Então vem este menino quase centenário a encantar-me os olhos, recuperar o sorriso, enternecer a alma.
Manoel em sua língua de passarinho, é alento para desilusões várias, é passeio no campo sem sair de casa é felicidade imediata.
Lagarto, copos de sol, jacarés, pedras e formigas mutiladas. Na sua língua tudo tem graça.
Foi o Alvinho, em tempos tão idos ,que me falou primeiro do Manoel. O Manoel, que rondou-me sempre em migalhas, apareceu pelas mãos da filha em empréstimo. Mudou de sítio e acumulou pó dos vários cantos da casa até ser quase ordenado pela Rita. Daí saí a caça e agora quero mais e mais e mais.
Não o devolverei, nem o guardarei na estante, vai para a sacola andante, onde ficam à mão os poemas aguardando ocasião.
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