Assim, tudo em minúsculas mesmo. Característica deste autor nascido angolano, criado em Portugal.
Ganhador do prêmio Portugal Telecom de 2012.
Gostei imenso! Já era curiosa a respeito deste autor, é minha segunda leitura dele e confesso, a melhor.
Uma história emocionante narrada em sua voz peculiar.
Idosos em um lar. A morte sob todos os prismas e a vida em recordações de acontecimentos sobre pano de fundo histórico.
Não é de gosto universal, nem pelo enredo, nem pela voz, mas há os que apreciarão como eu.
"o amor é para heróis"
" fazemos por descoordenação entre o que está certo e o que nos parece certo e até sabemos que isso de certo e errado é muito relativo. é tudo mais forte do que nós."
"...como um bruto animal a precisar de magoar ou ser magoado."
" a genética, pensaria mais tarde joão esteves, tem destas ironias curiosas, põe-nos com beleza de nobre a passar as fomes dos miseráveis."
"...procurou um silencio muito limpo como uma folha muito limpa onde pudesse escrever uma frase mais digna e disse, um dia essa saudade vai ser benigna."
" fui barbeiro, e li livros, como deviam ler todas as pessoas para ultrapassarem a condição pequenina do cotidiano de das rotinas."
" há um lado errado em todos nós. não há o que se lhe fazer, existe e manifesta-se de vez em quando."
"...para alguma coisa serve estarmos velhos, fazemo-nos de tontos e não podem mais nada."
" precisamos que cada um exerça aquilo para que a natureza o dotou e que favoreça o coletivo."
" sabes que os peixes tem uma memória de segundos....três segundos, assim.... devíamos ser assim, a cada três segundos experimentávamos a poderosa sensação de vivermos, sem importância para mais nada, apenas o assombro dessa constatação."
