à Catedral de Ribeirão Preto, na praça das Bandeiras.
Chovia e mesmo assim o ritual foi mantido.
O fogo aceso em recipiente próprio, os soldados perfilados, a bandeira nova sendo hasteada, os hinos cantados.
Havia público, autoridades e a imprensa. As coisas, então , tinham outro prestígio.
Eu e meu irmão ficamos, perfilados e sérios, vestidos com nossas capas de chuva elegantemente infantís, nas escadarias da igreja.
Nossa foto saiu no jornal, foi a primeira vez.
Esta foi a lembrança palpável que ficou.
Um recorte de jornal minha mãe deve ter guardado.
Na mente, o que não se apaga, é o fim da querida e reverenciada bandeira.
Achei algo cruel queimá-la.
Hoje sei que o fogo é sagrado e purificador, mas mesmo assim, me faz pena consumir o tecido vivo, que tremulava ao vento, sinalizando com cores e movimento a vida desta nossa terra natal.
Quanto aos hinos, o da Bandeira é também muito bonito, transbordante do amor que nem sabemos que temos.
Cantarolei-o pela manhã, com saudades de um outro tempo.
Deixo-o aqui para relembrar e comemorar a data.

Da Wikipedia

Hino à Bandeira do Brasil tem letra de Olavo Bilac (1865-1918) e música de Francisco Braga (1868-1945). Foi apresentado pela primeira vez em 1906. Surgiu inicialmente de um pedido do prefeito do Rio de Janeiro, Francisco Pereira Passos, ao poeta Olavo Bilac e ao prof. Francisco Braga. Inicialmente foi utilizado pela prefeitura do Rio de Janeiro, sendo cantado nas escolas e posteriormente sua execução foi se estendendo às corporações militares e demais estados .

Salve lindo pendão da esperança!
Salve símbolo augusto da paz!
Tua nobre presença à lembrança
A grandeza da Pátria nos traz.

Recebe o afeto que se encerra
em nosso peito juvenil,
Querido símbolo da terra,
Da amada terra do Brasil!

Em teu seio formoso retratas
Este céu de puríssimo azul,
A verdura sem par destas matas,
E o esplendor do Cruzeiro do Sul.

Recebe o afeto que se encerra
Em nosso peito juvenil,
Querido símbolo da terra,
Da amada terra do Brasil!

Contemplando o teu vulto sagrado,
Compreendemos o nosso dever,
E o Brasil por seus filhos amado,
poderoso e feliz há de ser!

Recebe o afeto que se encerra
Em nosso peito juvenil,
Querido símbolo da terra,
Da amada terra do Brasil!

Sobre a imensa Nação Brasileira,
Nos momentos de festa ou de dor,
Paira sempre sagrada bandeira
Pavilhão da justiça e do amor!

Recebe o afeto que se encerra
Em nosso peito juvenil,
Querido símbolo da terra,
Da amada terra do Brasil!



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