15ª Feira do Livro Ribeirão Preto- 2015
Não vi o nascimento da Feira do Livro, talvez vivesse em
outro “planeta”.
Acompanho a Feira, e participo dela , desde 2006, 10 anos
já!!!, é! Acho que tenho minhas próprias efemérides a
celebrar, e sei que 15 anos é um importante marco de permanência.
Tenho aprendido muito com a Feira e sobre ela, sempre
mutante, reinventando-se novidadeira para manter-se atraente e alcançar os
objetivos propostos, cada vez mais
ambiciosos.
Lógico! É preciso pensar grande quando se faz algo em favor
da educação e da cultura para que se consiga realizar um mínimo algo.
O investimento é feito, também em capital, mas o retorno não
é por ele mensurável.
O retorno é a qualidade do ser humano e isto não é valorado
em moeda corrente.
Sobre esta edição da Feira vou contando, por aqui, o que
vivi.
Muito perdi, mas é impossível estar presente em tudo.
Meu primeiro evento foi a abertura da exposição de artes
plásticas da Alarp, Academia de Letras e Artes de Ribeirão Preto, a qual pertenço, no saguão de entrada do
Centro Cultural Palace.
Cabem aqui os agradecimentos à Fundação Feira do Livro, nas
pessoas de Edgar de Castro, Adriana Silva, Nelson Jacintho, Viviane Mendonça ,
que garantiram o espaço da exposição na programação da Feira.
Agradecimentos , também e principalmente, à Meire Teixeira e
à equipe do Palace que disponibilizaram sua casa para a “invasão “ artística.
Tem-se ainda que agradecer a disponibilidade destes grandes
artistas da nossa terra ao prepararem suas obras especialmente para o evento e
a dedicação de Tóia Fonseca na organização e montagem da exposição.
Logo após , tivemos a abertura do Salão das Letras, mostra
conjunta de textos dos acadêmicos da Academia Ribeiraopretana de Letras, ARL, e
da Alarp, no pavimento do primeiro andar do Palace.
Além dos agradecimentos já feitos, tem-se que reconhecer o
trabalho de Dumara Jacintho, que
recolheu os textos, fez a formatação, a
impressão e ajudou na montagem da exposição.
A mostra abrigou 19 textos das duas casas.
Ainda no domingo, foi a entrega do prêmio literário Rubem
Alves com participantes de todo o Brasil.
Destaco aí a participação de Rosa Maria de Brito Cosenza,
dedicadíssima, e da Iara Fonseca, que tomaram conta de tudo lindamente.
Momento de total felicidade dos premiados, incluindo alunos
e seus mestres.
Feliz, eu também, por poder fazer a entrega de um dos
prêmios em nome da UBE, União Brasileira de Escritores, e da Alarp, apoiadoras
do concurso, para a médica Márcia de São Paulo, a Dra Márcia Etelli, uma nova
amiga que trouxe sua gentileza para enfeitar a festa.
Para arrematar o dia , uma passadinha no estande dos autores,
um dos locais mais agradáveis da Feira, localizado no salão do térreo do
Palace, ao lado da cafeteria.
Espaço pródigo em encontros e momentos de rara felicidade
junto aos queridos das letras, muito bem cuidado pela Teresinha da Funpec, a
quem devemos agradecimentos por sua gentileza e paciência no atendimento
atencioso ao público e aos escritores.
A Teresinha é nossa!!
Não dou , não vendo , não troco.
Na segunda feira foi a vez de ver o Dr Camilo Xavier e a turma
da universidade que se une a ele nos projetos educativos e culturais da
Incubadora Cultural.
Dr Camilo merece os cumprimentos por sua atuação junto aos
jovens.
Foi o primeiro salão de idéias que assisti na Feira de 2015.
O Salão aconteceu no auditório do térreo do
Centro Cultural Palace. Espaço cedido para os autores promoverem debates
de idéias entre 3 ou 4 palestrantes, com organização do dr Nelson Jacintho, vice
presidente desta edição da Feira, sua esposa Dumara Jacintho, e com a
participação de todas as casas literárias, ARL, Alarp, Casa do Poeta e
Escritor, UEI, UBE, Médicos Escritores.
A estes, e a nós todos, dirijo meus cumprimentos e
agradecimentos pelo belo trabalho.
