sexta-feira, 29 de abril de 2011

What a difference a day makes



What A Difference A Day Makes

Words & Music by Maria Grever & Stanley Adams
Recorded by Dinah Washington, 1959 (#5)

What a difference a day makes
Twenty-four little hours
Brought the sun and the flowers
Where there used to be rain
My yesterday was blue, dear
Today I'm a part of you, dear
My lonely nights are through, dear
Since you said you were mine
What a difference a day makes
There's a rainbow before me
Skies above can't be stormy
Since that moment of bliss, that thrilling kiss
It's heaven when you find romance on your menu
What a difference a day made
And the difference is you
What a difference a day makes
There's a rainbow before me
Skies above can't be stormy
Since that moment of bliss, that thrilling kiss
It's heaven when you find romance on your menu
What a difference a day made
And the difference is you

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Notícias Poéticas- abril de 2011


Notícias poéticas- abril de 2011

Limpo meus óculos escuros.
Dou-lhes superfície de espelho para que reflitam as cores do outono.
Como corujinhas, expostas à luz da manhã , na beira da cova-ninho, exponho-me ao sol que brilha, algo tímido, num céu limpo.
Pisco, pisco, sorrio e penso.
Brisa no rosto, cabelos revoltos, num sempre brincar.
É abril que vem, e traz nos braços oportunidades sequiosas de abraços.
O convite é feito.
Cabe-nos a resposta.
Até a espera pode ser ativa.
Da minha parte, reservarei poentes e palavras de carícia.
Beijos de iluminado e fresco azul.
Bom abril.
Bem vindo seja.

não
não vou morrer antes que o outono venha
não sem antes sorver as frutas de madurosas pencas
colecionar poentes de cores várias
inigualáveis paletas de impossível escolha

não
não vou morrer sem descansar o espírito
sem dizer um verso que permaneça vivo
como uma carícia
sopro sussurro ao pé do ouvido

não
não vou morrer sem dizer do amor
que não pode ser dito
da dor que não deve ser vista
das lágrimas de travesseiro
dos segredos que guarda o espelho

não
não vou morrer antes do tempo.

Eliane Ratier, abril de 2011

domingo, 24 de abril de 2011

Convite à vida- poema de Eliane

Convite à vida

A vida pulsa dentro de mim
oferece-me as mãos e me conduz ao infinito
luta feroz para se ver livre do inimigo
da casca opressora dos padrões
socialmente aceitos
sabidamente feitos
dolorosamente tidos e mantidos
por gerações e gerações
conformadas com restos.

Quero da vida o mais completo jantar
do aperitivo ao licor no fumoir
tudo para um todo
já que íntegra me encontro.

A vida me convida
o medo , a recusa justifica,
"não " é palavra maldita
Ao caminho com o primeiro passo!
Sou livre
um pequeno ponto brilhando no espaço.

Aceito seu convite
junto-me à ela
a história sou eu que faço.

Saia da janela
pule o terraço
venha para a rua
junte-se à mim
veja a lua
diga "sim"
experimente ser feliz
viva de verdade

Pois a vida , amigo,
a vida não dá bis
a vida é liberdade.

                                      Eliane Ratier- em Estréia Poética, revisto

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Dia do Livro- texto de abertura do Sarau

Amigos, 23 de abril é dia internacional do livro,  deixo aqui o texto de abertura do sarau, realizado em 12 de abril, em homenagem a ele.

Um país se faz com homens e livros.
                            Monteiro Lobato

No mês de abril comemora-se o dia do livro de toda maneira.
Dia 02 é o dia internacional do livro infantil, data marcada pelo nascimento de Hans Christian Andersen, escritor dinamarquês criador de clássicos da literatura infantil, como “O Patinho Feio”, “ A Pequena Sereia”, “ O Soldadinho de Chumbo, e outros que encantam a infância de todos.
Dia 18 é comemorado o dia nacional do livro infantil, em homenagem à Monteiro Lobato, um precursor da escrita para crianças, que se tornou um clássico, fazendo parte da infância dos brasileirinhos.
E dia 23 comemora-se o dia internacional do livro. Data escolhida por marcar a morte de dois ícones da literatura internacional, Cervantes e Shakespeare.

