quinta-feira, 23 de junho de 2011

Notícias Poéticas - junho de 2011

Notícias Poéticas- Junho de 2011 

É Junho, o mês lindo e frio do céu de veludo.
Mês de aconchego na casa-lar, de abraços calorosos de amizade, do estreitamento dos laços amorosos, em contraste com o frio gelando a face exposta, corada, emoldurada por golas altas , cachecóis, e cabelos remexidos pelo vento.
Tempo de observar a manhã chegar no orvalho da grama, de consolar os olhos na imensidão dos campos verde-pálidos.
Tempo de satisfazer o corpo com o calor dos caldos feitos com capricho e cuidado, guisados e cozidos, lentamente acarinhados, assados e pães a perfumar a casa no calor dos fornos, chocolates e cafés  aquecendo narizes e mãos, vinho tinto acalentando o coração.
Hora de olhar para dentro, ajeitar um quadro torto na sala da alma, retocar a paisagem que fenece na pintura antiga da memória, passar um novo batom.
Com meu amor os abraço, e desejo-lhes um excelente mês de Junho.

Segredos do tempo

O tempo passa por mim...
Marca aniversários
obriga a balanços
celebrações e lamentos.


O tempo passa por mim...
Acostumei-me ao fato
aceno adeus
a furtiva lágrima capto.

Dos lenços molhados
nada sei,
menos ainda
dos risos colhidos à revelia.

Sei do que ficou tatuado
em peito aberto
em praça pública,
dos borrões ,cicatrizes, escaras
nas dobras secretas de pele escusa.

E sou a única

                             que sabe.


Eliane Ratier- junho de 2011  

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Boas idéias!!!!

Poesia no poste
Sonia Racy - O Estado de S.Paulo - 17/06/2011
A Vila Madalena, em São Paulo, sofrerá "Invasão Concreta". Poesias de Augusto de Campos serão coladas em postes, muros e até em calçadas, pelo Movimento Balada Literária.
Leia mais



fonte : Brasil que lê

domingo, 19 de junho de 2011

Aniversário da minha cidade- Ribeirão Preto- 19 de junho- Declaração de Amor

 Declaração de Amor

Quando te vi pela primeira vez,
deitada no vale ao amanhecer,
não imaginei que de ti seria
eternamente cativa.

Vinha de São Paulo, o caminho bandeirante,
muitas vezes ainda assim te veria,
e o encanto da tua visão mutante
para sempre se repetiria.

Por entre as plumas fugazes
das flores lilases
do mar de cana verde
ao vento ondulante,
surges segura:
a Capital da Agricultura.

Hoje cana, outrora café.
Hoje saúde, tecnologia, seviços,
educação e cultura.
Não, não és uma qualquer.

Teus milhões de lâmpadas luzem na distância.
A vista não mais alcança,
teu fim não mais diviso.
Serão meus olhos senís,
ou teu crescer desmedido?

Mas o que quero de verdade,
é proclamar meu amor por ti,
minha cidade.

Ribeirão Preto!

Terra que me acolheu,
terra que escolhi.
Terra que sorve o meu suor,
fruto de trabalho e amor,
embala em teu seio
minha descendência querida
que aprende desde cedo,
a amar-te mais ainda.

   Eliane Ratier, poema revisto do livro Estréia Poética,

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Fernando Pessoa, aniversário, 13 de junho

Chega a vez de Fernando Antonio Pessoa, que aniversaria hoje, sob o mesmo signo e o mesmo santo, de quem sou mais que admiradora, sou antena receptora direta, sem tradução, entra-me todo no sangue que assimila o que nem tem explicação. Assumida, consumida e possuída por Pessoa digo, simplesmente que :
" O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
que chega a fingir que é dor
a dor que deveras sente."     Fernando Pessoa
                                                             Beijos nos pessoanos

O passeio de Santo Antonio- Augusto Gil

Esta ouvi pela primeira vez da boca de Estela, e tatuou um encanto permanente neste coração apadrinhado pelo santo

O passeio de Santo Antonio- Augusto Gil

Saíra Santo António do convento,
A dar o seu passeio costumado
E a decorar, num tom rezado e lento,
Um cândido sermão sobre o pecado.
.
Andando, andando sempre, repetia
O divino sermão piedoso e brando,
E nem notou que a tarde esmorecia,
Que vinha a noite plácida baixando…

E andando, andando, viu-se num outeiro,
Com árvores e casas espalhadas,
Que ficava distante do mosteiro
Uma légua das fartas, das puxadas.

