Notícias Poéticas- janeiro de 2014
Janeiro, o mês ambíguo, como o deus que o nomina, Janus , o deus das duas faces opostas , um
desejo de descansar do passado uma urgência de cumprir o futuro.
E assim vamos entre escapes de ócio e frenética atividade
porque o tempo, ah! o tempo, o tempo é um felino de grande porte engolindo
distâncias numa savana africana rumo ao horizonte, e o horizonte é próximo.
No contentamento do que é possível comemoramos vitórias.
Sobre as inevitáveis frustrações jogamos um véu e torcemos
para que o vento não o remova.
Apostamos no verde novo da esperança e sorrimos.
Estendemos os olhos na distância como exercício e confiamos,
mesmo com temor, no que virá.
O próximo passo é o precipício, criemos asas para voar.
Meu lugar é aqui
onde a vista é verde
a brisa morna
a luz ofusca
e o ar cheira à fruta e flor
Ao anoitecer
será perfeito
se a lua aparecer
Meu lugar é aqui
onde o acaso do encontro
espreita em cada esquina
e o humano acena
bem-vindas boas tardes
e bons dias
palavras-flores
gentilezas
que santificam o caminho
Meu lugar é aqui
onde é possível
ir e voltar
mudar ou ficar
sem censuras
Onde as caras feias
são fantasmas em espelhos
sem reflexo
e a certeza
é o bem querer
plácido de um amor maduro
Amor de corpo e alma
que reconhece-se em si e no outro
como oferenda
em solidário afeto
em compaixão e gozo
Meu lugar é
em qualquer parte do mundo
onde eu seja eu
liberta plena
disponível
A bagagem é dispensável
o passado está impresso na pele
o futuro simplesmente acontece.
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