Arrematando a manhã , um salão de idéias com o múltiplo
e inteligente , Gregório Duvivier.
“ Sou um ator que escreve. Escrever é a melhor maneira de falar sem ser
interrompido”
Na terça fui forçada ao repouso, uma torção no pé, mas
aconteceram coisas lindas como o Sarau do Diva Tarlá, da querida Marisester
Souza, o Pedro Bandeira, e a oficina da mestra Ely Vieitez Lisboa.
Perdi!
Fazer o quê, né?
Tudo para me poupar para o momento máximo da apresentação da
escola Otoniel Mota, no PedroII, com o
projeto Combinando Palavras, desta vez com Ariano Sussuna.
Heloísa Martins Alves, minha super parceira, convidou-me ,
mais uma vez , a conduzir esta apresentação.
Coisa que amo fazer.
Desta vez, fui acompanhada pelo mestre Carlos Tampa, grande
artista, divulgador da cultura popular nordestina, e que fez o prefácio do
livro.
Tampa fez uma festa com seu som, ritmo e falas colocando
todos no clima “Suassuna”.
Os alunos leram os textos produzidos para o trabalho, foram
entrevistados e responderam perguntas da platéia.
Desta vez, além dos textos, os alunos fizeram as ilustrações
do livro baseados numa oficina de artes plásticas ministrada pela talentosa
ilustradora Semíramis Paterno.
A apresentação foi emocionante. É emocionante ver a
dedicação dos professores e o envolvimento dos alunos. São momentos onde se
renovam as crenças no futuro.
Ver este trabalho é ter esperança.
A conversa foi para lá de boa, e a companhia especialíssima.
Os agradecimentos vão para Heloísa, pela condução do projeto
e pelo convite, para a direção da escola
Otoniel Motta, por ter acreditado e apoiado, para o Tampa, meu companheiro de
feliz momento e para os alunos e mestres realizadores.
Mais que feliz!!
E a festa continuou com o salão de idéias sobre o modernismo
protagonizado por meus sapientíssimos colegas da Alarp.
Platéia lotada!!
Gente esperando gente sair para entrar.
Aliás, como aconteceu em quase todos os salões dos autores.
Uma maravilha!!
A palestra foi conduzida por Carmen Soares, com a
participação dos artistas plásticos, Miguel Ângelo, Norma Campaz e Denise
Muller.
Miguel Ângelo falou sobre os caminhos artísticos que
culminaram no modernismo.
Norma Campaz falou sobre o escultor Victor Brecheret e
Thirso Cruz, que estava na platéia, elucidou que a escultura da praça XV, o
soldado com a granada, é de autoria de Victor Brecheret.
Denise Muller falou sobre Flávio Carvalho, artista do
modernismo, que escandalizava com suas obras e atos.
Foi uma palestra de altíssimo nível confirmando a qualidade
dos nossos artistas.
Para descansar de tanta emoção, uma passadinha na palestra
da mineiríssima Guiomar de Grammont.
Na quinta, 18 de junho,
dei uma corrida e cheguei a tempo de ver a entrega do Prêmio do
Trabalhador, concurso promovido pelo vereador André Luiz e pela Casa do Poeta e Escritor.
Fiquei extremamente feliz com a vitória do dr Nelson, meu duplo
colega na UBE e na Alarp, em primeiro
lugar. Mais feliz ainda de poder prestigiar o seu momento.
Merecem os cumprimentos, o vereador André, Marisester ,pela
casa do poeta e o dr Nelson pela premiação.
Meu desejo é de vida longa para o Prêmio.
Logo depois teve início o salão de idéias sobre a
Universidade de São Paulo e seu papel junto á comunidade de Ribeirão Preto.
Surpreendente salão trazendo a história da Universidade ,
que tem seu início com a criação do
curso de Farmácia e Odontologia.
Com o coração envolto em ternuras pude aprender mais sobre
esta “casa” que me proporcionou ser o
que sou.
O salão foi feito pelo Dr. Guttemberg, um exemplo de
vitalidade e paixão, Dra Gláucia, Dr José Moacir e Dra e colega dentista Alma
Elizaur.
Saí de lá lamentando ter que partir.
Quero mais, muito mais!!
Saí para ver o salão de Jorge Miguel Marinho, que escreveu
um dos livros ,“ Te dou a lua amanhã”, que usei para pesquisar o Mário de Andrade.