Surpreendido por se ver tão longe,
E fraco por haver andado tanto,
Sentou-se a descansar o bom do monge,
Com a resignação de quem é santo…
.
O luar, um luar claríssimo nasceu.
Num raio dessa linda claridade,
O Menino Jesus baixou do céu,
Pôs-se a brincar com o capuz do frade.
.
Perto, uma bica de água murmurante
Juntava o seu murmúrio ao dos pinhais.
Os rouxinóis ouviam-se distante.
O luar, mais alto, iluminava mais.
.
De braço dado, para a fonte, vinha
Um par de noivos todo satisfeito.
Ela trazia ao ombro a cantarinha,
Ele trazia… o coração no peito.
.
Sem suspeitarem de que alguém os visse,
Trocaram beijos ao luar tranquilo.
O Menino, porém, ouviu e disse:
- Ó Frei António, o que foi aquilo?…
.
O Santo, erguendo a manga de burel
Para tapar o noivo e a namorada,
Mentiu numa voz doce como o mel:
- Não sei o que fosse. Eu cá não ouvi nada…

Uma risada límpida, sonora,
Vibrou em notas de oiro no caminho.
- Ouviste, Frei António? Ouviste agora?
- Ouvi, Senhor, ouvi. É um passarinho.
.
- Tu não estás com a cabeça boa…
Um passarinho a cantar assim!…
E o pobre Santo António de Lisboa
Calou-se embaraçado, mas por fim,

Corado como as vestes dos cardeais,
Achou esta saída redentora:
- Se o Menino Jesus pergunta mais,
… Queixo-me à sua mãe, Nossa Senhora!

Voltando-lhe a carinha contra a luz
E contra aquele amor sem casamento,
Pegou-lhe ao colo e acrescentou: - Jesus,
São horas…
........................E abalaram pró convento.


Os namorados de Drummond

Namorado: Ter ou nao ter, é uma questão (Carlos Drummond de Andrade)
Quem nao tem namorado é alguém que tirou férias nao remuneradas de si
mesmo. Namorado é a mais difícil das conquistas. Difícil porque namorado
de verdade é muito raro. Necessita de adivinhaçao, de pele, de saliva,
lágrima, nuvem, quindim, brisa ou filosofia.

