mato não é lixo
Sim, tenho várias questões éticas.
As pegadas no planeta é uma delas.
Fui criada no consumismo, como forma de experimentação, como inserção social, como meio de fuga.
Demorei para tomar o meu rumo, para seguir meu pensamento, achava que não era assim, afinal, "Quem sai aos seus não degenera" como diz o velho ditado.
Faz tempo que me interesso pela questão ambiental.
Não sou perfeita , faço o que posso.
Já implantei sistema de reciclagem em lugar de moradia.
Hoje moro em um lugar que já usa esta estratégia.
Não somos perfeitos, fazemos o que podemos.
Separo tampinhas de plástico, lacres de alumínio , blisters de medicamentos para doação.
Descarto medicamentos em desuso ou vencidos na farmácia, agora muitas tem local para isso, pilhas e cartuchos na Kalunga, eletrônicos, com muita pena, na Sodimac, roupas vão para a moda circular, onde também me abasteço, ou doação, ou reaproveito de alguma outra forma, na decoração, transformando.
Aproveito papéis usados para rascunho, isso desde sempre, um dia conto como papel era raro, reduzir impressões é uma meta, mas não pego notinhas em lojas, na maior parte das vezes.Pego livros na biblioteca, leio no kindle, reutilizo e reaproveito embalagens.
Tenho muitas ideias e pouco tempo para colocá-las em prática.
Dia chegará.
Não me conformo com não haver leis efetivas que obriguem a logística reversa.
Não me conformo com a pouca oferta de embalagens menos poluentes.
Não me conformo com a quantidade de plástico em tudo.
Sei que o primeiro passo é reduzir o consumo. Quase sempre tenho o que preciso em casa, mas é difícil resistir à tentação da novidade. Estou tentando.
Nesta fase da minha vida já experimentei muito, o suficiente para poder dizer não, algumas coisas não preciso experimentar, mas há sempre alguém para quem o meu passado será novidade e a experiência, demanda de vida, outras coisas já não cabem mais no meu momento, mas ainda servirão a muitos momentos de outros. Segue assim o ciclo.
O segundo talvez seja escolher o que consumo, origem, fabricação, embalagem, uma quase impossibilidade em algumas áreas. Preço, qualidade, durabilidade, são questões que ainda pesam.
Reutilizar e reciclar é um grande desafio para mim, desafio de parar de fazer, pois vejo utilidade em tudo. Namoro gavetas, materiais nobres em caçambas. Estou temporariamente sob controle. Não recolho mais.
Separar para reciclagem está incorporado.
Repensar, reduzir, reutilizar, reciclar.
Vi um documentário, recentemente, na Netflix que me deixou pensando, com um certo desânimo e alguma validação de uma ideia antiga, a de que terminaremos numa montanha de lixo.
Não sou perfeita. Faço o que posso. Quero fazer mais.