Foi uma delícia vê-lo discorrer sobre o livro e curiosidades
da vida do biografado.
À tarde foi a hora de conhecer o Espaço Livre, ou Salão
Palace, como foi denominado, espaço por mim organizado, para abrigar as
palestras dos autores sobre os mais variados assuntos.
Fiquei realmente impressionada com a qualidade do que
aconteceu ali.
Organizo o espaço há três anos, mas nunca pude acompanhar
mais de perto por conta do trabalho.
Este ano, aposentada, pude ver o que se faz ali.
Os autores fazem suas palestras com muito capricho e
pertinência.
Os salões foram lotados, ficou muita gente de fora e os
autores tiveram a oportunidade de falar para um público desconhecido e não
apenas para os amigos.
Espaço extremamente positivo.
E eu, como toda mãe que cuida de filhos trabalhosos, que
jura que nunca mais, fiquei orgulhosa de poder proporcionar, através da
organização, momentos de realização para os colegas e de ganho para o público.
Mais, muito mais que feliz!
Aqui os agradecimentos vão para a Laura Abad, da Feira do
Livro, e para o Wolfgang Pistori que
acertaram tudo direitinho para que a programação saísse na revista.
Bem, fui ver Rose Lee Santana contar estórias de Ruth Rocha,
outra homenageada da Feira.
Delícia das delícias!!!
Logo depois, houve Mara Senna, minha multi colega, de
faculdade, de UBE e Alarp, e sua caprichadíssima palestra sobre o tempo e a poesia,
cheia de referências filosóficas, históricas e poéticas.
Momento de Orgulho alheio!!
Sexta, 19, chegou rapidinho, era feriado e até esqueci.
Mas para nós, nada de descanso, foi dia cheio.
Começando com o grande sarau, uma já tradição da Feira,
comandado pelos queridos Alfredo Rossetti, Regina Baptista, meus colegas da
UBE, Nicolas Gutos e José Augusto.
Uma festa!!!!
Todos com vez e voz e com direito a sorteio no final.
À tarde , palestra com Antonio Fais, o colega de São Carlos,
com as queridas Luzia Granatto, Heloísa Alves, Juliana Sfair e o Dr. Denis Bó,
e mais Regina Baldini, colega da UBE. Tudo em esquema de revezamento para dar
conta de ver , ao menos um pouquinho , de cada um.
Tudo mais que bom!!
Mas era hora de recolher o time para a concentração. Dia
seguinte era o meu dia, o dia de Mário de Andrade.
Dia 20 chegou, sabadão de manhã. Os atrasos são fatais em
dias de protagonismos e a dedicação tende a ser exclusiva.
Desta forma não dei conta de ir abraçar meus colegas Carlos
Roberto Ferriani, Alarp e UBE, e nem Regina Baptista, UBE, que estiveram
palestrando no mesmo horário que o meu, mas meu coração e sentimento estavam
com eles.
Soube que tiveram excelente público e se saíram muitíssimo
bem, como o esperado.
Vamos ao Mário.
Promovi, em nome da UBE, um sarau “Só Mário”, onde com a
valiosa colaboração da platéia lemos textos, poemas, e ouvimos belas falas
sobre Mário de Andrade e o modernismo.
Estavam por lá, participantes, os membros da UBE, Adriano
Pelá, Cida Gaiofatto, Mara Senna, Nelson Jacintho, Áurea Laguna, João Augusto,
Helena Agostinho, Cecília Figueiredo, Cláudio Muzel, Marisester Souza, Leda
Pereira, a parceira Heloísa Alves, os amigos Bertha, Otávio Verri, prof.
Márcio, Dumara, os alarpeanos Marilda, Adriana Silva, a presidente Fúlvia e ainda vou me lembrar de mais.
Trouxemos o Mário para a cena, por suas palavras.
Missão cumprida!!
Logo após teve início o salão de Idéias sobre Mário de
Andrade, também coordenado por mim, em nome da UBE, tendo como convidadas as
magníficas Cecília Figueiredo, UBE e ARL e Marilda Franco, Alarp.