Desde os primórdios, os homens das cavernas, quando resolveram perpetuar seus feitos e estórias, desenharam signos nas paredes de suas habitações, com pigmentos naturais ou entalhes na pedra..
Inaugurava-se aí, a escrita.
Das pedras para o couro de animais, pergaminhos e papiros, a escrita ganhou mobilidade e aumentou seu alcance.
Começavam aí, os livros.
Copiados à mão, e compilados por poucos que dominavam a arte de desenhar os caracteres e interpretá-los, os livros começaram à ganhar status de depositários do conhecimento.
Nasciam as bibliotecas.
Com a invenção da imprensa, por Gutenberg, o que era restrito à bem poucos, alcançou o mundo, na forma que ainda hoje nos serve, o livro.
O livro instrui, ensina, distrai e atrai o leitor para um mundo novo, através de uma conversa íntima.
Uma luz de saber, uma terra outra, uma nova estória, um pensamento raro, um sentimento caro.
O livro faz companhia, encanta e consola.
Um livro, letras impressas em tinta sobre o papel, de forma quase perene.
Simples assim.
Essencial.


sexta-feira, 15 de abril de 2011

Sarau Paraler- Os livros- Áurea Laguna- Alessandra Ramos- 12 de abril



Amigos,
Digo, sem falsa modéstia, que o primeiro sarau Paraler da temporada 2011, foi um sucesso.
O sarau homenageou o livro que tem seu dia celebrado no mês de abril.
No dia 18 de abril, nascimento de Monteiro Lobato, é comemorado o Dia Nacional do Livro Infantil.
Áurea Laguna foi nossa convidada para falar sobre o escritor.
Áurea é pesquisadora da vida e obra de Lobato e nos mostrou peculiaridades de sua escrita para crianças, no livro " A Menina do Narizinho Arrebitado", como foi concebido originalmente, e suas mudanças através do tempo, algumas feitas pelo próprio Lobato.
Foi uma breve palestra que nos deixou cheios de vontade de saber mais e revisitar a obra de Monteiro Lobato.
Áurea respondeu as perguntas da platéia que demonstrou interesse pelo assunto.
A livraria disponibilizou alguns titulos do autor para compor a mesa dedicada à Lobato, bem no estilo campestre, convidando a um passeio ao Sítio.
A noite foi animada musicalmente pela delicadíssima Alessandra Ramos, dona de uma voz de carícia em perfeita afinação.
Alessandra cantou Bossa Nova, fez-nos ver o luar em "Tristeza do Jeca" e arrematou com o, ainda e sempre sucesso, " Sítio do Pica Pau Amarelo".
Uma presença para lá de agradável.
Alessandra se declara cantora, mas admite que ao aprender a tocar o violão, para se acompanhar, tem inspirações musicais como compositora.
Fabíola,coordenadora do Colégio Marista, falou sobre o trabalho que está sendo desenvolvido na escola sobre Monteiro Lobato, e convidou a todos para uma visita à biblioteca que está decorada com o tema.
Os autores de Ribeirão Preto marcaram presença, muitos deles filiados à União Brasileira de Escritores, UBE *, e deram os seus recados.
Vera Regina Gaetani*, disse de sua alegria ao ser escolhida para participar do "Nossa Aldeia", quando a atriz Nicete Bruno fará a leitura de seus poemas.
Ferriani* externou sua alegria em estar presente e conclamou a todos para que apoiem iniciativas como a do sarau Paraler, comparecendo aos eventos para prestigiá-los.
Marlene Cerviglieri* leu seu conto infantil " O Casamento da Vassoura", que mexeu com a imaginação da platéia.
Nelly Cirino falou sobre o seu livro " Estórias da Vó Lili", que está à venda na Paraler.
O poeta Toledo* declamou entusiasmado um de seus poemas.
Dr Nelson Jacintho falou do movimento dos autores de Ribeirão Preto que obteve mais espaço para os autores durante a próxima Feira do Livro.
Mara Senna*, leu seu poema lindo, sobre o outono.
Eu, Eliane Ratier*,li o meu sobre a palavra, e falei um pouquinho como coordenadora do núcleo da UBE- Ribeirão Preto, sobre o processo de filiação à entidade e sobre o congresso que se realizará em novembro em nossa cidade.
Os escritores Regina Baptista* , Jair Yanni e Cezar Augusto, junto com as produtoras culturais, Liliana do Balaio e Graça, também estiveram presentes.
A imprensa espocou flashes e apontou câmeras.
E todos foram convidados para o próximo sarau , em 14 de junho , comemorativo do aniversário de Ribeirão Preto.
Agradeço a todos, Marylene e funcionários da Paraler, pelo espaço; ao público, pela presença; aos convidados pelas belíssimas apresentações; aos escritores por suas participações; à imprensa, pela cobertura do evento.
Emocionada e feliz, me despeço, Eliane Ratier