Paquera, gabiru, flerte, caso, transa, envolvimento, até paixao é fácil.
Mas namorado, mesmo, é muito difícil.
Namorado nao precisa ser o mais bonito, mas aquele a quem se quer
proteger e quando se chega ao lado dele a gente treme, sua frio e quase
desmaia pedindo proteçao. A proteçao dele nao precisa ser parruda,
decidida, ou bandoleira: basta um olhar de compreensao ou mesmo de
afliçao.
Quem nao tem namorado nao é quem nao tem um amor: é quem nao sabe o
gosto de namorar. Se você tem três pretendentes, dois paqueras, um
envolvimento e dois amantes, mesmo assim pode nao ter namorado.
Nao tem namorado quem nao sabe o gosto da chuva, cinema sessao das duas,
medo do pai, sanduíche de padaria ou drible no trabalho. Nao tem
namorado quem transa sem carinho, quem se acaricia sem vontade de virar
sorvete ou lagartixa e quem ama sem alegria. Nao tem namorado quem faz
pactos de amor apenas com a infelicidade. Namorar é fazer pactos com a
felicidade ainda que rápida, escondida, fugidia ou impossível de durar.
Nao tem namorado quem nao sabe o valor de maos dadas; de carinho
escondido na hora que passa o filme; de flor catada no muro e entregue
de repente; de poesia de Fernando Pessoa, Vinícius de Moraes ou Chico
Buarque lida bem devagar; de gargalhada quando fala junto ou descobre a
meia rasgada; de ânsia de viajar junto para a Escócia ou mesmo de metrô,
bonde, nuvem, cavalo alado, tapete mágico ou foguete interplanetário.
Nao tem namorado quem nao gosta de dormir agarrado, fazer sesta
abraçado, fazer compra junto. Nao tem namorado quem nao gosta de falar
do próprio amor, nem de ficar horas e horas olhando o mistério do outro
dentro dos olhos dele, abobalhados de alegria pela lucidez do amor. Nao
tem namorado quem nao redescobre a criança própria e a do amado e sai
com ela para parques, fliperamas, beira d'água, show do Milton
Nascimento, bosques enluarados, ruas de sonhos ou musical na Metro.
Nao tem namorado quem nao tem música secreta com ele, quem nao dedica
livros, quem nao recorta artigos, quem nao chateia com o fato de o seu
bem ser paquerado. Nao tem namorado quem ama sem gostar; quem gosta sem
curtir; quem curte sem aprofundar. Nao tem namorado quem nunca sentiu o
gosto de ser lembrado de repente no fim de semana, na madrugada ou
meio-dia de sol em plena praia cheia de rivais. Nao tem namorado quem
ama sem se dedicar; quem namora sem brincar; quem vive cheio de
obrigaçoes; quem faz sexo sem esperar o outro ir junto com ele. Nao tem
namorado quem confunde solidao com ficar sozinho. Nao tem namorado quem
nao fala sozinho, nao ri de si mesmo e quem tem medo de ser afetivo.
Se você nao tem namorado porque nao descobriu que o amor é alegre e você
vive pesando duzentos quilos de grilos e medos, ponha a saia mais leve,
aquela de chita e passeie de maos dadas com o ar.
Enfeite-se com margaridas e ternuras e escove a alma com leves fricçoes
de esperança. De alma escovada e coraçao estouvado, saia do quintal de
si mesmo e descubra o próprio jardim.
Acorde com gosto de caqui e sorria lírios para quem passe debaixo de sua
janela.
Ponha intençoes de quermesse em seus olhos e beba licor de contos de
fada. Ande como se o chao estivesse repleto de sons de flauta e do céu
descesse uma névoa de borboletas, cada qual trazendo uma pérola falante
a dizer frases sutis e palavras de galanteria.
Se você nao tem namorado é porque ainda nao enlouqueceu aquele pouquinho
necessário a fazer a vida parar e de repente parecer que faz sentido.
Enlou-cresça. 

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Noticias poéticas- Maio de 2011

Notícias Poéticas- maio de 2011

Amigos, sei que maio é findo, mas não poderia deixar de mandar-lhes uma , mesmo que mínima, notícia.
Sei que o mês foi dedicado às mães.
Dediquei-o, em parte, à minha mãe, numa viagem em busca das origens, raízes, respostas para eternos porquês.
Achamos muita coisa pelo caminho, inesperadas e surpreendentes.
Fizemos uma boa costura do conhecimento com a vivência.
Voltamos com um entendimento maior da nossa vida e da vida do outro humano de além-mar.
A beleza emociona.
Lágrimas e sorrisos tem o mesmo significado em toda parte.
Convido-os, amigos, a empreender suas viagens pessoais, buscar as respostas, abrir as janelas do outro lado do cômodo, deixando novo ar circular pela cabeça, arejando idéias, ampliando visões.
A distância a ser percorrida é o de menos.
Há meios de transporte rápidos, lentos, instantâneos e para todos os bolsos, mesmo para os inexistentes.
O requisito básico é  vontade, a qualidade imprescindível, coragem.
A todos, boa viagem!

Viagem

Céus azuis emolduram hemisférios
norte e sul, para o sol não há mistérios.
Presenças invocam a ausência matriz,
motivo primeiro para a  busca da raiz.

O entendimento é uma onda morna que invade o peito...

Na bagagem de lembranças
explica a língua seus saberes
gritam cores prediletas
insinuam-se sedutores os sabores.

Bebendo na fonte original,
pisando no solo ancestral,
enchemos de ar, outro e perfumado,
o mesmo ser maravilhado.

