O Senhor é o
pastor e nada nos faltará
Subverto o
salmo 23 para assinalar que creio, mas não desejo o bem só para mim, quero-o
para todos.
Fazendo a
retrospectiva do findo 19 vejo que sobrevivi, fiz, na medida do possível e
aprendi muito, como sempre, e por isso sou grata.
A gratidão
nos faz lembrar do que de bom aconteceu ou que resultou em experiência.
Experiência
é errar, sofrer e ser marcado a fogo para não esquecer como agir ou reagir,
mesmo que seja para errar e sofrer, e ser mais uma vez marcado pela
experiência.
Envelhecemos
todos, cada um em seu grau e consequências, e sabemos que a adaptação é o único
caminho. Mesmo batendo o pé em sinal de revolta, a luta contra o tempo é vã. Tomemo-lo
como aliado.
É hora de estendermos as mãos e oferecermos
braços para nos apoiarmos mutuamente.
A saúde
grita por atenção!
Não ter
passado um tempo no hospital já é um super ganho, embora tenhamos estado longos
períodos em salas de espera e feito exames de rotina, tudo validado pela
excepcional qualidade e zêlo dos profissionais que nos atenderam. Ainda bem que
tem. Gratidão.
No mais
vamos nos esforçando para fazer a nossa parte, cuidar do corpo, da mente, da
atividade física, do sono, da dieta, da higiene, do lazer, dos sonhos, da
felicidade, da qualidade desta nossa preciosa vida.
E, pelo que conseguimos,
sou grata.
Vão notar
que me refiro aqui no plural. A luta dos próximos é a minha luta.
Tenho me
colocado à disposição para apoiar e ajudar a fazer acontecer.
Neste meio
tempo fizemos algumas poucas artes, subimos ao palco, abraçamos os amigos,
sorrimos, rimos, visitamos, recebemos visitas, pegamos a estrada, fomos e
voltamos.
Abençoamos e
fomos abençoados.
Isso nos fez
sorrir, girou a roda da alegria.
E, Deus,
como é importante sorrir!!!
Vou anotar
este item e trabalhar por ele: Sorrir!!
Tivemos
muita ajuda, de grande qualidade.
Com os que
nos ajudam, formamos uma extensa família, pela qual sou grata.
Trabalhamos
pelo conforto de todos e pudemos fazer muito por isso.
Grata,
grata, grata.
Mesmo reconhecendo
o muito que tivemos, ainda sinto falta de algumas coisas, como estar com as
filhas, fazer mais arte, ter mais palco, dançar, ler, escrever, caminhar.
Novamente o tempo. Ele vem nos lembrar das impossibilidades. Por ser finito, exige escolhas.
Aí damos a mão à experiência e avaliamos a dor do não fazer e a felicidade pelo feito.
Mesmo assim, de vez em
quando dói o não feito.
De vez em
quando angustia o peito.
Então oro.
Oro em prece,
em silêncio ou em ação.
Oro e me
sinto bem.
Oro e me
lembro que o Senhor é o pastor e nada nos faltará.
Porque o que não posso, Ele pode.
Feliz 2020.
Eliane
Ratier, pisando 2020 sem planos específicos, mas já em ação.
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