Notícias Poéticas- Novembro de 2013
Temi tanto por novembro que o sorriso desapareceu do rosto.
Com a máscara sisuda enfrentei o monstro, que ao me ver
assim preparada, arriou a espada e resolveu compor comigo um novembro mais
amigo.
Sim, foi caminhão carregado na banguela.
Mas surpreendentemente foram datas cumpridas antes de
expiradas, foi um passeio surpresa no campo, foi um friozinho fora de hora e o
presente de céus nublados produzindo sombra nesta terra que nos derrete ao sol.
E ainda houve tempo para planos, realizações de última hora,
mudanças bruscas de rumo, nem sempre prazerosas, mas sobrevivíveis.
Ao terminar o mês, o ano será um pacote quase fechado.
O possível foi feito.
Missão Cumprida é o que lhes desejo.
Eu Barco
Nas mãos do tempo-destino me entrego
Meu fim é certo
barco de papel
ao sabor da correnteza
Frágil,
vejo vento em brisa
naufrágios em marulhos
Pressinto encalhes
monstros marinhos
e marés tardias
O sol, guia
castiga
As nuvens, alentos
ameaçam
A lua, linda
faz-se no escuro
Eu faço planos
que não cumpro
Quando cumpro
cansaço
Arrisco o casco
por uma longínqua e inatingível miragem
Vou,
navegando vou
na solidão das sereias
Da minha felicidade, nem tenho ciência
Só sei que brilha
quando em vez
na dobra da vela
na quina da proa
num canto do convés
Aparição aleatória
que me atesta viva
e se confunde com as gotas
da onda que espoca em
refresco
com as estrelas mínimas
que brilham em segredo.
Eliane Ratier, novembro de 2013
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