Molhados olhos
vertem belezas que já não  podem reter.
Mãos guardam a memória do tato.

Corre nas veias-irmãs, o sangue
de um povo, hoje  nada distante,
que acena saudades de além-mar.

Fomos , vimos, vivemos e voltamos para contar.


                                                          Eliane Ratier, maio de 2011

terça-feira, 7 de junho de 2011

domingo, 5 de junho de 2011

Feira do Livro de Ribeirão Preto- 2011- notícias de 05 de junho

Acabou.
Sim, acabou a 11ª Feira do Livro de Ribeirão Preto.
Hoje o dia foi   intenso e extenso, sem pausa , nem para o almoço.
Começou logo cedo com a premiação dos projetos escolares, onde a amiga Maris ganhou o primeiro prêmio, e me fez borrar o rímel com as lágrimas incontidas.
Não dá gente. Falar de incentivo e boas experiências em educação derretem o meu coração, porque eu acredito, os dirigentes acreditam, os pais acreditam até as crianças acreditam, a exceção é o professor. Poucos são os que ainda acreditam.
Quem sabe se com a divulgação das idéias viáveis, eles possam revestir seus olhos de esperança e acreditar que algo pode mudar a partir de uma atitude deles.
Torço por isso.
Bem, não só a  Maris, mas também a Elmara, com seu discurso emocionado sobre o pai, me fizeram usar o  lenço de papel  de emergência para minorar o estrago da emoção fora de hora.
Depois da maquiagem retocada foi a vez de ver os baluartes do incentivo a literatura e produção literária da nossa cidade: Cléo, Helena, Maris e Leda, fundadoras e presidentes de instituições, desbravadoras de caminhos, pavimentadoras de estradas, junto com a jovem Regina Baldini,  no palco do Meira Júnior para mais um bate-papo dos autores locais.
Muito o que lembrar, muito o que falar, muito, muito bom. Merecidíssima homenagem.
De lá para o Palace esperar os participantes do próximo encontro dos autores, o qual me coube a honra de mediar.
Albino Bonomi e Denis Bó, médicos escritores, e Carol Bernardes, doutora em letras.
Enquanto esperava dei uns abraços de praxe, no pessoal do todo dia,  uns beijos saudosos em quem ainda não tinha visto e cumprimentos amistosos aos novos conhecidos.
Toninho, Matheus, Cláudio, Cristiane e Elaine
O encontro dos autores foi o último da série. Considero a missão bem cumprida.
Saí de lá correndinho para pegar um pedacinho do Cuenca.
Delícia!
Mais amigos dos bons programas, do coração e inesquecíveis: Pedro, Davi, Lucas.
Livro autografado, papo rápido com o escritor, festa.
Um tempinho no café para esperar a homenagem do Nossa Aldeia para Rita Mourão.
Papo rápido com a turma cotidiana e com a esporádica: Heloísa, Ely, Jugurta.
Rita Mourão apresentada por Nilva Mariani, intimidade , gentileza e ternura que só os amigos tem.
Dei uma fugidinha para ver o Contardo Caligaris no Pedro II. Cheio.
Não fiquei até o final. 
Declarei o fim da minha rica participação na Feira.
Tomei o caminho de casa, sem olhar para trás.
No céu ainda claro, um fiapo de lua brilhava prata.
O resultado de toda esta vivência vocês verão nos próximos textos.
A ternura partilhada aquecerá meu coração nos momentos  duros.
A felicidade dos encontros iluminará meu existir e a lembrança dos momentos únicos comporão o álbum da minha história.
A todos os envolvidos nestes 10 dias intensamente vividos, meus agradecimentos, meu carinho, e meu elogio pelo trabalho.
A vocês que os viveram comigo, boa sorte na recuperação das energias.
Aos que acompanharam as notícias de longe, fica o convite, cheguem mais perto.
Ano que vem tem mais.

