domingo, 30 de agosto de 2015

Livros- Reflexões Poéticas- Mariza Ruiz



Hoje o dia pediu uma pausa para a poesia.
Não me fiz de rogada e terminei a leitura do livro de Mariza Ruiz.
A autora fala da mulher que se descobre ser e de todas que somos.
Na surpresa sempre presente, na comunhão com a natureza, no reconhecimento das fases, na aceitação do imutável,poupando forças, adquirindo experiências, orando e dançando, Mariza nos convida a olhar de novo, repensar e seguir, quem sabe por outro caminho, porque há possibilidades e saídas.
Costumo marcar os poemas prediletos.
Com Mariza foi impossível. Todos são tocantes.

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Caras Palavras



Tenho me surpreendido pensando sobre as palavras, as mais importantes para mim, as preciosas.
Palavras no sentido signo, significantes.
E cheguei à seguinte, e temporária, conclusão:

- Liberdade é a palavra que mais prezo, pretendo dar a liberdade que quero para mim. Segundo a filósofa pop, Elke Maravilha, " Liberdade não existe.A gente só é livre para escolher a prisão em que a gente quer ficar."

- Paixão é a palavra que mais respeito, porque um ser apaixonado, seja lá pelo quê, é um ser destituído de si, é um ser que entrega tudo que possui, sem medidas, ao objeto de sua paixão e mesmo assim, se acha devedor, é um ser fora de si e crê-se absolutamente certo. É preciso respeitar um ser apaixonado e o objeto de sua paixão, mesmo que não se concorde com ele.

-Respeito é palavra sagrada que deveria ser praticada como uma oração ininterrupta. Reconhecer o valor do outro, seja ele qual for. Respeitar e ser respeitado. Este é o caminho da paz.

- Amor, palavrinha que é tão banalizada em seu uso ! Sugiro que " amor" seja palavra tachada, sim, pague impostos quando de seu uso vazio." Amor" tem que vir cheia de significado, bem gordinha, fofa, redonda, cálida, terna. Amor é o que deixa o fazer mais leve, o tudo mais bonito, temperinho mágico para toda ação, sem contra-indicação.

Por enquanto são estas as palavras, por enquanto...
Breve prepararei nova lista complementar ou quem sabe , substitutiva.
Quem sabe...

domingo, 23 de agosto de 2015

Livros- Fórum Virtual- Regina Baptista



Sobre o árduo tema, suicídio, e baseado em um caso real,  Regina Baptista desenvolve seu romance em formato atual, simulando o uso da comunicação por internet, onde o anonimato é tomado como símbolo de liberdade total para ditos e opiniões.
O livro aborda temáticas modernas, filosóficas e éticas, dando muito assunto para discussão.
Alerta para o que pode haver no meio, onde tudo pode acontecer, sem limites, para o bem e para o mal.
Um livro instigante, de leitura rápida e interessante e o final, típico de Regina, aberto.

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Reduzindo




Sou dentista de formação, vocês sabem, anos trabalhando em espaços mínimos sobre uma cadeira de rodinhas, mocho, que vira para lá e para cá, para ter tudo à mão bem  rapidinho, sem precisar me levantar.
Assim que ando querendo minhas coisas.
Tudo pertinho e ao alcance da mão.
Está certo que isso está criando um certo sedentarismo,  afetando a minha saúde e o meu visual, mas não desistirei da ideia.
Minha casa , não é de hoje, virou "curva de rio".
Expandi, reduzi, herdei, inaugurei, encerrei, desmembrei, acolhi, e todos os restos das mudanças vieram parar aqui.
Tenho coisas de todas as fases, algumas nem minhas são, e estão aqui, sob guarda e responsabilidade do meu ser.
Por isso irei, devagar, devolver-lhes o destino, o uso , o reuso, o lixo.
Cada coisa, feliz em seu propósito, e eu feliz com isso.
Reduzida em matéria.
Outra coisa que contribuirá para esta redução, desta vez não sem lágrimas, será a tecnologia.
Os papéis, gravuras, reportagens e quetais que tenho guardado, como relíquias, podem muito bem serem encontradas no meio virtual, e se lá não estiverem , posso eu mesma colocá-los lá, se ainda achar que são de alguma importância, tamanha a velocidade evolutiva do tudo.
Papéis são meu xodó, mas também eles irão.
Recentemente pus uma coleção de jornais, assinados e intactos, fora, sem titubear.
Com eles agirei como autômata, desconsiderarei a emoção, serei pragmática e extremista.
Limpeza feita, haverá espaço desimpedido para o correr das rodinhas da minha cadeira de escritório, não mais mocho.
Feita a limpeza terei ambientes agradáveis e sadios, porque felizes e em uso, e eu mais feliz ainda com isso.
Quero menos para aproveitar tudo.