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Elas dançam eu danço- no Pedro II + poema " Convite à Vida"

Meus amores,
Foi lindo!
Foi um dos "momentos da minha vida".
Subir ao palco do Pedro II, operação banal para tantos acostumados aos "Dança Ribeirão ", foi especialíssima para mim, estreante no desejado palco.
Participação mínima, emoção máxima.
Em atitude reverente, como tem que ser, estive envolta na energia do belíssimo espetáculo sobre Vinícius de Moraes," Eu sei que vou te amar...sempre", de André Goy, que o Studium Carla Petroni, tem reapresentado com sucesso.
Beijo todos que contribuiram para que o sonho se tornasse real.
Garanto que tirei todo o proveito mas continuo plena de desejo.
Quero mais.
Deixo a foto e um poema revisitado.

Eu na porta do camarim do Pedro II

Convite à vida

A vida pulsa em mim
Oferece-me as mãos
Conduz-me ao infinito
Luta feroz
Livra-se do inimigo
Da casca opressiva dos padrões
Socialmente aceitos
Sabidamente feitos
Doloramente tidos e mantidos
Por gerações e gerações
Conformadas com restos.
Eu,
Quero o mais completo jantar
Do aperitivo ao licor no fumoir
Tudo para um todo
Íntegra me enconto
A vida me convida
O medo
A recusa justifica
" Não"
É palavra maldita
Ao caminho com o primeiro passo
Sou livre!
Um pequeno ponto brilhando no espaço
Aceito o seu convite
Junto-me à ela
A história sou eu que faço
Saia da janela
Pule o terraço
Venha para a rua
Junte-se a mim
Veja a lua
Diga "Sim"
Seja feliz
Viva de verdade
A vida, meu amigo,
É de primeira
A vida não dá bis
Viva a liberdade!

Eliane Ratier

terça-feira, 5 de abril de 2011

Homenagem às mulheres +poema " Menina"

A UEI, União dos Escritores Independentes, sob a coordenação de sua presidente, Lêda Pereira, promoveu uma homenagem às mulheres no dia 13 de março no Parque Maurílio Biagi.
Rita Mourão, escritora, foi escolhida para receber a homenagem em nome de todas as mulheres.
A festa esteve bonita, os escritores e poetas a versejar ao som do violino da Lívia.
Eu estive por lá e li a poesia "Menina" de minha autoria, e que agora deixo por aqui, junto com a foto, registro do acontecido.
Beijos


na foto: Gina Higino, Eliane Ratier, Marcos, Rita Mourão, Maris Ester, Dumara, Livia, Nelson Jacinto, Nilton Manoel, Elisa Alderani, Heloísa Alves


Menina

Hoje me sinto menina
Quero ficar quieta
Meus olhos a observar da janela
A semente que brota pequenina

Deixo que cuidem de mim
Me carreguem num passeio
Não importa o meio
Carro, bicicleta, patim

Meu vestido florido roda
E com ele espalho um jardim
Cheiro de primavera
Vou brincar sim

Sei que é um sonho
Do qual não quero acordar
Vou vivê-lo
Só por esse dia, enquanto durar

Esta aura de inocência
Este doce entardecer
As flores da saia
A menina que você vê

A vida escorre lenta
Como em qualquer infância
Espero com paciência
Os ventos da mudança

Dos olhos sempre molhados
Brota tola, a emoção
Por qualquer linha, qualquer imagem
Um som na paisagem

À lápis faço um sorriso
Na garatuja do espelho
Acordo crescida
E de batom vermelho.