Falei um pouquinho sobre a descoberta “Mário de Andrade”,
sua biografia e sua ligação com a fundação da UBE, que nos remete diretamente
ao Núcleo de Ribeirão Preto. Terminei com o poema lindo sobre “ Quando eu morrer quero ficar...” que fala
amorosamente sobre a cidade de São Paulo e mostrei alguns dos lugares de Mário
na cidade e os vários retratos dele, feitos por seus amigos artistas plásticos
da vanguarda modernista.
Cecília Figueiredo discorreu lindamente sobre o livro “Amar,
verbo intransitivo” destacando os recursos de linguagem utilizados pelo autor ,
valorizando sobremaneira a obra.
Nunca mais leremos levianamente este livro e estaremos
atentos para qualquer outro.
Marilda Franco falou sobre o mais famoso livro de Mário,
Macunaíma.
Apresentou bela exposição de imagens e associou o texto à
semiótica, sua especialidade profissional, jogando luz sobre várias passagens.
Riquíssimo salão!! Riquíssima companhia.
Sou imensamente grata pela presença dos colegas no salão.
Honradíssima!!
Felicíssima!!!
Foi pouco!!
Quero mais!!!!!
Quero mais Mário!!!
Mais tarde foi a vez de prestigiar o belo projeto da
professora Ely Vieitez , que reuniu em gravação de voz, feita por Irene
Coimbra, os poemas dos autores de Ribeirão Preto, com a finalidade primeira de
servir aos deficientes visuais.
Irá mais longe este projeto. Levará em suas asas, nossas
palavras sonoras.
Sou grata à Ely, querida colega da UBE, por esta iniciativa
e realização.
Dali saí, correndo ,
para a premiação dos trovadores lá no cine Cauim, junto com Mara Senna e a Helena Agostinho.
Foi minha primeira vez, confesso, e é uma alegria ímpar
estar ali.
Prêmios, troféus, medalhas, para muitos, jovens, velhos,
crianças, professores.
O professor Nilton Manoel, presidente da Uniao Brasileira de
Trovadores, UBT, e também meu colega da
UBE, e o novo e atuante secretário de educação , Sr. Ângelo Invernizi, fizeram a entrega das premiações.
Nossas lindinhas campeãs ficaram felizes da vida.
Rita Mourão, UBE, ARL, Elisa Alderani, UBE,Nely Cirino, Alarp,
Leda Pereira, UBE, UEI.
Ainda tentei, juro, ver Maria Rita Kehl . O assunto árido e o cansaço do dia me levaram mais cedo
para casa, mas antes passei pelas bancas para comprar um Fernando Pessoa para o
aniversariante do dia Zéluiz Oliveira.
Chegou o domingo, último dia.
A praça com pouco movimento na ensolarada manhã.
Dia 21 de junho, aniversário da queridinha Jair Yanni.
Resolvi trazê-la, em poema impresso, para a festa e foi assim que
assistimos um belo documentário sobre o
ateliê 1104, um celeiro de talentos dos anos 60, 70.
À apresentação do documentário segui-se a apresentação da
orquestra com temas de Villa Lobos, com os trabalhos sendo projetados ao fundo.
Uma excelente experiência proporcionada por Tóia Fonseca,
que organizou as imagens.
No caminho da saída , mais uma premiação, desta vez dos
projetos pedagógicos, prêmio Electro Bonini.
Aplaudo professor de pé!!
São trabalhos feitos com amor, além da obrigação. Trabalhos
feitos objetivando os alunos, o coletivo, servindo a um ideal.
Vivi, assim, mais um bom momento na Feira.
Fui para a família e voltei para o último ato, o encerramento.
Lindas! Minhas colegas de Alarp, Denise Muller, cenografia,
Gilda MOntans, Meire Genaro , musicistas e Cristina Modé, cantora, fizeram o
espetáculo com as talentosas Miriam Fontana e Renata Martelli e com excelente
texto do, ainda para mim desconhecido, André Bordini.
Chave de ouro, fotos, beijos, encontros, adeuses.
Minha Feira acabou assim, depois de dias agitados, num caminhar
solitário para o carro, cheia de desejo de descanso , processando balanços
pessoais, sonhando o futuro...
Ano que vem tem mais!!
Ps: um último e especial agradecimento ao pessoal que filmou e fotografou a Feira, a equipe de Toninho Torres com o amigo Luiz Fernando Cervi, de onde vem algumas das fotos "emprestadas" que vocês verão no àlbum.
Todas as fotos aqui: Clique na foto para ver todo o álbum.