domingo, 16 de agosto de 2015

Livro- Vento Forte- Miguel Angel Astúrias




Uma das melhores coisas que já li.
Cada parágrafo é um pasmo poético que obriga o leitor a parar, reler, sentir antes de continuar.
Isso até a gente se acostumar com o estilo, aí vamos em frente no romance de argumento interessante, universal e perene, o homem, o domínio da natureza, o trabalho e a exploração capitalista.
A estória é contada pela ação, com o uso da linguagem típica dos habitantes locais, bem como as lendas e crenças do povo, a magia é presença constante no enredo sem que seja argumento principal, como um perfume no ar, que nos localiza no espaço físico.
Muito bom!!

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

It´s only a line in a bad movie

At the end we all will be judged by the courage of our hearts


Eu sei, ou talvez não saiba, que roteiros de filmes e séries são só roteiros para entretenimento.
Mas , e quando você acha que a o que você está assistindo dialoga com você, responde às suas questões, desenvolve um pensamento empacado?
Pior, e quando parece que tudo tem a ver com o seu pensar, seus dilemas, suas dúvidas?
Pode ser uma maluquice qualquer, mas um texto inteligente, com pitadas de filosofia e dilemas muito humanos, pode, sim, estar dialogando conosco, tornando-nos espectadores do próprio filme, fazendo-nos encarar a face oculta, a que está na sombra, colocando-nos em sapatos alheios.
E isto me encanta.
O poder da arte.
A vivência outra, a exposição ao sentimento e à emoção sem realmente estar, naquela situação , envolvido nela.
A constatação que não se está só, há alguém que também faz as mesmas perguntas e que, pode ser que tenha a resposta, ou não.
É preciso estar atento à mensagem, à reação.
É  preciso alimentar a intuição e crer nela.
O comando não nos pertence.
Temos a chance de escolha.
Teremos permanentes dúvidas e muito poucas certezas.
Perguntas eternas sem garantia de respostas.

domingo, 9 de agosto de 2015

Livros- Crônicas da UBE- organização , Marcelo Nocelli



Uma delícia de antologia, com renomados escritores e, muito orgulhosamente, uma prata da casa, a escritora Rita Mourão.
Um passeio por textos bem trabalhados, assuntos variados na rica oportunidade de conhecer a voz palavra de quem era, até agora, só imagem.
E tem mais Ribeirão Preto na jogada, com uma crônica sobre o Sócrates e outra sobre um momento durante uma Feira do Livro.
Parabéns, Nocelli , pela curadoria.
Parabéns, escritores. Prazer em conhecê-los.
Logo, logo, este exemplar estará disponível para leitura junto ao acervo da UBE em Ribeirão Preto.