sábado, 4 de junho de 2011

Feira do Livro de Ribeirão Preto- 2011- notícias de 04 de junho

Amigos, hoje o dia amanheceu com um brilho diferente, era o dia marcado para um encontro especialíssimo com amigas queridíssimas em torno do nosso assunto predileto.
Eu, Mara, Cecília, Cléo falaríamos sobre poesia.
Nossa manhã foi agradabilíssima, fomos apresentadas pela jovem Bruna da Escola Bento Benedini, criança é poesia em estado bruto, Cléo, nossa mediadora é  batalhadora de longa data pela causa literária, uma honra, Cecília é caminho, modelo, meta, aos meus olhos iniciantes, Mara, uma colega, contemporânea na busca, irmã nas idéias, coincidente nos caminhos.Na platéia a surpresa, marido e filha, amigos do meio literário com o sorriso acolhedor nos lábios , gente de outras áreas, ouvidos atentos à nossa fala.
A conversa correu solta e leve e pouca, porque sinto que poderíamos ter ficado ali para o almoço até o café da tarde, enredando em palavras carinhosas nosso assunto.
Aos que me deram a honra de suas presenças, agradeço e espero ter lhes sido agradável.
Às colegas que dividiram o palco comigo, meus respeitos e protestos de amizade.
A Fundação Feira, meus sinceros agradecimentos pelo espaço privilegiado.
Às gentís jovens assistentes do salão, meu carinho por sua atitude atenta.
E o que dizer depois disso?
Digo que perdi o rumo e a hora de ver nosso homenageado Saulo Gomes, por quem tenho grande admiração. Conto com o seu perdão.
Achei o caminho do Pinguim, pela primeira vez na Feira deste ano, pelas mãos do Paulo, que pensa na parte humana destas poetisas, que tem sede, fome e precisam dar vazão à emoção ainda contida.
Dividi uma mesa animada, onde , além da Mara e suas amigas, estavam a Jair e a Vera, sua filha.
Chope gelado no calor da amizade.
Depois do almoço foi a vez do lançamento do Alfredo Rossetti, um abraço corridinho e o esquecido cumprimento por seu aniversário, é que estava atrasada para o final da Oficina. É. Aquela.
A Oficina do prof Osvaldo Félix , sob a chancela OC Cândido Portinari ( Fatú), foi muito boa, companhia de primeira, aprendendo, maravilhando-me, estreitando laços, no prazer e no espanto.
Beijo meus inesquecíveis companheiros, Caio, Mara, Maria Eugênia e Matheus e desejo um breve reencontro.
Depois das despedidas, algo doloridas por conta do intenso convívio, ganhei as ruas na noite morna.
A felicidade medida pela leveza dos passos.
Amanhã é o último dia, dia cheio, ainda em compromisso, segura  e plena.
Vejo vocês no caminho.
Até amanhã.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Feira do Livro de Ribeirão Preto- 2011- notícias de 03 de junho

Então, acordei pronta para Fabrício, fui pegá-lo no hotel para levá-lo ao Kaiser. Enquanto esperava, fui apresentada à Paulo Betti, um homem polido e gentil.
Preocupadíssima com o trânsito, que reinou o dia inteiro, ora por conta de uma greve de ônibus, ora por ser sexta feira, ou quem sabe, só para deixar-me mais tempo ao lado de quem gosto, já que esta madrinha também é motorista, teci caminhos alternativos.
 Chegamos no horário.
O espaço do Kaiser já estava tomado pelos adolescentes.
O mediador Alexandre Azevedo, conduziu muito bem o salão de idéias e Fabrício deu o seu recado lindamente,mesmo sem ter ali, o público adulto à quem sua escrita é destinada.
O fato é que o escritor é um pensador e seu pensar se aplica à todos, esse é o caso de Fabrício.
Inteligente e bem humorado, não deixou a peteca cair, e não teve bom, nem meio bom, foi "tri", como ele mesmo diz.
Fotos, entrevistas, autógrafos, burocracias e uma alteração no voo que o levaria de volta, engoliram o nosso almoço.
Voamos baixo de carro pela cidade para chegar ao aeroporto à tempo, pero sin perder la ternura, com fome, mas inteiros e satisfeitos pelo encontro.
Fabrício foi, tranquilo, se é que se pode dizer que alguém que está constantemente ligado à 2 celulares, dentro da internet e cuidando da vida em detalhes pode estar tranquilo.
Mas sim, ele estava, e eu estava feliz.
Foi difícil deixar o aeroporto.
Espero que volte logo.
Beijo em Cintia, a mulher que ele ama, que o tem e o faz feliz, inspirado e produtivo.
Sem almoço, e atrasadíssima para a apresentação dos Autores, resolvi ir ver Chacal.
O poeta em tempo integral, que prefere usar de seus poemas ao invés de sua fala, que acredita na força da oralidade da palavra, que acredita na poesia.
" dancei até o sapato pedir para parar, tirei o sapato e dancei a vida inteira"
Lindo, verdadeiro, um poema em foram humana.
Dali para casa, de onde ando sumida, para dar o ar da graça, resolver o cotidiano e me preparar para amanhã, o meu dia.
Boa noite à todos, é tempo.
Até amanhã.

