Livro- O Livro do Apocalipse segundo uma testemunha - Ângela Dutra de Menezes

Então, quando a simpatia da Ângela esteve por aqui e deixou-nos com água na boca por sua escrita, não corri atrás. Mas, como desejo feito é jogado no oceano do universo e uma hora a onda devolve, então caiu-me nas mãos, atenta que estava, um dos títulos saborosos da escritora.
Ok, outro livro antigo eu sei.
Absolutamente bem humorado, em linguagem própria e divertida, sem perder um milímetro do valor culturalmente agregado e mantendo um certo suspense, O livro do Apocalipse é um deleite.
Melhor ainda para quem sabe a história bíblica, mas quem não sabe aproveita-o igualmente.
Continuo atenta.
 " Adianto aos meus leitores que o purgatório é espantoso. Queima, machuca, incomoda, mas cultiva a esperança da breve ressurreição. No final é igual à vida na qual nos aporrinhávamos distraídos pelos sonhos"


" Deus é audacioso" em O livro do Apocalipse segundo uma testemunha de Ângela Dutra de Meneses

" Então, as santidades não se resumias aqueles de vida pia. Os feitores da beleza, luminares da ciência, homens e damas prendados que ofertaram as vidas em prol do progresso humano, engrossavam a comitiva sagrados e coroados. Poetas, músicos, pintores, doutores e cientistas..." pag 66 do mesmo livro

" Querida, na vida não há justiça ou injustiça. Há sorte ou falta dela." idem

" Anjos são mesmo assim, viciados nos encantos com que conquistam as pessoas. Não reparam e exageram. Se acaso ferem alguém não notam, mantém o ritmo. Seguem em frente inocentes, lampeiros e orgulhosos de suas graças tamanhas, capazes de infernizar as idéias dos mortais. Baltazar não renegava esta tendência egocêntrica comum aos angelicais. Também ele exercitava o seu charme irresponsável"

" Grande Erasmo ( de Roterdã), a Terra é mesmo um hospício. Além disso, este sábio, pôs o dedo na ferida, apontando os desejos, inclusive os mais fúteis, como molas impulsoras do tocar a vida em frente. Gente muito acertadinha, com a cabeça no lugar, nunca inventa nada novo. Dependendo deste povo, modesto e acovardado, você ainda estaria enfurnada nas cavernas"