Eliane Ratier

domingo, 3 de abril de 2011

Fernando Pessoa parte 3

Apesar de ter acumulado um valioso acervo de relíquias sobre Pessoa, Cavalcanti teve de lidar com algumas frustrações durante a pesquisa. Uma delas foi sua tentativa de comprar as cartas trocadas entre o poeta e Ophélia Queiroz, sua grande paixão. O bibliófilo Pedro Correa do Lago revelou que nas cartas há trechos censurados pela família de Pessoa que tratam da “doença feminina”, a menstruação. Lago não vendeu o lote “nem pelo preço de dois carros importados”, segundo Cavalcanti. Em outros casos, porém, sua insistência foi recompensada. O desenho que Almada entregou a Ophélia depois do enterro, Cavalcanti levou menos pelo depósito sem recibo na conta da sobrinha Maria da Glória do que pelo relato de ter visto Pessoa andando pelo Chiado. “Contei que tentei persegui-lo e ao se dar conta ele fugiu”, diz. Quando a mulher de Cavalcanti fez pouco da suposta experiência sobrenatural, dizendo não acreditar em fantasmas, Maria da Glória reagiu: “Pois se tratando de Fernando, acredite!”.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Fernando Pessoa parte 2

OBSESSÃO
O advogado José Paulo Cavalcanti levou 20 anos levantando fontes inéditas de Fernando Pessoa
Um dos aspectos da personalidade de Pessoa desvendados por Cavalcanti é sua vaidade. “Os cobradores viviam na porta da casa dele, mas ele continuava a se vestir no melhor alfaiate”, diz. “A vaidade era tanta que ele driblava com óculos de 3 graus a prescrição do oculista para 12 de miopia.” Para enxergar o mundo à maneira de Pessoa, Cavalcanti deu a um oculista a missão de torná-lo míope de 12 graus com várias lentes e colocou óculos de 3 graus por cima delas. “É um horror. Ele preferia a vida turva a ficar com o olho aumentado pelas lentes grossas.”

O livro também expõe detalhes sobre a visão de mundo (leia as sete regras de vida abaixo) e a sexualidade do poeta. Em seus textos, ele insinua a homossexualidade de Alberto Caeiro, Ricardo Reis, Bernardo Soares e cria um Álvaro de Campos homossexual assumido (“Olha Daisy, quando eu morrer tu hás de... contar àquele pobre rapazito/que me deu horas tão felizes”) . Antonio Botto, amigo de Pessoa que morreu atropelado no Rio nos anos 50, contou ao escritor Jorge de Sena que Pessoa “olhava de certa maneira para os rapazinhos”. Também revelou ter ficado assustado com o tamanho diminuto do pênis de Pessoa. Em suas supostas comunicações mediúnicas, Pessoa escrevia como Wardour, “homem envergonhado com clitóris em vez de pênis”. “É provável que nunca quisesse se expor, acreditando ser homossexual até os 30 anos”, diz Cavalcanti. O poeta tinha horror à flacidez de seu corpo: “Tenho um corpo tão feio, um focinho envergonhado que ofende a humanidade (referia-se ao nariz) . Meu corpo é um abismo entre eu e eu. O criador do espelho envenenou a alma humana”. Outra aflição eram as dívidas. Precisava de dinheiro, a ponto de não ir à entrega de um dos poucos concursos que ganhou. Explicou o motivo em poemas: “Pobre do que perdeu o lugar oferecido por não ter casaco limpo com que aparecesse”.