quinta-feira, 10 de abril de 2025

Papel

Eu e o papel


Carrego a sina de burocrata, meu pai em sua função. 

Reutilizo papéis como rascunho desde sempre. 

Papel era coisa rara na minha vida de criança. 

Papel era para jornal, revista, livros e cadernos , sagrados porque serviam ao estudo. 

O papel cotidiano era aquele que embrulhava o pão, claro e limpo pois servia ao alimento. 

Depois da nobre serventia virava suporte para desenhos e rabiscos, receitas, recados, contas matemáticas, algum endereço divulgado no rádio.

Nestes tempos eu morava na Vila Tibério, estudava no extinto Lar Santana e no Sinhá Junqueira. 

Meu coração se comove frente as recordações. 

Nos tempos de hoje há mais papel do que se possa aproveitar. 

Opto por contas on-line, dispenso tickets de compras, leio livros de empréstimo ou virtuais, em nome da economia dos recursos naturais. 

Voltei à Vila Tibério em muitas ocasiões, era caminho da faculdade e da minha casa. 

Trabalhei nas escolas e no posto de saúde do bairro, acariciei com o olhar os muros do abandonado Lar Santana, subi , a trabalho, a escada de madeira da escola Sinhá Junqueira , estive na igreja para uma missa de sétimo dia. 

Sou grata por ter visitado todos estes lugares da minha criança. 🥰🥰


quarta-feira, 9 de abril de 2025

Questões éticas

                                                                    mato não é lixo

Sim, tenho várias questões éticas.

As pegadas no planeta é uma delas.

Fui criada no consumismo, como forma de experimentação, como inserção social, como meio de fuga.

Demorei para tomar o meu rumo, para seguir meu pensamento, achava que não era assim, afinal, "Quem sai aos seus não degenera" como diz o velho ditado.

Faz tempo que me interesso pela questão ambiental.

Não sou perfeita , faço o que posso.

Já implantei sistema de reciclagem em lugar de moradia.

Hoje moro em um lugar que já usa esta estratégia.

Não somos perfeitos, fazemos o que podemos.

Separo tampinhas de plástico, lacres de alumínio , blisters de medicamentos para doação.

Descarto medicamentos em desuso ou vencidos na farmácia, agora muitas tem local para isso, pilhas e cartuchos na Kalunga, eletrônicos, com muita pena, na Sodimac,  roupas vão para a moda circular, onde também me abasteço, ou doação, ou reaproveito de alguma outra forma, na decoração, transformando.

Aproveito papéis usados para rascunho, isso desde sempre, um dia conto como papel era raro, reduzir impressões é uma meta, mas não pego notinhas em lojas, na maior parte das vezes.Pego livros na biblioteca, leio no kindle, reutilizo e reaproveito embalagens.

Tenho muitas ideias e pouco tempo para colocá-las em prática.

Dia chegará.

Não me conformo com não haver leis efetivas que obriguem a logística reversa.

Não me conformo com a pouca oferta de embalagens menos poluentes.

Não me conformo com a quantidade de plástico em tudo.

Sei que o primeiro passo é reduzir o consumo. Quase sempre tenho o que preciso em casa, mas é difícil resistir à tentação da novidade. Estou tentando.

Nesta fase da minha vida já experimentei muito, o suficiente para poder dizer não, algumas coisas não preciso experimentar, mas há sempre alguém para quem o meu passado será novidade e a experiência, demanda de vida, outras coisas já não cabem mais no meu momento, mas ainda servirão a muitos momentos de outros. Segue assim o ciclo.

O segundo talvez seja escolher o que consumo, origem, fabricação, embalagem, uma quase impossibilidade em algumas áreas. Preço, qualidade, durabilidade, são questões que ainda pesam.

Reutilizar e reciclar é um grande desafio para mim, desafio de parar de fazer, pois vejo utilidade em tudo. Namoro gavetas, materiais nobres em caçambas. Estou temporariamente sob controle. Não recolho mais.

Separar para reciclagem está incorporado.

Repensar, reduzir, reutilizar, reciclar.

Vi um documentário, recentemente, na Netflix que me deixou pensando, com um certo desânimo e alguma validação de uma ideia antiga, a de que  terminaremos numa montanha de lixo.

Não sou perfeita. Faço o que posso. Quero fazer mais.

terça-feira, 8 de abril de 2025

Paineiras em flor


A cada tempo um colorido desperta na paisagem, independente da época do ano, independente de primaveras, independente de humores, estes incertos.

A cor nos pega de surpresa e sorrimos, em sistema autônomo, agradavelmente surpresos.

As paineiras estão o seu tempo agora, desde o fim de março, colorindo de rosa a paisagem, caprichosamente florindo cada qual a sua vez, em vários tons.

Vi-as no caminho cotidiano, na estrada, vistosas como só, e agora dominando paisagens em todos os lugares da cidade.

São lindas!!

Acabarão em maio.

Recebi notícias de uma floração de cerejeiras, nunca as vi de perto, em sua época primaveril de hemisfério norte.

Logo virão os ipês em todas as suas cores, depois os Flamboaiãs forjando tetos forais em vermelho vivo e inigualável, acácias, os manacás.

As Primaveras multicoloridas estão sempre em flor, assim como os ipês de jardim, as Damas da Noite e outras flores que não sei nomear.

Não ficamos ao desamparo.

Desejo flores, esta súbita alegria, em nosso caminho.

Os:: esqueci das sibipirunas, jacarandás e outros que tais. 😊

segunda-feira, 7 de abril de 2025

DD

 



DD- Diário da Depressão, Diário do Desafio ou uma simples segunda-feira.

  Celebrar a saída da cama, o início de uma ação, qualquer uma, um cumprimento de agenda, coisa que mais faço.

 Procuro na mesa de trabalho uma lista de sexta-feira, não cumprida, para tirar o atraso , antes de fazer outra atualizada.

Paro por aqui, na escrita, tão abandonada e tão querida, porque foi imperativo e porque me permiti. 

Ando auto permissiva. .

Faz parte do alento dar me conforto, amenizar o calor, afrouxar as roupas, ceder aos impulsos, encolher o limite da culpa, até deixá-la ridícula.

Ando lendo meus livros, estimulantes, belos, intrigantes, vendo os filmes, seriados, discutindo, pensando, deixando meu cérebro feliz.

Alguma rara, raríssima,  boa notícia na tv também me alegra.

Ver um sorriso estimula o sorrir.

O céu, sempre azul daqui, pouco importa, o importante é manter-me sã sob os toques dos telefones de pesquisas de satisfação, pedidos de doação, empresas telefônicas e as inúmeras tentativas de fraude.

Há de se ter jogo de cintura, estoque de paciência ou nenhum pingo de educação e desligar antes de ouvir a segunda palavra.

Tendo á última opção.

De qualquer forma , nos desejo um bom dia.

Desculpem o assunto, vou em frente, procurando a lista.