Feira do Livro de Ribeirão Preto- 2011- notícias de 02 de junho

Amigos, Fabrício acaba de chegar, 23:30, tremo, é emoção , mas ao mesmo tempo me invade a sensação boa de ter um amigo por perto, um amigo divertido e inteligente, um amigo que é celebridade e é gente, e anda ao meu lado no carro, como se fizesse isso toda semana, mesmo que a última vez tenha sido há um ano, e o carro ainda nem era este.
Mas vamos às notícias do dia que foi intenso.
Comecei com um surpreendente Autores Locais, nosso bate-papo no Palace, novamente a boa sensação de conhecer mais e melhor com quem se convive. Sueli Cacita, Regina Baptista, Nely Cirino, Nicolas Guto.
Tentei ir ver Mana, mas atrasou e desisti. Resolvi ir à Paraler por dentro da Feira. Chequei lá em ritmo de trem do interior, parando em cada banquinha e demorando à beça. Quando cheguei lá já era hora de ir embora.
À tarde fui ver Antonio Prata de quem sou fã, e fiquei mais ainda, e de quebra conheci Francisco Bosco, e amei.
Agora à pouco deixei -o na companhia do Carpinejar, felizes amigos em reencontro, junto à Reinaldo Moraes sob os cuidados do Kaxassa, rumo ao Pinguim.
Da palestra da tarde para a Oficina, da Oficina para um café, do café para a maravilhosa Mariza Gianechini.
Fico mínima frente a gente que sabe tanto sobre coisas que desejo saber e suspeito que nunca saiba.
Sua palestra sobre os mitos gregos, tragédia e coisas assim, foi como uma lambida no sorvete predileto, um aceno ao prazer, vetado por ora , por falta de conhecimento. Eu chego lá. Desejo é o primeiro passo do caminho.
Agora a madrinha de Carpinejar vai nanar para mimar o afilhado logo cedo.
Fica o convite: Fabrício Carpinejar, 10 horas, Estúdios Kaiser.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Feira do Livro de Ribeirão Preto- 2011- notícias de 01 de junho

Hoje foi mais light, amigos.
Afinal é preciso descansar a pele, poupar a voz, quando há vez, já que o meu dia vem chegando. É sábado , viu?
Autores locais, com os ubeenses Adélia Ouêd, Carlos Roberto Ferriani e Marlene Cerviglieri, mediados por Osmar Barra.
Presenças ilustres na platéia, presidentes de academias , escritor homenageado.
O papo foi sério, além da poesia e das estórias infantís da Marlene, foram discutidos a remuneração do autor pelas editoras, o processo de distribuição e divulgação do livro, sugestões para a próxima Feira e , etc..., etc..., etc...
Palmas para todos, coloquei a UBE como entidade que agrega os escritores e defende seus direitos, luta por seus ideais.
De lá para a Oficina.
Ouvi rumores que uma princesa e um príncipe rondavam o relógio da praça, na frente do estande dos autores locais. Me parece que escorregaram de um livro infantil, onde uma tal de Vó Lili, guardou escritas as estórias que contava para os netos.
Dizem até, que a tal avó aproveitou o movimento para contar algumas estórias ali, no centro do evento, para umas crianças que passavam e esticavam o olho, levantando as orelhas, curiosos prá saber o que faziam fora do livro , o príncipe e a princesa.
Beijos em Nely.