terça-feira, 4 de agosto de 2015

Terminando a arrumação



Há pouco, nem tão pouco assim, três meses, fez um ano que estou nesta casa.
Casa é maneira de dizer lar.
Meu lar é longe do chão, décimo primeiro pavimento, apartamento de bela vista, amplos espaços, alguns ainda, pasmem!, sem destinação definitiva.
A mudança foi rápida, intempestiva, descontrolada, como são todas, segundo minha descoberta, ou destino.
Houve uma pequena reforma com a generosa, valiosa e imprescindível ajuda da amiga arquiteta de plantão.
Equipe convocada, super dicas, fornecedores, todos a postos , ao alcance de um toque de celular da patroa arquiteta.
Fez-se o que se pode fazer, as sujeiras e barulhos mais graves.
Ficaram para depois os detalhes.
A mudança entrava pela porta da cozinha enquanto os pintores terminavam de dar a última demão de tinta na sala.
De lá para cá tudo foi lento, e continua sendo.
Ainda há caixas de desusos para serem abertas e reavaliadas.
Os móveis no lugar, as poucas,  e mais necessárias, aquisições feitas.
A limpeza do chão, a colocação dos tapetes, só conseguida no verão e apreciada agora neste inverno. As cortinas, adornando as vistas, brincando com o sol, vedando a luz,  tornando as  janelas ciliadas.
Os quadros, os nobres, alocados pela gentil amiga profissional, que orientou quanto ao alinhamento, aos tipos, agrupamentos a seguir com as demais obras.
Mas foi há pouco, bem pouco mesmo, que fiz uma coisa, certamente condenável pela arquiteta, mas que tornou meu espaço neste lar, realmente meu.
Coloquei os quadros restantes, alguns deles, no meu escritório, do meu jeito imperfeito e afetivo.
Meu escritório, que considero agora meu local de trabalho, é uma continuação do espaço de convívio, sala de estar e jantar, portanto parte da ala social da casa.
Cansei de ficar isolada no "quartinho" de empregada, como era antes.
Bem, locais de trabalho são de trabalho, com sua desarrumação típica de ação.
O meu não é diferente e parte do meu trabalho é feito organizando a bagunça nossa de todo e cada dia.
Se a visita chega, e é de cerimônia, fecho a porta que divide os ambientes.
Se é de casa, ficará contente por me ver assim feliz entre meus afazeres e pertences.
O fato é que a colocação dos quadros na sala de trabalho, fez toda a diferença.
Minha casa me abraça quando eu chego, sorri, até gargalha e renova minhas lágrimas de emoção em cada moldura, com seus particulares e íntimos saberes.
Ainda há o que fazer, desconfio que sempre haverá, mas minha casa, agora é meu lugar.
Lugar onde gosto de chegar , de estar, onde ando no escuro, pois sei seus caminhos e que tem um recanto especial, com as minhas coisas, que me acolhe e sussurra em meus ouvidos as palavras mais doces.
Recanto dos quadros tortos e díspares, papéis em pilhas, livros por toda parte e mimos, pequenos objetos insignificantes com seus valiosos significados, plantado no coração da casa, ao alcance visual da porta de entrada, com uma janela de vista privilegiada, onde o sol nasce em espetáculos de cor e formas, os verdes multitonais mudam e aceitam coloridos, conforme a estação,   e a lua, a andarilha celestial, vem dar seu "olá" no início da jornada.
Dalí a cidade se estende, pontilhada de luz, lentificando o movimento rumo ao silêncio, trilha sonora das madrugada daqui.
Dos meus domínios, eu, rainha em confortáveis rotos, aprecio a solidão insone e rejo consertos infinitos até o trinar do primeiro pássaro.
É assim que,  feliz, vivo.


domingo, 2 de agosto de 2015

Livros- Contos Novos- Mário de Andrade



Sei, parece que qualquer secundarista leu mais Mário de Andrade do que eu. Mas fazer o quê? Sou reflexo da educação pública do meu tempo, para o bom e para o ruim.
Então sou mais que grata de poder conhecer o Mário de Andrade, agora, depois de "velha".
Amo, e me encanto cada vez mais.
Com temas que se abrem em leque de multiplicidade, feitos com delicadeza e esmero, aparentemente naturais, os contos são preciosidades.
Bons de se ler e melhores de se apreciar.
Continuo querendo mais Mário.